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Estado de Minas

Pais ajudar�o a barrar bebedeira de universit�rios em Ouro Preto

Depois da morte de dois alunos, Ufop anuncia cria��o de conselho de pais para discutir regras e avaliar medidas contra excesso de bebida em rep�blicas federais


postado em 11/01/2013 06:00 / atualizado em 11/01/2013 07:03

A cria��o de um conselho de pais � uma das medidas a serem adotadas a partir da pr�xima semana pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), na Regi�o Central de Minas, para tentar acabar com abusos praticados em rep�blicas estudantis e impor regras de funcionamento e conviv�ncia. Dois alunos, Daniel Mac�rio de Melo J�nior, de 27 anos, e Pedro Silva Vieira, de 25, morreram em outubro e novembro do ano passado, respectivamente, depois de consumir bebidas. No primeiro caso, o exame de teor alco�lico confirmou que a v�tima bebeu em excesso. A Ufop informou ter criado uma comiss�o para discutir o problema e buscar solu��es, formada por profissionais da reitoria, da pr�-reitoria especial de assuntos comunit�rios e estudantil, da pr�-reitoria de administra��o e representantes de pais e alunos .


"Falar que o conselho vai resolver os problemas � ser muito otimista. Mas quero acreditar em mudan�as", Ricardo Vieira, pai de Pedro, que morreu em novembro em Ouro Preto (foto: ramon lisboa/em/d.a press)
O pai de Pedro, o qu�mico Ricardo Milton Vieira, de 48, foi convidado a participar da comiss�o permanente de pais. Ele n�o acredita em resposta a curto prazo, mas acha positivo discutir a��es. “Falar que esse conselho vai resolver o problema � ser muito otimista. Penso que o processo todo que chegou a esses abusos vem de muito tempo, mas acho que agora � o come�o de um novo processo”, opina. “Quero acreditar em mudan�as”, disse Ricardo. O qu�mico contou ter conversado com a m�e de Daniel Mac�rio e discutido a possibilidade de entrar com uma a��o na Justi�a para responsabilizar poss�veis culpados pelas mortes. “Mas n�o sabemos contra quem entrar. Conversei com o reitor e ele j� estava fazendo uma mobiliza��o. Tamb�m conversei com os rapazes da rep�blica onde o filho morava (Saudade da Mam�e) e disse a eles que � preciso mudar o comportamento, pois outras pessoas podem ser v�timas”, afirmou. “Sinceramente, n�o sei como agir.”

Ricardo reclamou da demora na divulga��o do laudo sobre a morte do filho e disse ter cobrado resposta da delegada Fabiana Leijoto, respons�vel pelas investiga��es. A assessoria de imprensa da Pol�cia Civil disse que aguarda os resultados dos laudos do Instituto M�dico Legal (IML). No caso do estudante Daniel, ele tinha taxa de 70,1 decigramas de �lcool por litro de sangue, quase 12 vezes mais do que o �ndice considerado embriaguez para quest�es de tr�nsito, que � de 6 decigramas/litro. O laudo toxicol�gico ainda n�o ficou pronto.

A m�e de Daniel Mac�rio, a funcion�ria p�blica Enedina Afonso de Melo, de 56, diz estar de licen�a m�dica por conta da morte do filho. “A minha dor n�o passa nunca. Vivo chorando o tempo todo”, conta Enedina. Ela disse ter sido procurada pela assistente social da Ufop na semana passada. “Ele pediu documentos para pagamento de um seguro de vida, mas nada vai trazer o meu filho de volta. Eles t�m que tomar provid�ncias no sentido de acabar com essas pr�ticas nas rep�blicas para evitar que outras m�es percam seus filhos”, disse. Enedina tamb�m pensa em entrar com uma a��o na Justi�a para punir eventuais respons�veis pela morte do filho.

Regras

Amélia diz que saúde do filho, vítima de pneumonia, piorou em Ouro Preto(foto: beto magalhães/em/d.a press)
Am�lia diz que sa�de do filho, v�tima de pneumonia, piorou em Ouro Preto (foto: beto magalh�es/em/d.a press)
Outros pais cujos filhos tiveram problemas em Ouro Preto cobram regras mais r�gidas em rep�blicas. A auxiliar de servi�os gerais Am�lia Rodrigues Rocha, de 45 anos, � uma delas. O filho dela, Ramon, de 19, estudante de farm�cia na Ufop, morreu em 2009 v�tima de uma infec��o pulmonar decorrente de uma bact�ria, segundo o laudo m�dico. Am�lia, moradora de Contagem, diz que o rapaz relatou que sofria abusos numa rep�blica da cidade. “Meu filho ficou cinco meses na rep�blica. Ele contava que davam muita bebida para ele”, conta. Num desfile de que foi obrigado a participar, o filho dela teria ingerido tanta bebida que despencou da passarela, montada na rua, e quebrou um dente. “Somente depois de algum tempo ele me contou, dizendo que estava feliz com uma nova lei que iria sair proibindo os trotes. Ele tinha problemas de est�mago e eu pedia para ele n�o beber. Meu filho n�o bebia antes de ir para l�”, disse.

Am�lia conta que ela e o padrasto de Ramon foram busc�-lo em Ouro Preto. “Eu o encontrei deitado num sof� da rep�blica, com um balde ao lado, tossindo. O rosto dele estava todo roxo. Ele mentiu dizendo que havia trope�ado em um cachorro e ca�do de uma escada. O amigo contou a verdade: disse que ele havia ca�do de tanto beber”, afirmou a m�e. Em Contagem, Ramon foi internado em um hospital e os m�dicos confirmaram que se tratava de pneumonia. Am�lia acredita que o excesso de bebida pode ter contribu�do para o problema de sa�de do filho. “Antes de ir para l�, ele gozava de boa sa�de”, lamenta. Am�lia diz que decidiu expor seu drama como forma de alertar para o excesso de bebidas nas rep�blicas de Ouro Preto. “Quero provid�ncias para que outros casos n�o aconte�am”, disse.

 

 

Mem�ria
Trotes com bebidas

Em dezembro, estudantes e ex-alunos da Ufop relataram ao Estado de Minas que tiveram de se submeter a gincanas de bebedeiras e humilha��es para tentar vaga nas rep�blicas. Em algumas moradias estudantis, eles contaram, os trotes vexat�rios e o est�mulo � ingest�o excessiva de bebidas alco�licas fazem parte da rotina de calouros, tamb�m chamados de “bichos”. De acordo com quem j� morou ou mora nas rep�blicas, al�m da incita��o � bebedeira h� rituais que incluem castigos f�sicos e exposi��o p�blica dos novatos.


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