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Estado de Minas

Restaura��o de Igrejas renova a f� e a mem�ria dos mineiros

Ap�s seis meses de paralisa��o, obras na Matriz de Nossa Senhora de Nazar�, em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, est�o perto de terminar. Moradores ficaram aliviados


postado em 02/06/2013 00:12 / atualizado em 02/06/2013 07:43

Restauração da igreja de Nossa Senhora de Nazaré, no distrito de Cachoeira do Campo (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press. Brasil)
Restaura��o da igreja de Nossa Senhora de Nazar�, no distrito de Cachoeira do Campo (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press. Brasil)

Ouro Preto –
Nada como um projeto adequado, equipe t�cnica dedicada e, claro, recursos para garantir a restaura��o de um monumento do in�cio ao fim. Seis meses depois de ver paralisados os servi�os de recupera��o da Matriz de Nossa Senhora de Nazar�, por falta de repasse de verba federal � empresa respons�vel pela obra, a comunidade de Cachoeira do Campo, em Ouro Preto, na Regi�o Central, olha para a igreja do in�cio do s�culo 18 com al�vio e fortalece a esperan�a de v�-la segura e totalmente preservada at� meados do ano que vem. Quem entra hoje no templo barroco, tombado desde 1949 pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), pode ver o avan�o significativo do trabalho, com 95% dos cupins dizimados, telhado pronto, altares livres da degrada��o e surpreendentes descobertas no forro em policromia. “Estamos felizes e com o cora��o tranquilo. Temos certeza de que, de agora em diante, a obra n�o para mais”, diz o titular da Par�quia de Nossa Senhora de Nazar�, padre Oldair de Paulo Mateus. A igreja est� fechada para as celebra��es religiosas desde setembro de 2011.


Na semana passada, uma equipe formada por autoridades do patrim�nio federal e municipal, engenheiros da construtora e moradores do distrito esteve na igreja para uma avalia��o dos primeiros resultados. O chefe do escrit�rio t�cnico do Iphan em Ouro Preto, arquiteto Jo�o Carlos Cruz de Oliveira, explicou que o restauro da matriz representa uma “parceria piloto” do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) das Cidades Hist�ricas, que dever� ser anunciado pela presidente Dilma Roussef em junho, embora, no caso de Cachoeira do Campo, os recursos (R$ 1,8 milh�o) sejam do Minist�rio das Cidades com repasse feito pela Caixa Econ�mica Federal e aprova��o do Iphan. A prefeitura local deu a contrapartida de 10% do custo da obra.

O interior da nave ainda est� tomado por andaimes, mas basta olhar os ret�bulos para ver as v�rias etapas da empreitada prevista para terminar em abril de 2014. Jo�o Carlos aponta o altar de Nossa Senhora do Ros�rio, com todos os elementos art�sticos higienizados, e ao lado, o de Bom Jesus, preparado com uma base pr�pria, denominada bolo arm�nio, para receber as folhas de ouro. Na parte inferior desse altar, alguns detalhes resplandecem depois do douramento. No lugar onde falta uma pe�a de cedro original, a equipe tem um profissional para reproduzi-la, e de imediato, o arquiteto mostra num ret�bulo lateral um anjo ainda na madeira nua.

Ao lado do padre Oldair, h� um ano celebrando missas e realizando as demais celebra��es na Igreja de Nossa Senhora das Merc�s, Jo�o Carlos retira o pl�stico bolha que cobre o camarim, estrutura do altar-mor, j� higienizada no qual fica a padroeira Nossa Senhora de Nazar�. Os douramentos vir�o a seguir. A bela imagem, por sinal, tamb�m est� sendo restaurada pelas t�cnicas em conserva��o Laura Teixeira de Oliveira e Lunara Silva, ambas formadas pela Funda��o de Arte de Ouro Preto (Faop). “Sou de Ouro Preto e � muito bom e gratificante trabalhar aqui em benef�cio do nosso conjunto arquitet�nico ”, afirma Lunara. O superintendente de Patrim�nio e Cultura da prefeitura, Wanderson Jos� Rolla Gomes, conta que 30 pessoas trabalham na igreja, incluindo os restauradores, e a maior parte da m�o de obra foi recrutada na regi�o “de forma a valorizar os profissionais da sede e distritos de Ouro Preto”.

CAMADAS DE HIST�RIA Com as prospec��es no forro da matriz, a equipe de restauradores encontrou, sob a atual pintura, do s�culo 19, outra, que pode ser da �poca de constru��o da igreja. Com entusiasmo, o respons�vel t�cnico pela obra, arquiteto Paulo Herm�nio Guimar�es, da empresa contratada Germec Constru��es, mostra os dois momentos dessa hist�ria de mais de 300 anos e ainda uma parte coberta de tinta cinza, a ser removida. Em breve, equipe do Centro de Conserva��o e Restaura��o de Bens Culturais M�veis da Escola de Belas-Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA/UFMG) vai aprofundar os estudos, unindo alta tecnologia ao barroco, com uso de um equipamento de raios X. “Com isso, vamos saber o que est� por baixo desta pintura”, observa o respons�vel t�cnico.

Paulo Herm�nio conta que, al�m da desinfesta��o quase total dos cupins, a cobertura foi recuperada com a coloca��o de 4 mil telhas e n�o h� qualquer problema na estrutura do templo. “No m�s que vem, vamos come�ar os servi�os nas paredes, e, na sequ�ncia, nas esquadrias (portas e janelas), piso e nos forros sem pinturas”, disse o arquiteto.

PASSAGEM SECRETA O ex-presidente da Associa��o dos Amigos de Cachoeira do Campo (Amic) Rodrigo da Concei��o Gomes lembra que o movimento para recuperar a igreja come�ou h� mais de 10 anos. Ele revela alguns “segredos” da constru��o. Um deles � um al�ap�o na Capela do Sant�ssimo, porta de entrada para um t�nel de pouco mais de 200 metros que vai at� a antiga casa paroquial, agora propriedade particular. “Na pra�a em frente � matriz, houve conflitos hist�ricos, como a Guerra dos Emboabas, ent�o certamente era um lugar de fuga. No in�cio do s�culo passado, as pe�as sacras eram guardadas nesse compartimento com ch�o de terra, o que acabou deixando marcas na base das imagens. S� mais tarde fizeram um cofre dentro da igreja”, conta Rodrigo.

 


Enquanto isso...

…Campanha para preservar col�gio

O distrito de Cachoeira do Campo est� em outra luta, desta vez para preserva��o do Col�gio Dom Bosco, de 1779. Dentro de tr�s meses, o dossi� sobre a propriedade ficar� pronto para ser levado � aprecia��o do Conselho Estadual do Patrim�nio Cultural (Conep), que decidir� sobre o tombamento pelo Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha/MG). O documento � uma das etapas mais demoradas do processo. Em setembro, o presidente do �rg�o, Fernando Cabral, adiantou ao EM que a medida vai livrar o local da descaracteriza��o, derrubada ou sanha da especula��o imobili�ria. O professor de hist�ria Jos� Augusto Concei��o, um dos l�deres do movimento O Dom Bosco � Nosso, diz que a educa��o e a cultura s�o as atividades mas apropriadas para estar esse patrim�nio, e n�o empreendimentos imobili�rios, como pretendia uma empresa.


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