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Estado de Minas

Mau cheiro que incomoda pode virar a��o na Justi�a na Grande BH

Mesmo ap�s instala��o de filtro em esta��o de esgotos, moradores do Vale dos Cristais, em Nova Lima, se queixam de odor e amea�am ir � Justi�a. Copasa diz n�o ser culpada


postado em 07/02/2013 06:00 / atualizado em 07/02/2013 06:43

Walmir Braga, de entidade que reúne condomínios, em frente à ETE da Copasa:
Walmir Braga, de entidade que re�ne condom�nios, em frente � ETE da Copasa: "O fedor sai de l�", diz (foto: Beto Magalh�es/EM/D.A Press)


 

Quem percorre a MG-030 pode sentir um odor desagrad�vel ao passar pelo quil�metro 12 da rodovia, no munic�pio de Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que antes admitia como fonte do mau cheiro a Esta��o de Tratamento de Esgoto (ETE) do Vale do Sereno, instalada �s margens da estrada, alega que o problema foi resolvido em dezembro de 2012. “Se o cheiro persiste, n�o � proveniente da ETE”, refor�a o superintendente de Servi�os e Tratamentos de Efluentes da Copasa, Eug�nio �lvares de Lima. A explica��o n�o convence moradores de casas e apartamentos vizinhos, que continuam a se queixar do fedor. Um grupo de associa��es e condom�nios promete recorrer � Justi�a contra a empresa.

Em mat�ria publicada em agosto do ano passado, o EM mostrou a insatisfa��o de moradores do Vale dos Cristais, uma das �reas mais nobres da Grande BH. No bairro, encravado em meio a extens�es de mata atl�ntica preservada, o metro quadrado chega a custar R$ 600. Naquela ocasi�o, o superintendente Lima garantiu que o problema desapareceria em 30 dias. A solu��o, embora tenha tardado, veio no in�cio de dezembro, segundo ele. Uma esp�cie de manta especial passou a cobrir reservat�rios usados para fazer a limpeza do esgoto, que funcionavam a c�u aberto. Ao longo do processo, um produto qu�mico chamado Monox passou a ser empregado para reter part�culas do g�s sulf�drico (H2S), respons�vel pelo odor de podrid�o. A Copasa instalou ainda um filtro biol�gico � base de carv�o vegetal e limalha de ferro. “Esse filtro transforma o g�s em um produto que n�o tem mau cheiro”, explica Lima.

Para se certificar da extin��o do mau cheiro, a Copasa instalou aparelhos que medem a quantidade de H2S no ar. “Os equipamentos foram postos na �rea da ETE e em outros cinco pontos da regi�o. Fizemos testes e em nenhum dos pontos o g�s sulf�drico foi detectado. Se o problema n�o acabou 100%, com certeza 99% melhorou”, garante Lima. Ele se diz surpreso ao saber que moradores vizinhos continuam a reclamar. “Se o cheiro prossegue, ele pode ter v�rias causas. Pode ser de ETEs particulares de condom�nios pr�ximos. Pode ser que uma chuva muito forte tenha levado sujeira para o leito do rio (um c�rrego presente na regi�o), depois o sol bateu e exalou aquele cheiro. Pode ser de lixo, de bicho morto. Pode ser diversas coisas”, especula.

A �nica ETE particular na regi�o recebe o esgoto escoado dos apartamentos dos condom�nios Vila Gardner e Vila Hartt, geridos pela Odebrecht Realiza��es Imobili�rias, que garante n�o ter culpa pelo mau cheiro. “Nossa ETE � blindada. Seu reator anaer�bio n�o precisa de oxig�nio para fazer o processo biol�gico de limpeza do esgoto. Todo o g�s produzido � o metano, inodoro”, alegou a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa. Moradores incomodados com o fedor asseguram que ele � mesmo causado pela esta��o gerida pela Copasa. “Em algumas vezes que veio o cheiro, eu desci at� a rodovia e parei ao lado das duas ETEs. � �bvio que o fedor sai da ETE da Copasa. Tenho olfato suficiente para perceber isso. Eug�nio (Lima) est� arrumando uma desculpa para se esquivar da responsabilidade”, retruca, impaciente, o advogado Walmir Braga, que mora no Residencial Nascentes.

A��o civil p�blica

Braga coordena a Frente do Vetor Sul, entidade que re�ne condom�nios e associa��o de moradores da regi�o. “Nos pr�ximos dias, a frente vai entrar com uma a��o civil p�blica contra a Copasa. Vamos pedir a corre��o do problema e indeniza��o por danos morais coletivos no valor de R$ 1 bilh�o. O valor tem que ser alto, pra ver se eles (Copasa) fazem alguma coisa”, diz o advogado. Ele relata que moradores do Nascentes s�o importunados quase todo dia. “O odor aparece mais � tardinha e � noite. Isso n�o melhorou em nada. At� na �rea de lazer (do condom�nio) a gente sente”, conta. Nos condom�nios vizinhos, as queixas se repetem. “Nas reuni�es dos moradores, esse assunto costuma ser comentado. Voc� imagina a pessoa recebendo amigos para um jantar e entra esse cheiro? � horr�vel”, diz a s�ndica do Vila Gardner, a tamb�m advogada Sandra Nunes, que tamb�m atribui a culpa � ETE gerida pela Copasa: “A outra (da Odebrecht) � toda fechada”.

O m�dico T�cito Guimar�es Sobrinho, de 68 anos, vive com a esposa e um filho em um apartamento de cobertura no Vila Grimm. “Voc� imagina eu recebendo algu�m na minha casa, um amigo. De repente, passa aquele cheiro. Isso me constrange. O que vou explicar pra pessoa? Que n�o soltei um pum? Ou fica calado, ou fala: ‘�, gente, isso � a Copasa’”, diz T�cito. Segundo ele, a situa��o continua t�o ruim quanto antes. “N�o mudou nada. � quase todo dia, principalmente no final do dia. Na maioria das vezes, quando come�a o fedor, eu fecho as janelas”, diz. H� sete meses, antes de se mudar para o Vale dos Cristais, a fam�lia do m�dico morava no Bairro de Lourdes, Regi�o Centro-Sul da capital. “N�o t�nhamos sossego. Era barulho, inseguran�a. Viemos pra c� para dar um upgrade em qualidade de vida. Em frente � minha janela vejo o nascer do sol. A regi�o � muito bonita, mas tem esse transtorno”, observa. E pergunta, inconformado: “O que temos que fazer para resolver isso definitivamente?”
 


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