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Estado de Minas

Polui��o afeta a pesca no Rio S�o Francisco

Pescadores do Rio S�o Francisco ou afluentes denunciam que polui��o afeta atividade


postado em 18/02/2013 06:00 / atualizado em 18/02/2013 07:20

Mateus Parreiras e Luiz Ribeiro

Surubim perto da cidade de São Francisco: cena comum, dizem pescadores(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Surubim perto da cidade de S�o Francisco: cena comum, dizem pescadores (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Manga, Pirapora e S�o Francisco – Do seu casebre baixo e de madeira na ilha rodeada pelas �guas r�pidas do Rio S�o Francisco, os pescadores Valeriano Nunes, de 56 anos, Ad�o Dias, de 54, e Luiz Carlos Gon�alves, de 36, observam mais um grande surubim descer boiando a correnteza. “Vinte quilos, no m�nimo”, arriscam. Num barco, perto do peixe, o cheiro forte e o incha�o demonstram que est� em estado de decomposi��o, indicando que n�o morreu por ali. “H� uns cinco anos isso ficou comum. Vemos descer at� 10 surubins mortos”, reclama Ad�o, morador do munic�pio de S�o Francisco, no Norte de Minas “Pescar um grande desses � dif�cil. A polui��o mata antes de a gente conseguir fisgar”, completa.

A diminui��o dos cardumes no Rio S�o Francisco � uma das quest�es enfrentadas na bacia. Pescadores sustentam que a morte dos peixes vem se repetindo e relacionam o problema � polui��o das �guas. “J� vi surubim de 20 quilos morto no rio. E os peixes continuam morrendo”, diz o pescador Jo�o Augusto Rodrigues dos Santos, de 58, de Pirapora, tamb�m no Norte do estado. “O rio j� teve muito peixe. Com o passar dos anos, diminu�ram por causa da polui��o”, acredita Wilson Pereira da Silva, outro pescador da cidade. Em Pirapora, a reportagem do EM localizou pelo menos duas manilhas que lan�am polui��o diretamente no leito do Rio S�o Francisco, situadas pr�ximo ao distrito industrial do munic�pio.

O bi�logo Patrick Valim, que trabalha para o Servi�o Aut�nomo de �gua e Esgoto (SAAE) de Pirapora, sustenta que, pela legisla��o, quando recebem ou renovam as licen�as ambientais, as ind�strias da cidade se comprometem a tratar seus res�duos. “As ind�strias s� podem jogar efluentes no S�o Francisco se fizerem o devido tratamento. Elas s�o fiscalizadas pelos �rg�os ambientais”, diz Valim.

 Em Manga, pescadores tamb�m denunciam problemas. “Acho que as futuras gera��es n�o v�o poder ver peixe nesse rio. A cada ano a situa��o piora”, diz Zezinho Louren�o de Lima, residente na ilha do Pau Preto. �ltimo munic�pio mineiro banhado pelo Rio S�o Francisco, Manga acaba recebendo o que j� foi descarregado no Velho Chico ao longo de seu curso por Minas. Trabalhadores da regi�o, como Leonardo Novais, dizem que esgotos da cidade, que incluem rejeitos de atividades de com�rcio, s�o lan�ados no rio por meio da rede pluvial.

Sem registros oficiais Apesar dos relatos de pescadores sobre a mortandade de peixes ao longo do Rio S�o Francisco, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) afirma n�o registrar den�ncias de morte de peixes no Rio S�o Francisco desde 2011 – embora reconhe�a que a mortandade ficou mais frequente a partir de 2005. A Cemig, no entanto, que opera a barragem de Tr�s Marias, admite que esp�cimes morreram de causas ainda n�o determinadas no curso do rio, depois do barramento, entre os dias 18 e 23 de janeiro deste ano.

“Equipes de limn�logos (especialistas que estudam reservat�rios) da Cemig est�o realizando amostragens f�sico-qu�micas para confirmar o evento e o resultado deve fornecer evid�ncias do que est� acontecendo” informou a companhia energ�tica por meio de nota. A hip�tese levantada pela Cemig, no entanto, � de que os animais aqu�ticos tenham morrido “em consequ�ncia de a �gua que passa pelas turbinas e sai no rio abaixo da barragem apresentar baixas concentra��es de oxig�nio dissolvido”, afirma a nota da empresa.

A Semad afirma que vem agindo no monitoramento das poss�veis fontes poluidoras ao longo do rio e que para isso foi criada uma “rede de coopera��o interinstitucional em pesquisas e a��es relacionadas � mortandade de peixes e ao monitoramento ambiental na bacia do Alto e M�dio S�o Francisco.” O grupo � formado por estudiosos, pesquisadores, representantes do estado, Minist�rio P�blico e de outros estados, al�m da Prefeitura de Tr�s Marias.

Com respeito � Votorantim Metais, a pasta informou que a empresa citada “j� foi multada e se adequou”, mas indicou que h� “outros fatores que tamb�m causam ou contribuem (para a mortandade dos peixes), como agrot�xicos, chuva, invers�o t�rmica no reservat�rio, entre outros”.


Enquanto isso...
…Aterro preocupa
em Lagoa da Prata

De um lado, a cidade de Lagoa da Prata, uma das que margeiam o Rio S�o Francisco, no Centro-Oeste mineiro, exibe um moderno aterro sanit�rio que � modelo de preserva��o para as cidades vizinhas. Mas, ao lado dessa estrutura, l�quidos espessos e espumas verdes vazam de um monte coberto de grama a poucos metros de estradas e de mananciais que abastecem o Rio S�o Francisco. O chorume, nome dado ao l�quido concentrado que mina do lixo compactado, pode tornar impuras �guas subterr�neas e at� contribuir para a suspens�o do abastecimento de mananciais. A situa��o foi flagrada no antigo aterro controlado, que encerrou as atividades em 2008, ap�s informa��es do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Pol�cia Militar de Meio Ambiente (PMMA). De acordo com a secretaria de Meio Ambiente de Lagoa da Prata, o problema n�o era de conhecimento da prefeitura e ser� averiguado.


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