
Os est�dios recebem os �ltimos acertos, aeroportos est�o longe do ideal e grande parte das promessas de obras de infraestrutura n�o foi cumprida faltando menos de uma semana para a abertura da Copa. Enquanto isso, nos bord�is das ruas Guaicurus e S�o Paulo, a regi�o conhecida como o baixo meretr�cio de BH, o clima de Copa j� toma conta das escadas e paredes, com bandeiras verde e amarelas enfeitando o vaiv�m de clientes que sobem e descem as escadas em busca de alguns minutos de prazer. Mais do que os enfeites nas cores da sele��o canarinho, as profissionais do sexo prometem dialogar em ingl�s e para auxili�-las na tarefa ir�o receber na semana que vem um livreto encartado em uma camisinha, com express�es essenciais para os momentos do enlace �ntimo.
Todo esse preparo tem seu pre�o. Os valores dos programas foram reajustados e, em alguns casos, a "infla��o" pode chegar a 100% em rela��o aos valores no per�odo pr�-Copa. Na Avenida Afonso Pena, tradicional via ocupada por prostitutas, o valor passou de R$ 40 para R$ 50 para os programas realizados dentro do autom�vel e de R$ 80 para R$ 100 para aqueles que preferem levar a garota a um motel. A presidente da Associa��o das Prostitutas de Minas Gerais (Aspromig), Cida Veira, que faz ponto na avenida, acredita que durante os dias do Mundial o valor pode chegar a R$ 150 (motel) e R$ 80 (carro), o que representa praticamente o dobro do valor cobrado antes da Copa.
A Aspromig organiza desde o ano passado aulas de ingl�s e espanhol para as garotas de programa, o que, inclusive, gerou repercuss�o mundial para a associa��o, com reportagens em diversos pa�ses. O professor Igor Fuchs ensina li��es b�sicas da l�ngua de Shakespeare para as mo�as e travestis da capital mineira, principalmente, as que trabalham em hot�is do baixo meretr�cio, nas rua Guaicurus e S�o Paulo, no centro de BH. Ele bolou um livreto que ser� impresso do tamanho do pacote de uma camisinha e ser� distribu�do junto com o preservativo.
As frases, que pretendem auxiliar a prostituta quando ela n�o entender o desejo de um cliente ou mesmo auxiliar as profissionais do sexo a dizerem que ela se nega a fazer algo. O nome do livreto � The Bitch’s Book, ou na tradu��o livre de Fuchs: O Puta livro. "Vai ser impresso e distribu�do, mas preciso da ajuda de um designer para finalizar", conta Fuchs. Quem quiser ajudar basta ligar para a Aspromig (3201-1799).
Cida Vieira afirma que a Copa � um momento para as profissionais do sexo faturarem e que elas devem, sim, reajustar os pre�os. H� alguns anos o valor m�dio do programa nos hot�is (como s�o chamados os pr�dios em que as garotas alugam um quarto e realizam o servi�o) est� estabilizado em R$ 20, sendo que as mais cobi�adas cobravam R$ 30 e, em muitos, casos chegam a formam pequenas filas aguardando a sa�da de um cliente.
A presidente da Aspromig quer refor�ar o esp�rito de Copa na Zona Bo�mia. Planeja enfeitar toda a Rua Guaicurus com bandeirinhas verde e amarela e organizar, no final da pr�xima semana, uma partida de futebol entre as garotas de programa. O nome de uma das equipes � "Time das Peladas" e Cida avisa que todas jogar�o com o n�mero quatro nas costas.
Somente na Zona Bo�mia s�o 23 hot�is e, de acordo com a Aspromig, s�o 4 mil profissionais do sexo. Por�m, o mercado dos prazeres carnais n�o � restrito ao baixo meretr�cio. No Bairro Anchieta, na Boite New Sagitarius, o pre�o m�dio de um programa � R$ 400, por�m o cliente precisa pagar R$ 86 para entrar e mais R$ 86 para "liberar" uma garota caso queira sair e buscar um motel. Em conversa informal, a reportagem apurou que o local – provavelmente o mais caro da cidade – n�o pretende elevar o pre�o durante a disputa do mundial.