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Estado de Minas

Ruas viram mot�is em Belo Horizonte

Motoristas pegam mulheres e travestis na Avenida Afonso Pena para fazer programas no Mangabeiras, onde moradores reclamam de sujeira e brigas dentro de carros e nas cal�adas


postado em 19/05/2013 06:00 / atualizado em 19/05/2013 07:09

Presença de prostitutas em BH, como na orla da lagoa, está aumentando. Copa deve atrair mais ainda, segundo associação(foto: TULIO SANTOS/EM/D.A PRESS)
Presen�a de prostitutas em BH, como na orla da lagoa, est� aumentando. Copa deve atrair mais ainda, segundo associa��o (foto: TULIO SANTOS/EM/D.A PRESS)


 

Sexta-feira. Faltam poucos minutos para a meia-noite. Uma Dobl� estaciona na Rua Aldo Casillo, no Bairro Mangabeiras, Centro-Sul de BH. O carro para sob a copa de uma �rvore, em ponto pouco iluminado pelos postes. N�o � poss�vel discernir a cor do ve�culo, mas d� para ver o motorista sair sem camisa e ficar em p� de frente para a porta aberta do passageiro e fazer sexo com uma mulher.

No bairro predominam resid�ncias luxuosas e as ruas s�o pouco movimentadas na maior parte da noite, muita gente n�o teme “praticar ato obsceno em lugar p�blico”, crime que pode ser punido com multa ou deten��o de tr�s meses a um ano, segundo o artigo 233 do C�digo Penal. O problema � antigo, mas moradores relatam que a situa��o piorou. “As queixas se tornaram mais frequentes h� dois anos”, informou o presidente da Associa��o dos Moradores do Bairro Mangabeiras, Marcelo Marinho Franco.

A maioria dos motoristas indiscretos, segundo ele, � cliente de garotas de programa e travestis que trabalham nas cal�adas da Avenida Afonso Pena, tradicional ponto de prostitui��o. “Esses indiv�duos passam de carro, pegam aquelas pessoas em exposi��o ali e levam para o Mangabeiras. Fazem ruas de motel”, constata. Uma das ruas mais problem�ticas � a Aldo Casillo. “� a que tem mais reclama��es. De tempos em tempos, solicitamos � Pol�cia Militar que d� prioridade a esse local. Pedimos que uma viatura passe toda noite, com giroflex ligado e tocando a sirene. E a PM tem nos atendido, na medida das suas limita��es”, disse Franco.

Em uma resid�ncia da Aldo Casillo, uma administradora de empresas de 38 anos mora com o pai, de 73, e a m�e, de 72. “Sempre houve movimenta��o grande aqui, mas piorou muito de dois, tr�s anos pra c�. Qualquer dia tem, mas sexta e s�bado � pior. Eles costumam chegar depois das 22h e ficam na madrugada. Sai um carro, chega outro. No domingo, a gente encontra essa sujeira”, diz. S�o preservativos e papel higi�nico  na cal�ada. A m�e critica a PM. “Tinha um casal fazendo sexo aqui em frente. Chamei a pol�cia, que s� conversou com o pessoal, que se mandou e ficou por isso mesmo”, disse.

Na Comendador Viana, por volta das 23h30 de um s�bado, um Siena estava estacionado atr�s de uma ca�amba. O “esconderijo” n�o era suficiente para omitir o casal que namorava no banco de tr�s. As ruas Engenheiro Bady Salum e Paschoal Riccio, no limite com o Parque das Mangabeiras, est�o entre as mais procuradas, segundo o presidente da associa��o de moradores. “Sexta, s�bado e domingo s�o os piores dias. V�rias ruas sofrem com esse problema”, diz uma psic�loga de 50 anos. Pouco depois das 23h de uma sexta, havia um Palio estacionado na Paschoal Riccio, ao lado da Pra�a Luiz Ot�vio Fraga. Apesar de o ve�culo estar em um ponto escuro, sob uma �rvore, a janela entreaberta deixava perceber o banco reclinado para tr�s, onde um casal fazia sexo.

Afonso Pena

Ao longo da Avenida Afonso Pena, principalmente entre as avenidas Brasil e Bandeirantes, prostitutas se exibem nas cal�adas durante a noite. Elas ficam em p�, encostadas em postes e placas, sentadas em pontos de �nibus. Usam roupas diminutas, mas poucas chegam � ousadia de travestis que mostram os seios, ficam apenas de calcinha. Por volta das 21h30, uma garota trabalhava no quarteir�o entre a Rua Maranh�o e a Avenida do Contorno. Segurava uma bolsa, vestia uma blusa rosa decotada, saia preta justa e curta. Como a maioria das colegas, encarava com insist�ncia, e �s vezes com sorriso insinuante, os homens que passavam de carro. Sem revelar nome nem idade, contou que trabalha no local h� cinco anos e que � comum fazer sexo no carro do fregu�s. “A gente vai mais a motel, mas �s vezes � na rua mesmo, depende da vontade do cliente”, explicou. Ela confirma que o Mangabeiras � um dos endere�os preferidos e que j� foi abordada duas vezes pela pol�cia dentro de carros de clientes. “O policial s� disse que rua n�o � lugar de fazer isso e a gente foi embora”, relatou.

A presidente da Associa��o das Prostitutas de Minas Gerais, Cida Vieira, admite que algumas se relacionam com cliente dentro dos ve�culos: “O carro � propriedade do condutor, cabe a ele dizer o que pode fazer no carro. Se � uma coisa r�pida, pode ser feita no carro. Quando � mais demorada, elas pedem para ser em motel”, acrescenta.


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