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Estado de Minas POLUI��O QUE SUFOCA E ADOECE

Interna��es por problemas respirat�rios aumentam 13% em BH, Betim e Ibirit�

Gases veiculares s�o os principais respons�veis pelo aparecimento ou agravamento de males respirat�rios


postado em 08/05/2013 06:00 / atualizado em 08/05/2013 07:42

O sofrimento de pacientes com problemas respirat�rios cr�nicos e o adoecimento de pessoas saud�veis se agravaram em Belo Horizonte e na regi�o metropolitana em decorr�ncia dos altos �ndices de polui��o do ar e �s condi��es clim�ticas, principalmente no inverno. A cada cinco dias do ano passado, por exemplo, um apresentou concentra��es do g�s poluente oz�nio abaixo do ideal nas seis esta��es de medi��o. E a cada semana, um dia foi de concentra��es abaixo dos �ndices inofensivos de part�culas em suspens�o na atmosfera. Os dados s�o da Funda��o Estadual de Meio Ambiente (Feam) e indicam que em 98% dos casos o vil�o s�o as emiss�es de gases veiculares, justamente no ano em que a frota da capital ultrapassou passou de 1,5 milh�o de ve�culos emplacados.


O g�s CO2 emitido pela combust�o dos ve�culos em BH superou em 45% as concentra��es nos �ltimos 10 anos. E o resultado, segundo a an�lise de especialistas sobre levantamento do Sistema �nico de Sa�de (SUS), foi um aumento de 6% (10.294 casos) nas interna��es por doen�as causadas ou agravadas pela polui��o em BH, Betim e Ibirit�, com rela��o � m�dia dos �ltimos cinco anos (9.668).

S� de 2011 para 2012, por exemplo, o n�mero de pacientes internados nos hospitais que atendem a rede p�blica nas tr�s cidades – onde est�o os seis medidores da Feam – cresceu 13,6%, de 9.058 para 10.294. As doen�as relacionadas � polui��o indicadas pelos especialistas s�o c�ncer de traqueia, br�nquios e pulm�es, infec��es agudas das vias a�reas, bronquite, bronquiolite, sinusite, enfisema pulmonar e outras enfermidades respirat�rias.

“Nos consult�rios temos sentido o aumento de doen�as respirat�rias. A polui��o maior, numa �poca seca e fria de inverno, quando esses gases n�o se dissipam com facilidade, agrava a situa��o”, alerta o presidente da Sociedade Mineira de Pneumologia, Maur�cio G�es. “Crian�as, que ainda est�o atravessando a forma��o do sistema imunol�gico, e os idosos, acima de 65 anos, que j� o t�m debilitado, s�o mais suscet�veis a desenvolver doen�as respirat�rias”, alerta.

Mesmo a melhoria na qualidade do ar apontada pelos seis sensores da Feam entre 2011 e 2012 n�o foi suficiente para reduzir os efeitos nocivos � sa�de. As medi��es de part�culas suspensas no n�vel considerado bom aumentaram de 47,9%, em 2011, para 75,2%, no ano passado, e as de oz�nio passaram de 60,9% para 74,4% no per�odo. Os par�metros usados pela Feam, no entanto, s�o considerados obsoletos por especialistas e pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). S�o �ndices estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), na d�cada de 1990, e essa defasagem indica que a qualidade do ar na Grande BH � pior do que parece.

O limite considerado “bom” pelo Conama para part�culas s�lidas ou l�quidas em suspens�o na atmosfera, geralmente oriundas da combust�o veicular e atividade industrial, � de 50 micr�metros, e o toler�vel, ou padr�o regular, at� 150 micr�metros. Pela recomenda��o da OMS, a concentra��o dessa subst�ncia na atmosfera n�o poderia passar de 20 micr�metros, ou seja, o limite para qualidade “boa”, pelo Conama � 60% superior aos �ndices da organiza��o e 87% maiores no n�vel de conceito regular. As concentra��es do g�s oz�nio, subproduto da polui��o e da radia��o ultravioleta solar, para o conselho nacional come�am a ser impr�prios acima de 160 micrometros, quando j� teriam ultrapassado em 37,5% o m�ximo tolerado pela OMS, de 100 micr�metros.

Um padr�o mais restritivo que o do Conama deve ser adotado este ano em S�o Paulo, que tem 14 esta��es de medi��o. BH s� tem um ponto de capta��o e avalia��o da qualidade do ar, que ficava na Pra�a da Esta��o, no Centro, e passou para a Gameleira, na Regi�o Oeste. “� muito pouco. N�o d� para ter uma avalia��o precisa da capital”, critica o presidente da Sociedade Mineira de Pneumologia.

O gerente de Monitoramento da Qualidade do Ar e Emiss�es da Feam, Fl�vio Daniel Ferreira, destaca: “� not�vel a necessidade da revis�o da legisla��o nacional, no entanto, os par�metros da OMS s�o demasiadamente restritivos, sendo necess�ria a restri��o gradual, com valores intermedi�rios e assim sucessivamente at� que cheguar pr�ximo aos valores da OMS”. Mas faz ressalvas. “Restringir os valores para qualidade do ar por si s� n�o ameniza o problema, o mesmo deve ocorrer concomitantemente com pol�ticas para reduzir emiss�es.”

Tosse

H� cerca de uma semana, a auxiliar de servi�os gerais Alcione Perez de Jesus, de 18 anos, come�ou a ter crises de tosse e falta de ar. “Estou sentindo o tempo muito seco e com muita poeira. H� dois anos eu n�o tinha tanta dificuldade de respirar”, diz ela, que tem asma e bronquite. “Tento n�o fazer muito esfor�o. Os problemas surgem principalmente durante o dia. � noite, alivia um pouco”, acrescenta.

O filho dela, Kau� Gabriel Perez, de 3 meses, apresenta sintomas similares. “H� tr�s semanas ele vem puxando mais o ar do que o normal para respirar. O nariz fica entupido. Est� tossindo muito, o dia inteiro, e acordando mais � noite”, conta a m�e. A fam�lia n�o tem aparelho inalador em casa e, ontem � tarde, o jeito foi procurar a unidade de pronto atendimento (UPA) da Regi�o Oeste. “A situa��o piorou nos �ltimos dias”, afirmou.


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