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Estado de Minas

Tremores em Montes Claros devem continuar, mas ser�o menores de 5.0 na escala Richter


postado em 19/04/2013 08:40 / atualizado em 26/11/2019 15:10

O abalo de 3,7 graus na escala Richter, registrado em Montes Claros na manh� de quinta-feira, foi mais um evento da sequ�ncia de tremores que v�m ocorrendo na cidade nos �ltimos tr�s anos. Ap�s o mais forte deles – de 4,2 de magnitude , ocorrido em 19 de maio de 2012, no in�cio de junho passado, foram instaladas na cidade nove esta��es sismogr�ficas da Universidade de Bras�lia (UnB) e da Universidade de S�o Paulo (USP), que passaram a monitorar os fen�menos, em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Em mar�o �ltimo, foi divulgado relat�rio dos estudos, que confirmaram que a causa dos sismos � uma falha geol�gica de 3 quil�metros de extens�o, situada a cerca 1,5 a 2 quil�metros de profundidade.

Conforme registros dos aparelhos da UnB e da USP, entre maio e dezembro de 2012, ocorreram 176 “eventos” no munic�pio, dos quais a metade “fen�menos naturais” (tremores) e outra metade detona��es realizadas por pedreiras. O sismo da �ltima quinta-feira n�o provocou danos, a n�o ser rachaduras em paredes de algumas casas. Mesmo assim, provocou muito susto na popula��o. O Corpo de Bombeiros recebeu cerca de 200 liga��es, quase todas de moradores que ficaram muitos assustados. As aulas em algumas escolas tamb�m foram prejudicadas. De acordo com a UNB, o abalo teve como epicentro a Vila Atl�ntida (pr�xima da falha geol�gica, apontada como causa dos fen�menos) e foi sentido em todas regi�es da cidade e em munic�pios vizinhos. O fen�meno tamb�m teve grande repercuss�o nas redes sociais.

Um quest�o foi levantada pelos moradores: porqu� os tremores se intensificaram nos �ltimos anos? Como resposta, o chefe do Observat�rio Sismol�gico da Universidade de Bras�lia, Lucas Vieira Barros, explica que os abalos s�o c�clicos, ou seja: podem ocorrer em determinada regi�o por um determinado per�odo e depois e s�o interrompidos. “Os sismos podem ocorrer em uma regi�o durante tr�s, quatro, cinco anos ou mais”, explica o especialista, lembrando que em Porto dos Ga�chos (Mato Grosso) teve uma sequ�ncia de tremores durante cerca de 10 anos, entre os anos 1990 e 2000.

“Normalmente, h� uma sismicidade que dura um certo per�odo. A�, come�a novamente um lento e gradual ac�mulo de energia no interior da terra, que pode demorar 10, 20, 50, 100 e at� 1 mil anos para ser liberada novamente e provocar outros tremores”, afirmou Vieira Barros. O ambientalista Jos� Ponciano Neto, de Montes Claros, disse acreditar que os tremores registrados na cidade estejam relacionados com interven��es no subsolo, como a abertura de po�os tubulares e perfura��es para pesquisas sobre ocorr�ncia de g�s natural. “Mas, n�o existe rela��o entre os fen�menos e as interfer�ncias do homem na natureza”, assegurou o chefe do Observat�rio da UnB.

Vieira Barros tamb�m afirmou em situa��es que s�o registrados pequenos tremores em sequ�ncia, podem ocorrer um abalo de maior intensidade. No entanto, pelas caracter�sticas do Brasil e da falha geol�gica de Montes Claros, praticamente est� descartada a possibilidade de ocorr�ncia de um tremor com intensidade acima de 5.0 graus na escala Richter, capaz de provocar grandes preju�zos.

O chefe do Observat�rio Sismol�gico da UnB ressaltou que o tremor registrado ontem em Montes Claros, devido ao hor�rio em que aconteceu – “em que muita gente ainda estava acordando” – acabou assustando mais as pessoas, apesar de n�o provocar danos.
O coordenador municipal de Defesa Civil de Montes Claros, Mattson Malveira, informou que fez vistorias em casas em diversos bairros. Por�m, a Defesa Civil s� interditou um quarto de uma casa no bairro Bela Vista, pr�ximo da Vila Atl�ntida. “Na verdade, a casa j� tinha sido atingida por outros tremores anteriormente”, explicou Malveira.

O aut�nomo Renato Barbosa, de 30 anos, ficou muito assustado e chamou os bombeiros para fazer uma vistoria em sua casa, que apresentaram trincas em uma parede. Os bombeiros constaram que as trincas eram antigas. “Mas, com o tremor de hoje (ontem), houve um deslocamento no gesso do teto da minha casa. Realmente, o susto que tivemos foi muito grande”, contou Renato, no momento do abalo de ontem, assistia televis�o.

O estudante Tiago da Silva, de 8 anos, � um dos 500 que estavam no local. "Meus colegas gritava, choravam e sa�riam correndo. Senti muito medo, parecia que a escola ia cair", diz o menino.

No Centro Municipal de Educa��o Infantil (Cemei) Nossa Senhora da Concei��o, no bairro Santos Reis, muitas crian�as n�o participaram das atividades, ontem de manh�, por causa do abalo sismo. “Est�vamos fazendo a ora��o di�ria no momento do tremor. Uma telha caiu e quase atingiu uma crian�a”, relatou Fabr�cia de Oliveira, professora da entidade, que atende 160 crian�as. Segundo Fabr�cia, assustados, muitos pais foram buscar os filhos logo ap�s o abalo s�smico.


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