O primeiro dia de interdi��o da Avenida Paran�, no sentido rodovi�ria-Mercado Central, no Centro de Belo Horizonte, para obras do transporte r�pido por �nibus (BRT, sigla em ingl�s) foi de transtorno e desorienta��o nessa ter�a-feira para quem desconhecia as mudan�as dos pontos de �nibus e de apreens�o para comerciantes, que temem queda nas vendas e aumento da inseguran�a. A BHTrans registrou impacto no tr�nsito nas vias para onde o transporte coletivo foi desviado, principalmente na Rua Guarani e na Avenida Oleg�rio Maciel. Tamb�m houve movimenta��o maior de carros nas avenidas Afonso Pena e Santos Dumont. A situa��o deve piorar em fevereiro com o fim das f�rias escolares. A obra deve durar um ano.
A experi�ncia recente das obras na Avenida Santos Dumont deixou a C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) ainda mais preocupada. Para o vice-presidente da entidade, Anderson Rocha, � preciso evitar problemas j� ocorridos, como assaltos e invas�es a lojas. Segundo ele, � dif�cil estimar o impacto nas vendas, mas a queda no faturamento � superior a 50%. Para minimizar os preju�zos, a CDL reivindica a instala��o de placas indicando as lojas situadas nos quarteir�es fechados pelos tapumes da obra; mais policiamento e melhor ilumina��o da rua, al�m da agilidade na constru��o.
Dono de uma loja de cal�ados, Francisco Maia, de 58 anos, disse que j� sentiu ontem o preju�zo nas duas primeiras horas de abertura do com�rcio. “Abro a loja �s 7h. O ponto de �nibus em frente ficava lotado e as pessoas tinham tempo de entrar na loja e comprar alguma coisa. Agora, est� tudo deserto”, afirmou o comerciante, que j� pensa em mudar de ponto.
A cuidadora de idosos Neuza Lemos, de 41, n�o percebeu que a pista da Paran� estava fechada e aguardou o �nibus por v�rios minutos num ponto desativado, at� ser informada das altera��es. Ela n�o prestou aten��o no cartaz ao lado informando as mudan�as. “Vou ter que pegar o �nibus na Rua Curitiba, � um transtorno e j� estou atrasada”, reclamou. O banc�rio Adair Ferreira, de 73, tamb�m perdeu tempo esperando �nibus da linha 4033 na Paran�. “N�o percebi que a pista estava fechada”, disse o aposentado, que seguiu para a Rua Guarani.
Segundo a gerente de Opera��es da �rea Central da BHTrans, Maria Odila de Matos, s�o cinco quarteir�es interditados. “Em maio ou junho, essa pista interditada ser� conclu�da e come�am as obras na pista contr�ria”, disse. Por dia, s�o 28,5 mil ve�culos nos dois sentidos da Paran�, incluindo 84 linhas de �nibus (39 da BHTrans e 45 do DER-MG).
Impactos
A gerente da BHTrans reconhece que o com�rcio da Paran� ser� afetado, mas n�o totalmente como ocorreu com as lojas da Avenida Santos Dumont. “Mesmo a empreiteira fechando as obras da Paran� com tapumes, para maior seguran�a das pessoas, os passeios e travessias estar�o liberados para pedestres e eles continuar�o tendo acesso �s lojas”, disse Maria Odila. O comerciante Francisco Maia discorda da BHTrans. “O tr�nsito de ve�culos continua do outro lado da avenida, mas ficaremos isolados. Vamos ficar escondidos atr�s dos tapumes como ocorreu na Santos Dumont e v�rias lojas foram arrombadas”, disse Francisco.
O comandante da 6ª Companhia, major Vitor Ara�jo, disse ser natural a apreens�o dos comerciantes em func�o dos arrombamentos na Santos Dumont. “Estamos montando esquema especial com motocicletas para percorrer espa�os fechados na Paran�. O policiamento ser� intensificado principalmente nas proximidades dos estabelecimentos de maior potencial de risco, como lojas de ca�a e pesca, que trabalham com armas de fogo e armas brancas”, disse.