
Belo Horizonte j� conta com uma for�a-tarefa para fiscalizar �reas de lazer e entretenimento, a come�ar pelos parques de divers�o. A pedido da prefeitura, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, em parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea/MG), deu in�cio � verifica��o da seguran�a dos brinquedos e outros equipamentos, para evitar risco �s crian�as. S� no Parque Municipal Am�rico Renn� Gianetti, no Centro da capital, 21 brinquedos foram interditados at� que tr�s concession�rias apresentem laudo t�cnico que ateste as condi��es de seguran�a das partes el�tricas.
A suspens�o das atividades no parque, segundo duas empresas respons�veis, pode deixar os brinquedos parados por cerca de 45 dias, at� que os novos projetos sejam executados. Ontem, os tradicionais barquinhos do lago do Parque Municipal tamb�m foram interditados e um engenheiro naval dever� atestar a responsabilidade pelo funcionamento seguro. Na agenda da fiscaliza��o, que poder� ser integrada por fiscais do Minist�rio do Trabalho e Renda e militares do Corpo de Bombeiros, est�o o Parque Guanabara, na Regi�o da Pampulha, e at� o Mercado Central.
Laudo
Ele disse que o contrato com a Funda��o de Parques e Jardins da prefeitura n�o exige o laudo. Segundo ele, houve uma mudan�a na legisla��o e um novo documento ainda n�o foi emitido. Ontem mesmo ele j� contratou uma empresa de engenheira el�trica, por R$ 7,5 mil, para elaborar o projeto, a ser conclu�do em 15 dias. Para execut�-lo, o prazo � de mais 30 dias. “O que vamos fazer com tantos brinquedos fechados por todo esse tempo? Pedi a ao engenheiro el�trico que assine um laudo mostrando que n�o h� nenhum problema com a estrutura atual, para tentar manter o funcionamento enquanto fazemos os ajustes e as melhorias. S� quero mais prazo porque, sen�o, o preju�zo ser� muito grande”, explicou Vagner.
De acordo com a gerente do parque, Tatiana Cordeiro, os laudos devem ser apresentados semestralmente e todos est�o em dia. Alguns venceriam s� no fim do m�s, mas o Crea-MG constatou que o laudo mec�nico perdeu validade no fim de semana, o que j� seria pass�vel de notifica��o por parte dos �rg�os competentes. “Os brinquedos recebem manuten��o frequente a parte el�trica tem uma nova norma. Os �rg�os inclusive ter�o de orientar a prefeitura a mudar seus contratos, mas essa interdi��o foi preventiva. Os brinquedos nunca apresentaram problema de curto-circuito e sei que as empresas fazem um trabalho bastante respons�vel”, acrescentou a gerente.
O engenheiro Nilson Luiz da Silva, da Defesa Civil, respons�vel pela interdi��o, informou que houve um acordo de coopera��o m�tua e abordagens em conjunto nas �reas de lazer da cidade. Reuni�es peri�dicas est�o tra�ando o cronograma, para que cada �rg�o cuide do que � de sua responsabilidade. Na semana que vem, as visitas ocorrer�o no Parque Guanabara. “Todos est�o sujeitos. Aqui no Municipal n�o � um risco iminente, mas � imprevis�vel. E, se existe o risco, pode haver dano.”
Crian�as ficam decepcionadas
Com os brinquedos interditados, quem foi ao parque acabou frustrado por n�o poder brincar. A manicure Almira Pereira, de 29 anos, levou o filho, Renan, de 2, para curtir a manh� no parque e acabou surpreendida pelos avisos deixados da Defesa Civil. “Pelo visto n�o vai dar. At� eu queria andar na roda-gigante”, disse. A crian�a n�o tem d�vidas na hora de escolher o brinquedo preferido e aponta para o bate-bate. “Ele gosta muito de carrinho, o jeito agora � esperar resolver os problemas e voltar.”
A av� de C�sar, de 5 anos, prometeu que o levaria aos brinquedos depois do exame de cora��o que ele fez ontem � tarde na Santa Casa. O menino far� cirurgia e foi ao m�dico motivado pela divers�o. “Queria ir no cavalinho”, contou ele. O jeito foi a diarista Aparecida Pinto, de 53, lev�-lo para ver peixes e barcos. J� o oper�rio Wagner Maia, de 30, que estava de folga ontem, deixou os tr�s filhos brincando no carrossel desligado. “Sa�mos de Ribeir�o das Neves para aproveitar o parque e eles acharam que a culpa era minha. Ser� que consertam at� domingo?”, indagou.
A vendedora de pipoca M�rcia de F�tima, 61, trabalha desde 1966 no parque e diz que foi pega de surpresa. “S�o fam�lias inteiras que dependem da nossa atividade. Nunca ocorreu isso. Tomara que os brinquedos voltem logo a funcionar”, diz. O colega dela Eduardo Sena calcula queda brusca no faturamento. “Se os brinquedos n�o funcionarem, o preju�zo vai ser alto.”