
At� segunda-feira, a delegada �gueda Bueno, respons�vel pelo inqu�rito sobre a morte de Amanda, deve concluir as investiga��es e remeter o caso � Justi�a. Para a advogada Maria Am�lia Tupynamb�, que est� deixando o caso, Toledo deve ser indiciado por homic�dio. Segundo ela, apesar de n�o haver provas no inqu�rito, a Corregedoria do �rg�o j� demonstrou esta inten��o. Amanda faleceu na noite de segunda-feira, depois de 51 dias internada no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII. Toledo continua preso na Casa do Policial Civil, por for�a de mandado de pris�o tempor�ria, e deve ser representado agora por um defensor da comarca de Ouro Preto, onde ocorreu o disparo.
Segundo Maria Am�lia, a tese da defesa deve ser mantida: de que a adolescente se suicidou. “N�o h� provas no inqu�rito, especialmente para uma condena��o. Pelo contr�rio, h� provas robustas que comprovam a vers�o dele”, afirma ela. De acordo com o delegado, Amanda tirou uma pequena arma da bolsa e atirou contra sua cabe�a, em 14 de abril, depois de uma discuss�o. O delegado afirma que a menor nutria por ele um amor plat�nico e que ela estava em depress�o, sentindo-se rejeitada pela fam�lia e por ele, j� que n�o queria mais manter nenhum envolvimento com ela.
Na segunda-feira, Toledo deve comparecer a uma audi�ncia p�blica na Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para explicar sua vers�o. Ele foi convocado pela terceira vez e, agora, teve a presen�a autorizada pela Justi�a.
Ficha
O delegado ainda responde a nove sindic�ncias, dez inqu�ritos e dois processos administrativos na Corregedoria que podem resultar na recomenda��o de sua demiss�o. Ele j� foi indiciado por les�o corporal contra Amanda, em mar�o deste ano. Se for mesmo indiciado por homic�dio, a Corregedoria pode instaurar outro processo administrativo para que ele seja avaliado por uma comiss�o de delegados. A exonera��o do servidor, no entanto, depende de assinatura do governador Antonio Anastasia.
Duas semanas antes do disparo, a adolescente havia registrado queixa contra o delegado por agress�o. A Justi�a chegou a decretar medida protetiva pela Lei Maria da Penha, impedindo-o de se aproximar da jovem, que voltou � casa da m�e em Conselheiro Lafaiete. No dia em que foi baleada, Amanda estava no carro do delegado, numa estrada que liga Ouro Preto a Lavras Novas. � uma amiga de Belo Horizonte, ela havia dito que o namorado a tinha convidado para um passeio rom�ntico. Toledo afirma que n�o foi notificado sobre a medida protetiva e que encontrou Amanda a pedido dela.
Ferida, Amanda foi levada pelo policia para uma Unidade de Pronto Atendimento de Ouro Preto sem nenhum documento. Ele guardou o carro na casa de um amigo em Macacos. Toledo argumenta que estava desesperado e que, ao socorr�-la, deixou para traz a bolsa e a arma que teria sido usada por ela. Mas este amigo, em depoimento, contou � pol�cia que o delegado se desfez dos pertences de Amanda pela BR-040, a caminho de BH. A bolsa e um p� da sand�lia que ela usava no dia em que foi baleada foram encontrados pelos agentes da Corregedoria pr�ximo ao Viaduto da Mutuca. A fam�lia da menor reconheceu os pertences.
CRIMES
Natural de Pouso Alegre, o delegado Geraldo do Amaral Toledo Neto atuou na Delegacia de Prote��o � Crian�a e ao Adolescente e atualmente estava na de Atendimento � Pessoa Deficiente e ao Idoso. Continuava na ativa, mesmo investigado por pr�tica de crimes. Desde 2002 na Pol�cia Civil, ele responde a processo por suspeita de irregularidade no licenciamento de ve�culos, quando era delegado de tr�nsito em Betim. Em 2011, foi detido pelo mesmo crime, em S�o Joaquim de Bicas, acusado de recepta��o, forma��o de quadrilha e falsidade ideol�gica. Segundo a Pol�cia Civil, a lei garante a ele o direito de trabalhar e receber os vencimentos enquanto n�o for conclu�do qualquer processo judicial em tramita��o e na Corregedoria da institui��o.