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Estado de Minas ESCALA DO �DIO

Internet viabiliza aumento no n�mero de crimes de �dio no Brasil

Com a facilidade de propaga��o de informa��es via internet, p�ginas, sites e f�runs relacionados ao neonazismo passam de 2 milh�es no pa�s. Donwloads crescem 400%


postado em 16/04/2013 06:00 / atualizado em 16/04/2013 10:20

Foto em uma rede social mostra grupo neonazista exibindo colete de um 'adversário'. Um dos comentários diz que dono da peça teve braço quebrado(foto: Facebook/Reprodução da internet)
Foto em uma rede social mostra grupo neonazista exibindo colete de um 'advers�rio'. Um dos coment�rios diz que dono da pe�a teve bra�o quebrado (foto: Facebook/Reprodu��o da internet)
Negros, gays, judeus e nordestinos s�o as principais v�timas dos crimes de �dio que crescem no Brasil, sob as vistas grossas das autoridades e da sociedade civil, que muitas vezes tende a encarar manifesta��es de preconceito como liberdade de express�o ou atos de desequilibrados. No entanto, com a multiplica��o do acesso � internet, a difus�o de manifesta��es contra esses grupos ganharam terreno f�rtil. Desde 2002, a antrop�loga Adriana Dias, professora da Universidade de Campinas (Unicamp), estuda a atua��o dos grupos neonazistas no Brasil, que perseguem suas v�timas na web, principalmente nas redes sociais.


Segundo ela – que durante anos se infiltrou em grupos neonazistas –, em 2002, quando come�ou sua pesquisa sobre o assunto, havia cerca de 7 mil p�ginas de internet com conte�do neonazista no Brasil. Em 2011, data do ultimo levantamento, j� eram cerca de 40 mil. A antrop�loga afirma que esses endere�os est�o associados a cerca de 2 milh�es de p�ginas secund�rias e f�runs de discuss�o de ultradireita. Os simpatizantes dessas teorias chegaram a criar um rede social pr�pria, “uma esp�cie de Facebook nazista”, conta ela, e um canal exclusivo de v�deos na web. “Mas o mais impressionante nesse per�odo foi o aumento do dowload de material de cunho nazista.”

De acordo com a professora, a atividade cresceu cerca de 400% no Brasil de 2002 a 2011. Adriana Dias diz que seu monitarmento da baixa de arquivos de conet�do nazi-fascista contabiliza apenas quem baixou pelo menos 100 arquivos sobre o assunto. Ela alerta para a dissemina��o dessas ideologias no Brasil. Do Rio Grande do Sul, segundo a especialista, vinha a maioria absoluta do conte�do neonazista produzido no pa�s, mas nos �ltimos anos esses movimento t�m crescido vertiginosamente em Minas Gerais, no Distrito Federal e em S�o Paulo.

Tamb�m tem aumentado no pa�s o n�mero de den�ncias de material preconceituoso e racista na internet. A organiza��o n�o governamental Safernet Brasil, que monitora e denuncia crimes e viola��es aos direitos humanos na internet desde 2005, confirma o aumento desses casos. Em 2006, quando a ONG come�ou a contabiliz�-los, foram 11.444 casos de den�ncias de conte�do ofensivo com cunho homof�bico, xen�fobo, racista, nazista e de intoler�ncia religiosa. No ano passado, o n�mero passou para 21.033 casos, um aumento de cerca de 45%. Somente sobre neonazismo foram 222.785 den�ncias an�nimas, envolvendo 21 mil sites.

“Temos constatado um crescimento expressivo dos crimes de �dio, n�o s� nas redes sociais, contra as minorias historicamente discriminadas. Tem aumentado tamb�m o n�mero de c�lulas organizadas que propagam esses ideais”, alerta Thiago Tavares, diretor-presidente da Safernet Brasil. A maioria do material alvo de den�ncias, segundo ele, vem do Sul e do Sudeste do Brasil, principalmente de S�o Paulo, onde a atua��o dos skinheads (cabe�as raspadas, em ingl�s) – como se autoproclamam os simpatizantes do nacional-socialismo difundido por Adolf Hitler – � mais organizada.

Mensagem de cunho racista pichada em muro da Zona Norte de BH(foto: Facebook/Reprodução da internet)
Mensagem de cunho racista pichada em muro da Zona Norte de BH (foto: Facebook/Reprodu��o da internet)

 

Rastreamento ap�s mortes em Curitiba

O pico das den�ncias no Brasil sobre conte�do neonazista na internet ocorreu em 2009, quando foram registrados 4.176 casos. Foi naquele ano que a Federa��o Israelita de Minas Gerais come�ou a monitorar crimes de �dios no estado. Tudo por causa do assassinato de um casal de universit�rios de BH em uma festa na Regi�o Metropolitana de Curitiba que comemorava o anivers�rio de Hitler. Eles teriam sido mortos em uma disputa de poder entre grupos neonazistas extremamente organizados.

Naquele mesmo ano, a Pol�cia Federal apreendeu material de cunho nazista em grande opera��o contra um grupo radical acusado de disseminar teorias racistas na Regi�o Metropolitana de BH. A PF chegou ao grupo gra�as a den�ncias de internautas que encontraram perfis e comunidades nazistas no site Orkut. Tamb�m em 2009, a Federa��o Israelista mineira foi alvo de um ataque com bombas e muros foram pichados com cita��es contra judeus.

No ano passado a Biblioteca P�blica, na Pra�a da Liberdade, foi pichada com a su�stica e com sinais caracter�sticos de grupos skinheads, not�rios simpatizantes e divulgadores da ideologia do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alem�es. Um muro perto da Esta��o S�o Gabriel, Zona Norte da capital mineira, tamb�m foi pichado com a frase “Vamos cuidar do futuro de nossas crian�as brancas” e uma su�stica.
Duas pessoas de BH foram denunciadas pelo Minist�rio P�blico Federal em Minas, em 2010 e no ano passado, por distribui��o de material com apologia ao nazismo. Recentemente, mais casos foram registrados, como o trote com refer�ncias racistas e nazistas na Universidade Federal de Minas Gerais e o ataque de skinheads a gays e moradores de rua em Belo Horizonte.

O diretor-executivo da Federa��o Israelita mineira , Jaime Aronis, se diz alarmado com o que ele chama de escalada de crimes de �dio no Brasil e em Minas. Para ele, as autoridades ainda s�o muito t�midas na repress�o a essas pr�ticas. Aronis alega que esse aumento n�o ocorre apenas no pa�s, mas no mundo todo. “� dif�cil entender porque isso acontece. Afinal, somos todos seres humanos.”

Saiba mais

S�mbolos e c�digos nazistas


Os s�mbolos nazistas s�o proibidos no Brasil e em v�rias partes do mundo. Para burlar essa probi��o, grupos neonazistas criaram outras forma de identifica��o, como a combina��o num�rica 14/88. O n�mero 14 refere-se �s 14 palavras de um frase em ingl�s: “We must secure the existence of our people and a future for white children”, que em portugu�s significa “Devemos assegurar a exist�ncia de nosso povo e um futuro para as crian�as brancas". J� o 88 � uma refer�ncia � oitava letra do alfabeto, o H, que duplicado representa a sauda��o nazista “Heil Hitler”. A picha��o na Biblioteca P�blica de Belo Horizonte, feita ano passado, continha esse s�mbolo. Parte do slogan das 14 palavras foi pichado em um muro no Bairro S�o Gabriel, na capital mineira, tamb�m no ano passado.


» Para denunciar


      Viu algum conte�do impr�prio na internet? Denuncie. � simples. N�o feche a p�gina. Copie o endere�o e cole no link de den�ncias da organiza��o n�o governamental SaferNet Brasil (www.safernet.org.br), que atua desde 2005 no enfrentamento a crimes e viola��es aos direitos humanos na internet. A entidade age em parceria com o Minist�rio P�blico Federal e a Pol�cia Federal no combate a esse tipo de irregularidade. Al�m de enviar o link para as autoridades, a ong grava todos os dados da p�gina, salva fotos e dados e ainda localiza de onde sa�ram as postagens. Tudo � enviado para o MPF e para a PF, que analisam as informa��es e decidem pela abertura ou n�o de inqu�rito para apurar poss�veis crimes e seus respons�veis. N�o � necess�rio fornecer nenhum informa��o pessoal. Todas as den�ncias s�o sigilosas.


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