(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Protesto e pancadaria marcam estreia da Copa das Confedera��es. Relembre conflitos

Manifesta��o come�ou pac�fica na Pra�a Sete, mas terminou em confronto com a Pol�cia Militar, que usou balas de borracha e bombas de g�s para impedir milhares de pessoas de chegar ao Mineir�o


postado em 18/06/2013 07:11 / atualizado em 18/06/2013 07:27

Valquiria Lopes, Mateus Parreiras, Felipe Can�do, Tiago de Holanda, Sandra Kiefer, Carolina Mansur, Marinela Castro e Landercy Hemerson

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Bombas de g�s lacrimog�neo e de efeito moral, tiros de balas de borracha, vandalismo e pelo menos seis pessoas feridas no confronto entre manifestantes e policiais militares, e mais de 115 quil�metros de congestionamentos pela cidade. Belo Horizonte ficou sob protesto e pancadaria ontem durante manifesta��o de cerca de 20 mil pessoas, segundo a PM, que se estendeu da Pra�a Sete � Pampulha. � noite, eles retornaram para o Centro e fecharam a pra�a. Entre os manifestantes estavam estudantes, professores, policiais civis e pessoas convocadas por outras entidades. Os motivos foram variados: custo do transporte coletivo, baixos sal�rios, precariedade dos servi�os p�blicos, corrup��o e o grande volume de recursos destinados �s obras da Copa do Mundo. A PM informou que apenas reagiu a agress�es f�sicas dos manifestantes, que tentaram furar o bloqueio.




A concentra��o come�ou �s 13h, na Pra�a Sete. Em pouco mais de meia hora, a multid�o se reuniu, vigiada por um grande efetivo formado por policiais dos batalh�es de Choque e de Tr�nsito e de outras unidades da PM. A sa�da foi �s 13h45, quando um grupo inicial de aproximadamente 5 mil pessoas seguiu pela Avenida Afonso Pena e pelo Viaduto A, ao lado da rodovi�ria. Por onde passaram, eles pararam o tr�nsito. �nibus e carros precisaram dar meia-volta e passar sobre o canteiro central para fugir do congestionamento. V�rias ruas do Centro tiveram o tr�nsito desviado. Impedidos de passar, houve quem se irritou.

As 12 faixas de tr�nsito da Avenida Ant�nio Carlos foram ocupadas pela multid�o formada por cerca de 100 entidades, segundo os organizadores. Desmentindo os c�lculos da PM, o movimento informou ter reunido cerca de 50 mil pessoas. Apesar da impaci�ncia com os transtornos do tr�nsito, grande parte das pessoas que observavam a passagem da multid�o aplaudia o grupo.

O motorista Sandro Montresor, de 37 anos, n�o se incomodou nem mesmo com o tr�nsito congestionado. “Acho que os manifestantes est�o certos. Eles t�m que ir para a rua e protestar mesmo”, disse, dentro do �nibus parado no sentido Centro da Avenida Ant�nio Carlos.
A orienta��o das lideran�as do movimento era para um protesto pac�fico, como informou o vice-presidente da Uni�o Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Gladson Reis. “Queremos somente exercer nosso direito de nos manifestar e estamos garantidos pela Constitui��o brasileira, que nos autoriza a livre manifesta��o. Nosso protesto � leg�timo e pac�fico”, afirmou.

PRIMEIRO BLOQUEIO Gladson negociou com a PM a passagem dos manifestantes quando eles foram parados pela primeira vez. O bloqueio ocorreu na altura do n�mero 3.265, no Bairro Cachoeirinha, metros depois da trincheira da Avenida Bernardo Vasconcelos. A barreira de policiais e viaturas foi montada porque, de acordo com o chefe da comunica��o da PM, coronel Alberto Luiz Alves, havia uma �rea limite nas imedia��es do Mineir�o por onde os manifestantes n�o poderiam avan�ar. Apesar do clima tenso, a PM acabou por liberar a pista e o protesto teve continuidade. Entre 800 e mil policiais militares participaram da opera��o, de acordo com o coronel.


Mas o que at� ent�o sem conflitos se transformou em cen�rio de guerra. Na altura do n�mero 3.265, o movimento seguiu pac�fico at� a altura da Rua Flor de �ndio, a poucos metros da entrada da UFMG. Por volta das 17h, a PM informou que o protesto deveria ser encerrado. L�deres do movimento ainda tentavam negociar a passagem da marcha, quando um grupo avan�ou. A pol�cia reagiu. Manifestantes correram e tentaram se distanciar das explos�es das bombas de g�s lacrimog�neo e de efeito moral e dos tiros de balas de borracha. Eles tentavam fugir do g�s, que causa tosse e enorme ard�ncia nos olhos.

Houve gritaria e confus�o. Uma nuvem de fuma�a pairou sobre a avenida e o movimento recuou. Outras pessoas resistiam e tentavam avan�ar jogando pedras e tentando se proteger com t�buas de madeira. Uma mulher passou mal e precisou sair carregada. Em alguns pontos da via, manifestantes fizeram fogueiras com palha de palmeiras.

Fileiras de policiais avan�avam aos poucos, batendo os cassetetes nos escudos, at� que, em um dos momentos em que a marcha se interrompeu, um dos manifestantes caminhou ao encontro dos militares. “Voc�s est�o jogando bombas nos meus filhos”, gritou o m�sico Lenis Rino, de 34 anos. Alguns policiais foram em dire��o a ele. Outros manifestantes se encorajaram e tamb�m se aproximaram, a maioria com os bra�os erguidos ou se agachando no ch�o, enquanto gritavam: “Sem viol�ncia! Sem viol�ncia!”.

“Meus tr�s filhos est�o aqui hoje”, explicou Lenis. Outro manifestante questionou os militares: “Por que n�o podemos passar?”. Por volta das 17h45, depois de breve negocia��o, a pol�cia deixou que a multid�o voltasse a avan�ar. “O povo unido jamais ser� vencido”, gritaram os manifestantes. A multid�o se juntou a outra, menor, que aguardava bem perto do Viaduto Jos� Alencar.

Entre o grupo, a maioria de estudantes, o sentimento foi de rep�dio � posi��o da pol�cia. Um dos l�deres do movimento, o vice-presidente da Ubes afirmou que houve muita trucul�ncia. “Estamos seguindo em um movimento pac�fico. A pol�cia � que veio para cima.” A coordenadora geral da Federa��o Nacional dos Estudantes de Escolas T�cnicas (Fenatec), Bia Martins, explicou que a confus�o ocorreu porque o hor�rio coincidiu com a sa�da de funcion�rios que ainda estavam no trabalho assistindo ao jogo e queriam passar o bloqueio. “Est�vamos parados quando a tropa de choque veio para cima dos manifestantes”, disse Bia.

(foto: Soraia Piva)
(foto: Soraia Piva)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)