Clarisse Souza, Landercy Hemerson, Patricia Giudice e Paula Sarapu
Os aplicativos que possibilitam chamar um t�xi via smartphone chegaram ao mercado prometendo encurtar a dist�ncia que separa o usu�rio do taxista. Para isso, acenam com alguns diferenciais: ao ter a corrida confirmada, o candidato a passageiro recebe pelo celular informa��es sobre o modelo e a placa do ve�culo, o nome do motorista e, no caso de um dos programas, at� a foto do profissional. Um dos servi�os permite ainda que se escolham opcionais do carro. Como as equipes do EM comprovaram em testes na noite de quinta e no in�cio da tarde de sexta-feira, a agilidade ainda � o ponto fraco do sistema. N�o falta quem aposte, por�m que o servi�o tem futuro se conseguir sanar as falhas atuais, inclusive a que permite a taxistas aceitar corridas e depois desistir delas, deixando o cliente a ver navios.
Para o motorista Lucas Nicodemos – que atendeu via aplicativo a chamada da rep�rter que aguardava para seguir da Rua Guanh�es, esquina com Varginha, para a Avenida Alfredo Balena, na �rea Hospitalar – os smartphones devem, a curto e m�dio prazo, substituir os pontos de t�xi das ruas. Ele diz que acaba sendo mais seguro para o passageiro, uma vez que o programa confirma a sa�da do carro e os dados do condutor. “A gente precisa apresentar c�pia da habilita��o e do crach� de autoriza��o para poder se cadastrar. Atendo em m�dia 15 corridas pelo aplicativo e nem passo mais nos pontos”, explica. Ele admite que os passageiros que dependem de cart�o de cr�dito acabam esperando um pouco mais, por causa do prazo para pagamento, de 30 dias. “Eu mesmo s� pego se estiver muito pr�ximo”, admite. Ao chegar ao destino, quem usa o pedido de t�xi virtual recebe por e-mail uma pesquisa sobre a qualidade do servi�o.
O pedido aceito por Lucas Nicodemos foi feito �s 13h de sexta-feira e o sistema confirmou o recebimento imediatamente, na tela do celular e tamb�m por e-mail. Havia informa��es ainda sobre o motorista e o t�xi, al�m do tempo estimado da chegada. O carro vinha do Bairro Cachoeirinha pela Ant�nio Carlos, trajeto que foi acompanhado pelo mapa de localiza��o, e chegou �s 13h10, como previsto. Um sinal sonoro com mensagem informava a chegada do ve�culo.
Na Avenida Get�lio Vargas, a busca com o smartphone come�ou �s 12h14 de sexta-feira. Dez minutos depois, o sistema do Easy T�xi informou que n�o havia carro dispon�vel e que nova procura seria feita entre os parceiros. Apenas um minuto depois, mensagem indicava o nome do motorista, celular, placa e o modelo do carro que estava a caminho. O usu�rio acompanhou pelo celular via GPS a localiza��o e movimenta��o do autom�vel.
Puni��o
Quanto aos taxistas que usam os aplicativos e cancelam corridas confirmadas, o supervisor de transporte por t�xi da BHTrans, Carlos Franklin, disse que a puni��o � poss�vel, mas apenas em caso de den�ncia pelo usu�rio, por meio do telefone 156. Ele explicou que qualquer empresa que quiser entrar no sistema de t�xi de BH tem que ser cadastrada na BHTrans ap�s avalia��o de documentos. “Tanto a empresa quanto o taxista est�o sujeitos a penalidade, porque � uma recusa de corrida, proibida na legisla��o”, explicou, acrescentando que a multa � de R$ 108. “Quando faz o cadastramento na BHTrans, a empresa tem que se comprometer em atender o cliente, cuidar das chamadas e da conduta do profissional que aceita fazer parte do sistema”, disse.
O Estado de Minas procurou os respons�veis pelos aplicativos Easy Taxi e WayTaxi. Por nota, a dire��o do primeiro sistema informou que 474 carros est�o cadastrados em Belo Horizonte. Segundo a empresa, a estimativa m�dia de chegada do motorista � de 10 minutos. A WayTaxi informa telefones de contato em sua p�gina na internet, mas o atendimento eletr�nico tem apenas uma caixa postal. Ningu�m retornou os contatos feitos pelo EM.
Disque-t�xi cumpre prazo, mas sofre com alta demanda
Na corrida pelo t�xi feita por equipes do EM, as cooperativas atenderam aos chamados no tempo previsto, mas nem sempre foram t�o r�pidas quanto a consagrada busca pelo aceno. No hor�rio de pico, a previs�o dada pela atendente da Ligue T�xi foi de 15 a 20 minutos, mas o carro chegou em 13 minutos no primeiro trajeto entre o Funcion�rios e o Bairro de Lourdes, na noite de quinta-feira. Mais tarde, o chamado foi feito �s 19h31, com previs�o de 15 minutos, sendo atendido sete minutos antes do previsto.
Apenas da Rua Padre Eust�quio, de volta ao Funcion�rios, o atendimento foi mais demorado. A espera, estimada em no m�ximo 12 minutos, levou o dobro. Ainda assim, a atendente entrou em contato por celular e informou que n�o havia encontrado o t�xi e que o usu�rio poderia desistir do servi�o. No dia seguinte, o servi�o n�o ultrapassou o tempo previsto pelas atendentes em nenhuma das chamadas. Foram usadas as cooperativas Coomot�xi, Ligue T�xi e Coopert�xi.
Os taxistas disseram que o sistema de aviso usado hoje facilitou o envio de carros para os passageiros, e que a comunica��o com a central via r�dio foi abandonada. O presidente da Coomot�xi, �der da Costa Paulino, disse que no hor�rio de pico o tempo previsto de espera pelo carro fica entre 25 e 40 minutos, prazo que fora do rush cai para 5 minutos. A cooperativa trabalha com 300 carros. A coordenadora da Ligue T�xi, Graciele Vieira, afirmou que a demanda nos �ltimos tempos aumentou muito e com isso h� mais atrasos.
BHTrans pretende monitorar demanda
Assim que os 605 novos t�xis entrarem no sistema de Belo Horizonte, a BHTrans promete come�ar um estudo para identificar se o tempo de resposta aos usu�rios diminuiu. O supervisor de transporte por t�xi da empresa, Carlos Franklin, n�o descarta que nova licita��o seja aberta, caso o n�mero n�o seja suficiente. At� agora, j� entraram 238 taxistas classificados no processo seletivo. Os outros ainda t�m 90 dias para comprar os carros e come�ar a trabalhar.
Para garantir que os ve�culos estejam rodando pelo menos 12 horas por dia na cidade, durante 26 dias no m�s, um sistema biom�trico est� sendo instalado nos novos carros. Quando o profissional ligar o tax�metro, ter� que registrar as digitais para dar in�cio � corrida. A BHTrans, segundo Franklin, est� estudando uma forma de incentivar que os taxistas antigos migrem para a biometria.