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Estado de Minas

Prostitui��o na porta de casa

Moradores da Pampulha e do Mangabeiras reclamam da presen�a de garotas de programa. Al�m da pr�tica de sexo em locais p�blicos, considerada crime, eles denunciam uso de drogas e aumento da viol�ncia


postado em 19/05/2013 06:00 / atualizado em 19/05/2013 07:11

Rua aldo casillo, no Mangabeiras, é usada como motel, sem qualquer restrição. já a avenida otacílio negrão de lima, na orla da lagoa da pampulha, tem vários pontos à luz do dia (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Rua aldo casillo, no Mangabeiras, � usada como motel, sem qualquer restri��o. j� a avenida otac�lio negr�o de lima, na orla da lagoa da pampulha, tem v�rios pontos � luz do dia (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


 

Ruas e avenidas de bairros que abrigam dois dos principais cart�es-postais de Belo Horizonte viraram pontos de prostitui��o em plena luz do dia ou mot�is dentro de carros e em cal�adas. A presen�a de garotas de programa e travestis que migraram de outras regi�es para a orla da Lagoa da Pampulha e �reas pr�ximas levou moradores a se mobilizarem para instalar c�meras nas ruas para tentar inibir a prostitui��o, que, segundo eles, aumentou nos �ltimos anos. Al�m da perturba��o do sossego, eles reclamam do uso de drogas e da criminalidade. No Mangabeiras, que abriga pontos tur�sticos, como dois parques e a Pra�a do Papa, vias com pouca ilumina��o s�o usadas por motoristas que levam mulheres e travestis da Avenida Afonso Pena para o bairro. O aumento de prostitutas em BH � confirmado pela pr�pria associa��o da categoria. No Brasil, prostitui��o n�o � crime, mas sexo em locais p�blicos �, assim como a explora��o sexual.

O aumento de pontos de prostitui��o e de pessoas fazendo sexo dentro de carros na porta das casas est� mobilizando moradores do entorno da Lagoa da Pampulha. Sem respostas da prefeitura e da Pol�cia Militar, eles decidiram agir por conta pr�pria. Na Avenida Otac�lio Negr�o de Lima, bem perto do Museu de Arte e do Pampulha Iate Clube (PIC), cerca de 30 fam�lias se uniram e decidiram instalar 17 c�meras de vigil�ncia para tentar inibir a presen�a de prostitutas. Eles denunciam que mulheres ficam nas ruas dos Estados, Guandu, Garopas e Ilha Grande durante o dia � espera de clientes. Durante a madrugada, o maior problema � na Rua Guandu, ao lado do PIC, na altura do Bairro Jardim Atl�ntico.

Moradores dizem que os pontos de prostitui��o aumentaram h� cerca de tr�s meses com as obras de duplica��o da Avenida Dom Pedro I. Houve migra��o de mulheres da regi�o do Bairro S�o Jo�o Batista para a orla. “Est� insustent�vel, constrangedor. A regi�o fica muito escura � noite, o que favorece a prostitui��o, uso de drogas e aumento da viol�ncia”, desabafa Ernani S�rgio Loretti Marques, que reuniu os vizinhos para tomar provid�ncias. Segundo ele, o quarteir�o era tranquilo, mas h� cerca de dois meses come�aram a ocorrer assaltos.

Cartões-postais de Belo Horizonte viraram pontos de prostituição em plena luz do dia(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Cart�es-postais de Belo Horizonte viraram pontos de prostitui��o em plena luz do dia (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A cobran�a � por mais policiamento, nova ilumina��o e corte de �rvores que escondem as l�mpadas na regi�o. No sistema de monitoramento que ser� instalado, as imagens ser�o gravadas e ficar�o � disposi��o da PM. Eles decidiram tamb�m que os policiais que patrulham a �rea poder�o usar um espa�o na portaria do PIC para atender ocorr�ncias e ver as imagens. Placas ser�o colocadas tamb�m para avisar das filmagens. O custo da iniciativa ser� de R$ 20 mil.

O comandante da 15ª Cia. Especial do 49º Batalh�o, capit�o Wilson Silva de Lima, informou que mant�m viaturas com rondas constantes na regi�o, mas prostitui��o n�o � ilegal e ningu�m pode ser retirado � for�a da �rea, a n�o ser que ocorram crimes. “O que vamos fazer � cadastrar, fazer abordagens inclusive de clientes. S�o formas de inibir”, disse. Segundo ele, a maioria das den�ncias recebidas � de perturba��o de sossego, sexo expl�cito e atentado ao pudor. Algumas pessoas j� foram flagradas com crack e maconha, mas a corpora��o n�o tem dados sobre ocorr�ncias policiais na regi�o.

A reportagem do EM constatou a presen�a de prostitutas na orla e nas ruas pr�ximas em plena tarde. Por volta das 15h, pelo menos sete mulheres faziam ponto na Rua dos Estados e esquina de Guandu com Otac�lio Negr�o de Lima. Sempre em dupla, elas se oferecem para quem parar o carro interessado em um programa. Algumas s�o discretas, outras passeiam pela lagoa � espera de clientes. Olham com desconfian�a e s� se exibem para quem parar e conversar.


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