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Estado de Minas INTOLER�NCIA ACORRENTADA

V�timas relatam agress�es cometidas por skinheads na capital mineira

Pris�o de skinheads acusados de racismo e forma��o de quadrilha exp�e rede de suspeitos de crimes de �dio relacionados � ideologia neonazista. V�timas relatam as agress�es em BH


postado em 16/04/2013 06:00 / atualizado em 16/04/2013 06:44

Antônio Donato, que tem várias passagens policiais, foi preso ao desembarcar em Americana (SP)(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Ant�nio Donato, que tem v�rias passagens policiais, foi preso ao desembarcar em Americana (SP) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


As pris�es em S�o Paulo e em Belo Horizonte, por racismo e forma��o de quadrilha, de tr�s integrantes de uma gangue de skinheads que agia na capital mineira chamaram a aten��o para uma situa��o ainda mais preocupante. Antes rivais, radicais paulistas e mineiros est�o se aliando e podem intensificar suas a��es. De acordo com a chefe da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intoler�ncia (Decradi) de S�o Paulo, Margarete Barreto, a mudan�a se deu quando o grupo ao qual � ligado Ant�nio Donato Baudson Peret, de 25 anos – detido no �ltimo domingo, em Americana (SP) –, assassinou um l�der dos cabe�as raspadas mineiros, o estudante de direito Bernardo Dayrell Pedroso, de 24, e sua namorada, de 21, em 2009, no Paran�, nas comemora��es do anivers�rio de 120 anos do nascimento de Adolf Hitler.

Al�m de Donato – que causou revolta ao posar numa foto veiculada na internet estrangulando um homem negro, identificado como morador de rua, com uma corrente – foram presos, tamb�m no domingo, em Belo Horizonte, Marcus Vin�cius Garcia Cunha, de 26, e Jo�o Matheus Vetter de Moura, de 20, que pertencem ao mesmo grupo skinhead na capital mineira. Uma quarta pessoa teve seu apartamento vasculhado pela pol�cia. Quatro suspeitos ainda s�o investigados.

A pris�o de Donato em Americana foi feita pela Delegacia Especializada de Investiga��es de Crimes Cibern�ticos (DEICC), de BH, e pela Guarda Municipal do munic�pio paulista. Donato foi detido no momento em que o �nibus de viagem em que estava chegou da capital, S�o Paulo, � rodovi�ria da cidade do interior paulista. O suspeito n�o reagiu � pris�o, mas com ele foram encontradas um faca de cozinha, uma faca t�tica, um fac�o tipo machete e um soco ingl�s. A Pol�cia Civil de Minas Gerais informou que vai apresentar os suspeitos hoje.

Apesar de estar sendo investigado por racismo e forma��o de quadrilha, Donato parece ser ainda mais perigoso do que essas acusa��es indicam. S� em Minas, segundo o Estado de Minas apurou junto � Pol�cia Militar, o rapaz se envolveu em pelo menos dez ocorr�ncias, entre embriaguez ao volante, agress�o, les�o corporal e amea�a. No estado, ele responde ainda a tr�s processos por agredir homossexuais. Em S�o Paulo, s�o duas ocorr�ncias por les�o corporal.
Um dos parceiros contumazes de Donato em S�o Paulo, segundo a Delegacia de Crimes Raciais, � Artur Ruda Gomes Fonseca, de 20. Os dois chegaram a ser presos no estado, em 2011, depois de terem agredido um grupo de 11 skatistas na Avenida Paulista, nos Jardins.

Clima de al�vio na Regi�o da Savassi


A pris�o dos tr�s rapazes que se identificam como skinheads, no domingo, sob a acusa��o de racismo e forma��o de quadrilha, trouxe al�vio para as v�timas das agress�es cometidas e para comerciantes da Savassi, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Ferido a golpes de soco ingl�s no rosto quando tinha apenas 16 anos, o estudante A.A.M.C., hoje com 18, comemora a pris�o de seu agressor, Ant�nio Donato Peret. “Sinto-me aliviado ao saber que n�o tem um cidad�o como esse circulando mais pelas ruas da cidade. Tenho pena dele, pela cabe�a que ele tem. ”

O estudante n�o consegue esquecer os momentos de terror que viveu ao ser atacado por Ant�nio Donato e outros tr�s homens na Avenida Get�lio Vargas com Rua Tom� de Souza, na Savassi. “Fiquei completamente sem entender. Eram umas 21h e eu tinha sa�do de um shopping para encontrar amigos na Savassi. Algu�m bateu no meu ombro e quando virei come�aram a me agredir. Fiquei em choque”, conta. Para ele, Ant�nio Donato n�o tem condi��es de viver em sociedade.

A m�e do jovem, que � enfermeira, ficou impressionada com a viol�ncia do ataque. “Meu filho sofreu um ferimento na boca e levou oito pontos.” Ela espera que os suspeitos continuem presos. “S�o extremamente violentos, deram v�rios socos no est�mago do meu filho e o chutaram.” O dono de um bar da Tom� de Souza chamou a pol�cia e os agressores foram presos.
Ex-colegas de trabalho de outro dos presos no domingo, Marcus Cunha, ficaram surpresos com a not�cia de que ele estaria envolvido em um grupo neonazista. Marcos j� trabalhou como coordenador de atendimento em um dos restaurantes mais tradicionais de Belo Horizonte, na Pampulha. “Estou perplexo com o que fiquei sabendo dele. Ele nunca deixou transparecer nada sobre esse seu comportamento no ambiente de trabalho”, disse o gerente operacional da casa, Ronaldo Costa.

Ronaldo conta que Marcus Cunha passou por avalia��o psicol�gica antes de ser contratado, e que comandava uma equipe de 20 gar�ons e que o relacionamento entre eles era bom. “Ele pediu demiss�o por ter recebido uma oferta de trabalho melhor”, disse o gerente operacional.

Cansados de acompanhar a viol�ncia praticada por Ant�nio Donato e seu grupo contra gays, negros, moradores de rua e hippies, comerciantes da Savassi comemoraram a pris�o de tr�s dos acusados dos crimes. “Com eles presos, a Savassi vai ficar mais segura e tranquila. Ant�nio Donato sempre estava no meio da confus�o”, disse o dono de um bar.


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