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Estado de Minas

Opera��o labirinto da Lei Seca vai tomar conta de BH

Secretaria aprova megablitz que fechou todos os acessos ao Bairro de Lourdes no fim de semana. Barreiro, Pampulha e outros bairros da Zona Sul ser�o pr�ximos alvos de a��o quinzenal


postado em 14/05/2013 06:00 / atualizado em 14/05/2013 06:39

Todos os caminhos levam à blitz: cerco armado em área nobre foi aprovado por moradores, mas assustou frequentadores de casas noturnas e derrubou movimento(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Todos os caminhos levam � blitz: cerco armado em �rea nobre foi aprovado por moradores, mas assustou frequentadores de casas noturnas e derrubou movimento (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)



Depois da primeira experi�ncia no fim de semana no Bairro de Lourdes, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, a “opera��o labirinto” da Lei Seca passou no teste da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e vai virar padr�o na capital dos botecos. As regi�es do Barreiro e Pampulha, al�m da Savassi e do Bairro S�o Bento, ambos na Regi�o Centro-Sul, est�o na lista das pr�ximas a��es. A cada 15 dias, um esquema especial contra a fuga de infratores ser� montado em locais de grande concentra��o de bares e restaurantes. Por�m, a expans�o ainda maior do modelo esbarra no n�mero insuficiente de profissionais para esse tipo de fiscaliza��o. Comerciantes se queixam do que consideram exagero da opera��o, que espantou pelo menos 30% dos clientes no fim de semana em Lourdes.

Adaptada de modelos usados no Rio de Janeiro, o intuito da opera��o � formar circuitos fechados com cones e cavaletes nas principais vias no entorno de �rea de concentra��o da boemia, eliminando rotas de fuga e for�ando os ve�culos a passar obrigatoriamente pelas blitzes. A estrat�gia foi montada para pegar motoristas que se valem de ferramentas como o Twitter para escapar da fiscaliza��o. “Fizemos um estudo que identificou esse problema. Ao cercar por todos os lados uma determinada �rea, mesmo sabendo da opera��o, poss�veis infratores ficam ilhados”, afirma o subsecret�rio de Integra��o de Defesa Social, Daniel Malard.

De acordo com ele, apesar de o projeto piloto ter ocorrido em Lourdes, a estrat�gia ser� aplicada em outros endere�os. “O foco n�o � Lourdes, mas locais de concentra��o de bares, boates e restaurantes. Haver� blitzes no Barreiro, Pampulha, Savassi, S�o Bento. Vamos enumerar as regi�es, para que a opera��o tenha efic�cia”, afirma Malard. Mas a amplia��o da estrat�gia, que ocorrer� a cada duas semanas, trope�a na falta de efetivo. “Faremos quinzenalmente, aos fins de semana. Com o efetivo atual, n�o conseguimos realizar opera��es desse porte em duas, tr�s regi�es ao mesmo tempo”, diz.

Da noite de sexta-feira at� a madrugada de s�bado, tr�s blitzes foram montadas simultaneamente nas ruas B�rbara Heliodora, Santa Catarina e Rio de Janeiro, entre 21h30 e 3h da manh�. As vias pelas quais motoristas poderiam desviar para tentar fugir do baf�metro foram fechadas. Cerca de 60 agentes das pol�cias Civil e Militar, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e BHTrans estavam envolvidos. Uma viatura com baf�metro tamb�m ficou dispon�vel para abordar ve�culos que eram entregues a motoristas que haviam consumido �lcool em ruas pr�ximas. Em quase cinco horas de blitzes, 227 ve�culos foram abordados. Seis motoristas foram flagrados cometendo infra��o de tr�nsito por consumo de �lcool. Quatro foram detidos por crime (mais de 0,34 miligrama de �lcool por litro de ar expelido no baf�metro ou sinais evidentes de embriaguez), em uma opera��o que dividiu opini�es.

Quando o representante comercial Jo�o Campos, de 26 anos, chegou sexta-feira a Lourdes para encontrar os amigos em um bar, se deparou com um aparato de guerra. “Os carros de pol�cia estavam fechando as ruas. Era uma movimenta��o estranha e exagerada, pois interditaram todos os acessos do bairro”, afirma. Apesar dos excessos da opera��o, Jo�o, que assume que tinha a inten��o de beber e dirigir no dia, considera que a blitz cumpriu o objetivo. “Minha namorada n�o bebeu e voltou dirigindo. Tenho amigos que voltaram de t�xi, mas outros esperaram a blitz terminar”, conta.

Depois da experi�ncia, o representante repensou o comportamento. “Essa opera��o me deixou em alerta, mas o problema � que ningu�m pensa em alternativas para melhorar a oferta de �nibus e t�xi”, critica. Estudante de medicina, Eduardo Barbosa, de 25, foi abordado na blitz da Santa Catarina depois de sair de um bar do Comida di Buteco no Santa Tereza e seguir para tomar um sorvete em Lourdes. “O tr�nsito estava horr�vel e passei 30 minutos no engarrafamento no bairro. N�o havia bebido e soprei o baf�metro tranquilo. S� acho que foi um pouco assustador, pelo aparato que eles montaram. Muitas pessoas acabam pagando pelos excessos de alguns”, afirma.

Os moradores contam que j� pediam um rigor maior no bairro e torcem para que a blitz se repita. “Esperamos que ela ocorra sempre nos fins de semana, pois acreditamos ser uma boa li��o � sociedade. BH tem que sentir o rigor no cumprimento da legisla��o”, afirma a presidente da Associa��o dos Moradores do Bairro de Lourdes (Pr�-Lourdes), L�cia Pinheiro Rocha, de 50 anos, metade deles vivendo no bairro. Presidente da Associa��o dos Moradores da Pra�a Mar�lia de Dirceu e Adjac�ncias (Amalou), Jeferson Rios ressalta que o s�bado seguinte �s blitzes foi de sossego. “N�o havia carros importados acelerando no bairro. O trabalho foi bem feito”, ressalta.

Segundo o subsecret�rio, n�o h� como fazer uma opera��o desse porte sem impactos. “Fazer uma blitz e n�o ter congestionamentos � imposs�vel. Mas, com essa estrutura, evitamos que pessoas que beberam dirijam. Eles acabam ligando para algu�m buscar o carro ou pegando um t�xi”, diz Malard.


Ponto cr�tico

Voc� considera que a cria��o de supercircuitos de fiscaliza��o deve virar padr�o na cidade?

Jos� Aparecido Ribeiro, residente do Conselho Empresarial
de Pol�tica Urbana da ACMinas

N�O

“Ningu�m � contra blitz para pegar os assassinos no tr�nsito, mas a opera��o foi desproporcional. As pessoas se depararam com um espet�culo cinematogr�fico in�dito em BH. � inadmiss�vel que o terror seja usado para constranger e levar � bancarrota muitos restaurantes. A atitude fugiu ao princ�pio da razoabilidade. Os restaurantes de Lourdes geram empregos, pagam impostos, funcionam na legalidade. N�o podem conviver com tamanho disparate, sob pena de uma quebradeira sem precedentes.”

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Valdir Ribeiro Campos, M�dico, psiquiatra e coordenador de pesquisas ue tratam da mistura �lcool e dire��o


EM TERMOS


“As blitzes para flagrar os infratores da Lei Seca s�o necess�rias e precisam ser vis�veis para a popula��o. O maior objetivo � que as pessoas se conscientizem de que n�o devem ingerir bebida alco�lica e assumir a dire��o, e que h� uma fiscaliza��o de rotina. As opera��es, por�m, devem parar motorista aleatoriamente e precisam ocorrer em todas as regi�es da cidade e em mais de um lugar no mesmo bairro. N�o podem ser concentradas apenas em um per�metro.”


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