
Em meio ao avan�o da dengue, que alarma a popula��o, Belo Horizonte tem o primeiro registro de morte associada � doen�a. De acordo com o atestado de �bito de uma mulher que faleceu na quarta-feira na capital, a paciente foi v�tima de “choque hemorr�gico em consequ�ncia da dengue”, segundo declaram familiares. A Secretaria Municipal de Sa�de informou que vai investigar o caso. A situa��o � preocupante tamb�m no interior do estado, onde o n�mero de casos deste in�cio de ano j� supera a soma dos dois anos anteriores e a quantidade de �bitos, de acordo com relat�rio divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES), saltou de 23 para 28 em apenas uma semana. O caso de BH n�o consta do levantamento, o que elevaria o total de diagn�sticos fatais em decorr�ncia da doen�a para pelo menos 29 em Minas.
Diante da situa��o em Belo Horizonte, j� h� quem afirme que a cidade vive um quadro de epidemia. As notifica��es mais que dobraram, passando de 7.397 para 17.510. O �ndice de casos por 100 mil habitantes subiu de 311,19 para 737,13, alta que caracteriza epidemia, na avalia��o do infectologista Jos� Carlos Serufo, professor do Departamento de Cl�nica M�dica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Trata-se de uma epidemia bruta, sem d�vida. Existe uma alta incid�ncia com tend�ncia � eleva��o, em um curto per�odo de tempo e em uma �rea geogr�fica limitada”, explica. Segundo Serufo, alta incid�ncia corresponde a taxa superior a 300 casos por 100 mil habitantes, enquanto a m�dia incid�ncia varia de 100 a 300.
Na capital, o primeiro registro de morte provocada pela doen�a ocorreu no Bairro Sagrada Fam�lia, na Regi�o Leste. A v�tima tinha 58 anos e, de acordo com parentes, come�ou a apresentar os sintomas da doen�a no in�cio da semana. Na ter�a-feira, ela foi levada ao posto de sa�de do bairro, na Avenida Petrolina. Os m�dicos confirmaram os sintomas e medicaram a mulher, que recebeu alta e voltou para casa.
Na quarta-feira, ela continuou a passar mal e retornou ao posto de sa�de. De l�, em raz�o do agravamento do seu estado, foi encaminhada para o Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII (HPS), onde morreu � noite. Ainda muito abalados pela perda, parentes da paciente n�o quiseram falar sobre a morte, nem revelaram o nome da v�tima, mas informaram que o atestado de �bito confirma o diagn�stico de dengue hemorr�gica, a forma mais grave da doen�a.
Concentra��o
No interior, a regi�o mais cr�tica do estado continua sendo o Tri�ngulo Mineiro, onde ocorreram 13 dos 28 �bitos confirmados pela Secretaria de Sa�de. O munic�pio com mais mortes � Uberaba (9), segundo colocado em n�mero de notifica��es (8.888), depois de BH. Montes Claros, no Norte de Minas, confirmou tr�s mortes, seguido por Uberl�ndia (2), Ituiutaba (2) e, com uma morte cada uma, Carangola, Frei Gaspar, Buritizeiro, Ipanema, Te�filo Otoni, Pirapetinga, Pirapora, S�o Geraldo do Baixio, S�o Jo�o da Ponte, Campos Altos, Muria� e Contagem. O munic�pio com maior taxa de notifica��es por 100 mil habitantes � Ver�ssimo (14.166), no Tri�ngulo Mineiro, seguido por Ibia� (7.756) e Lassance (6.748), no Norte, e Delta (6.118) e Centralina (5.832), tamb�m no Tri�ngulo.
Arma pode estar no arm�rio de limpeza
Na luta para combater os focos do mosquito transmissor da dengue – que em Belo Horizonte j� mobiliza inclusive agentes com equipamentos para pulveriza��o – a Secretaria de Estado de Sa�de (SES) come�ou a testar uma nova e simples arma: a �gua sanit�ria, eficaz na elimina��o de criat�rios do mosquito Aedes aegypti e presente entre os produtos de limpeza da maioria das resid�ncias. Um teste de campo com a subst�ncia foi feito ontem em Pedro Leopoldo, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e na segunda-feira a SES vai recomendar o uso em todo o estado.
A �gua sanit�ria ser� distribu�da pela SES, que tamb�m repassar� informa��es sobre o uso correto. A recomenda��o � de 2ml de �gua sanit�ria por litro de �gua, concentra��o considerada suficiente para o combate �s larvas. A SES alerta que nessa concentra��o o produto s� deve ser utilizado para desinfec��o, n�o sendo apropriado para consumo humano ou de animais.
O processo deve ser repetido uma vez por semana e o produto pode ser usado para a desinfec��o de vasos sanit�rios, ralos externos e tambores de armazenamento de �gua n�o usada para consumo humano. As autoridades sanit�rias destacam que o uso do produto n�o elimina a necessidade de remo��o e prote��o dos potenciais criat�rios.
Mortes em Minas
Uberaba..................9
Montes Claros.................. 3
Uberl�ndia .................. 2
Ituiutaba .................. 2
Carangola..................1
Frei Gaspar .................. 1
Buritizeiro.................. 1
Ipanema.................. 1
Te�filo Otoni ..................1
Pirapetinga .................. 1
Pirapora.................. 1
S�o Geraldo do Baixio.................. 1
S�o Jo�o da Ponte .................. 1
Campos Altos ..................1
Contagem ..................1
Muria�.................. 1
Belo Horizonte .................. 1*
*Morte investigada pela Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA)