
O pente-fino nas casas noturnas n�o para em Minas. Desde o in�cio da semana passada, logo depois da a trag�dia de Santa Maria (RS), o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais j� vistoriou mais de 240 estabelecimentos em busca de irregularidades que possam colocar em risco a vida dos frequentadores. Embora o n�mero oficial n�o tenha sido divulgado pela corpora��o, o Estado de Minas apurou que at� ontem 90 casas de divers�o j� haviam sido interditadas, de acordo com pelot�es dos 10 batalh�es do estado.
Al�m de boates e outros tipos de casas noturnas, bares, sal�es e clubes usados para festas e eventos tamb�m foram vistoriados. Nem cidades de pequeno porte, com poucas op��es noturnas de lazer, escaparam da fiscaliza��o. E independentemente da fun��o, a maioria dos locais fechados foi autuada pelas mesmas falhas: aus�ncia de medidas preventivas, ocasionando risco iminente. Falta de sa�das de emerg�ncia, de sinaliza��o e at� de extintores foram alguns motivos de interdi��o listados pelos bombeiros. Em regi�es distintas do estado, alguns estabelecimentos nem sequer possu�am o auto de vistoria dos bombeiros (AVB) nem projeto de preven��o contra inc�ndios.
Em alguns casos, o risco identificado antecipava a possibilidade de novas trag�dias. Em Jana�ba, no Norte de Minas, onde os bombeiros vistoriaram 18 estabelecimentos, um dos dois locais interditados dividia um muro com um dep�sito de g�s. Segundo o comandante do 1º Pelot�o de Bombeiros da cidade, sargento Claudiomar, o local funcionava somente como dep�sito, mas teve metade de seu terreno transformado em um sal�o para festas. “A dist�ncia m�nima que um estabelecimento pode ter de um dep�sito de g�s � de sete metros e nesse caso eles eram separados somente por um muro constru�do quando os propriet�rios fizeram o sal�o, por�m o dep�sito continuou funcionando. O local tamb�m n�o tinha nenhuma medida preventiva obrigat�ria”, explica.
A regi�o com maior n�mero de interdi��es foi o Sul de Minas. Das 91 casas vistoriadas pelo 9º Batalh�o de Bombeiros Militar, 45 foram interditadas, em 16 cidades. Outros 16 munic�pios no estado concentraram o restante das interdi��es. Os bombeiros notificaram 41 estabelecimentos e multaram 10.
Al�m das a��es de fiscaliza��o dos militares, outros �rg�os coordenados por prefeituras realizaram vistorias em estabelecimentos onde h� aglomera��es. Em Montes Claros, no Norte de Minas, onde templos, gin�sios e teatros tamb�m foram vistoriados, o Minist�rio P�blico ordenou o fechamento de 15 locais, al�m dos dois interditados pelos bombeiros.
Em Barroso, no Campo das Vertentes, um gin�sio municipal foi interditado pelo Minist�rio P�blico por n�o atender exig�ncias de seguran�a do Corpo de Bombeiros. No dia 30, uma liminar da Justi�a suspendeu o funcionamento do Centro de Esporte, Cultura e Lazer Artid�nio Napole�o de Souza. Embora seja de responsabilidade do munc�pio, o local n�o tinha alvar� de funcionamento nem projeto de preven��o contra inc�ndios aprovado pelo Corpo de Bombeiros. A prefeitura promete regularizar a situa��o para reabertura do espa�o. Ningu�m da prefeitura foi encontrado para explicar a situa��o.
Militares confirmaram que as vistorias continuam at� o fim de semana. Em Contagem, na Grande BH, uma for�a-tarefa vai vistoriar mais uma casa de shows hoje. Na semana passada, um casa foi notificada e outra interditada na cidade.
Rota 66 lacrada em Betim
Depois de vistoria do Corpo de Bombeiros em conjunto com a Defesa Civil, a casa de shows Rota 66 foi interditada no in�cio da noite de ontem, em Betim, na Grande BH. Segundo nota da prefeitura, as infra��es detectadas foram distribui��o irregular de g�s, cobertura de lona sem atestado antichamas e n�mero insuficiente de sa�das de emerg�ncia. No dia 30, uma equipe do Estado de Minas visitou a boate com a Defesa Civil e constatou outras irregularidades, como fios el�tricos expostos e falta de sinaliza��o de emerg�ncia. Os extintores de inc�ndio estava guardados em um canto da cozinha e o isolamento ac�stico da casa � feito com espuma inflam�vel.