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Estado de Minas

Confronto entre PM e manifestantes termina com seis feridos


postado em 18/06/2013 07:22 / atualizado em 18/06/2013 07:27

Valquiria Lopes, Mateus Parreiras, Felipe Can�do, Tiago de Holanda, Sandra Kiefer, Carolina Mansur, Marinela Castro e Landercy Hemerson

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press. Brasil)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press. Brasil)


Diante da insist�ncia da multid�o em chegar ao Mineir�o que gerou o confronto com seis feridos, a comandante de Policiamento da Capital, coronel Cl�udia Romualdo, tentou negociar a parada dos manifestantes antes do encontro com os policiais perto do est�dio. “Vou permanecer aqui. Se quiserem se manifestar, o espa�o est� livre. At� aqui a manifesta��o est� absolutamente ordeira, pac�fica e tranquila. Daquele ponto n�o � poss�vel passar”.


Questionada sobre o motivo da interdi��o, ela respondeu: “O entorno do Mineir�o � territ�rio da Fifa.” N�o quero que voc�s se machuquem”, alertou a coronel. Segundo ela, todos os grupos integrantes do movimento ser�o identificados em um boletim de ocorr�ncia que ser� encaminhado � Pol�cia Civil, ao Minist�rio P�blico e ao Poder Judici�rio, j� que os protestos com fechamento do tr�nsito est�o proibidos por liminar da Justi�a.

Depois de dispersar parte da multid�o, o cord�o de isolamento foi aberto e parte dos manifestantes seguiu em caminhada. Metros � frente, mais confus�o. Com o t�rmino do jogo entre Taiti e Nig�ria, a PM liberou o acesso at� as proximidades do est�dio, mas manifestantes encontraram o entorno do Mineir�o, na altura da Abrah�o Caram, ocupado por mais uma barreira policial. “Nossa inten��o n�o � barrar ningu�m. Daqui a 10 minutos, voc�s podem passar”, disse o coronel Divino Brito, chefe do Estado Maior da PM.

No confronto, pelo menos seis pessoas ficaram feridas, incluindo dois jovens que se sentiram encurralados a ponto de pular de um viaduto de uma altura de cinco metros. Os dois foram socorridos em estado grave no Hospital de Pronto-Socorro Risoleta Neves, em Venda Nova, e n�o corriam risco de vida, segundo a institui��o. Horas antes, o hospital j� havia recebido dois estudantes atingidos na costela e no antebra�o por balas de borracha.

Gustavo Justino, de 18 anos, caiu do viaduto Jos� Alencar por volta das 19h, no momento em que a pol�cia tomava esse trecho da Avenida Ant�nio Carlos, em um dos acessos ao Mineir�o, Nas redes sociais, quem participava da manifesta��o afirmou que o rapaz fugia do avan�o da pol�cia. H� outra vers�o, por�m n�o confirmada, de que ele teria tentado saltar para a outra pista do viaduto e n�o percebeu que o fosso era falso.



Com ferimentos na cabe�a, bastante ensanguentado, o rapaz foi socorrido pela Pol�cia Militar e levado para o Hospital Risoleta Neves, onde passou por exames de raio X. Segundo informa��es de plantonistas, Gustavo chegou consciente, conversando com os policiais. Foi ele mesmo quem passou os dados pessoais para preencher a ficha de entrada no Pronto-Socorro. O estado de sa�de dele era est�vel.

Na altura da Trincheira Santa Rosa, tamb�m na avenida Ant�nio Carlos, em frente a uma concession�ria de ve�culos apedrejada pelos manifestantes, Nat�lia Nascimento Dantas, de 21 anos, tamb�m caiu. Ela j� chegou imobilizada no Risoleta Neves e, apesar de n�o ter sido divulgado boletim m�dico, estaria com fratura exposta no f�mur. Ela recebeu os primeiros socorros dos bombeiros e foi socorrida na Unidade de Suporte Avan�ado (USA) do Samu. No in�cio da madrugada de hoje, o quadro de sa�de dela era bom.

Entre os feridos no confronto, o conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Bruno Cardoso, atingido por um cassetete na cabe�a. Ele acompanhou a manifesta��o de s�bado e reclamou da trucul�ncia da PM no protesto de ontem. “A pol�cia estava se abrindo para o di�logo, desta vez nos recebeu com viol�ncia. Tomei uma cassetada na cabe�a por tr�s. Foi lament�vel, pessoas machucadas, bombas de g�s”, relata. “Isso � retrato de muita gente indignada, direitos violados e as pessoas viram que a Copa � para poucos”, garante. “Nunca senti orgulho do pa�s. Hoje, estou sentindo. Entendi que ou eles param com a roubalheira ou n�s paramos o Brasil”, resumiu a t�cnica de enfermagem Ang�lica de Lima.

PM diz que apenas reagiu


Cinco manifestantes foram presos durante as manifesta��es, que reuniram cerca de 20 mil pessoas no Centro de Belo Horizonte e no entorno do Mineir�o, na Regi�o da Pampulha, segundo a Pol�cia Militar. Entre os tr�s feridos, est� o estudante Gustavo Magalh�es Justino, de 18 anos, conduzido ao Hospital Risoleta Neves, depois de sofrer queda do viaduto Jos� de Alencar, que d� acesso � Avenida Ant�nio Abrah�o Caram.

Tamb�m tiveram ferimentos leves os manifestantes Frederico Augusto Oliveira, de 20, e Guilherme Eduardo Val�rio de Oliveira, de 22. Segundo a PM ,a queda do estudante do viaduto n�o foi motivada por a��o da pol�cia. Os outros feridos tamb�m teriam sido atingidos por artefatos, como pedras e peda�os de paus.
Apesar da orienta��o para que a manifesta��o fosse conduzida de forma pac�fica, com a facilita��o do deslocamento dos estudantes e sem o uso de armas, a Pol�cia Militar usou bombas de g�s e balas de borracha para conter os manifestantes. O confronto teve in�cio em �rea pr�xima � Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde foi montado um cord�o de isolamento, para limitar a entrada dos manifestantes ao acesso ao Mineir�o.

Segundo a PM, os manifestantes tentaram romper a seguran�a com agress�o f�sica, o que se repetiu nas proximidades do Mineir�o. “A Pol�cia Militar n�o agrediu ningu�m. Ap�s a exaust�o do di�logo, reagiu � a��o de infiltrados. Alguns manifestantes agrediram os policiais, que agiram para garantir a seguran�a dos jovens. Eles usavam armas como pedras e peda�os de pau”, disse o porta-voz da corpora��o, tenente-coronel Alberto Luiz Alves.

Segundo ele, a PM est� reunindo imagens no intuito de sustentar que n�o houve excessos por parte dos militares. “Se houver alguma imagem que aponte para abusos, vamos atribuir as responsabilidades.” Ele ressaltou ainda que a chefe do Comando de Policiamento da Capital, coronel Cl�udia Romualdo, chegou a ser protegida por estudantes contra a a��o de “infiltrados”, que tentavam agredi-la.

PRONTID�O A a��o de ontem reuniu efetivo de 3,5 mil homens, mas 11 mil estavam de prontid�o na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, prontos para entrar em a��o, caso acionados. Apesar do confronto com os manifestantes na tarde de ontem, o tenente-coronel Alberto Luiz Alves garantiu que a PM est� preparada para agir, casos os protestos continuem ao longo dos jogos da Copa das Confedera��es. “Estamos preparados n�o para a agress�o, mas para o di�logo, para garantir a seguran�a e o direito � manifesta��o.”

A PM revelou ainda que durante a manifesta��o houve tamb�m picha��es no Pal�cio da Liberdade, onde duas pessoas foram presas, e depreda��es em com�rcio e ag�ncias banc�rias, ao longo da avenida Ant�nio Carlos.

Ato perto do Mineir�o

Cerca de 200 pessoas do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (SindUTE) e da Central �nica dos Trabalhadores (CUT) fizeram manifesta��o perto da igrejinha da Pampulha, a apenas 1 km do Mineir�o, no in�cio da tarde de ontem. Sessenta policiais militares faziam uma barreira com 13 viaturas e tr�s �nibus do Batalh�o de Choque, Cavalaria e Canil.

O grupo tentou seguir para o Mineir�o e entregar rosas e panfletos para os torcedores que chegavam para assistir ao jogo da Copa das Confedera��es. Os policiais montaram um bloqueio munidos de escudos e cassetetes. Atr�s ficaram a cavalaria, ladeada por atiradores de balas de borracha e granadeiros e, por �ltimo, os c�es. Os manifestantes foram retidos na linha de escudos e, sem poder passar, cantaram hinos de reivindica��o e atiraram rosas sobre os policiais. A PM permitiu que eles fossem at� o Mineirinho. “Chegar ao Mineirinho foi uma vit�ria para nosso movimento, que � pac�fico e luta por melhorias na educa��o”, disse a coordenadora do SindUTE e presidente da CUT em Minas, Beatriz Cerqueira.


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