
Mesmo assustado com as informa��es sobre os confrontos em Belo Horizonte, Cl�sio Abrantes, de 39 anos, saiu de Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, a 620 quil�metros da capital, para prestigiar a Sele��o Brasileira. “Tenho certeza de que o vandalismo � a��o de uma minoria, mas a imagem que chega at� n�s � muito ruim”, diz o comerciante. A administradora Vird�lia Dias, de 30, conta que j� havia combinado de assistir ao jogo no Mineir�o ao lado de um grupo de amigos da cidade de Padre Para�so, tamb�m no Vale do Jequitinhonha. “Eles vieram retirar o ingresso no fim de semana, mas passaram no Centro de BH durante um protesto e tiveram o carro apedrejado. Ficaram com tanto medo que voltaram para casa”, relata a torcedora, que vai para o est�dio com algumas horas de anteced�ncia para evitar se encontrar com a multid�o de manifestantes.
“A sensa��o � de medo”, desabafa Daniela Vasconcelos, de 30. A gerente de tecnologia da informa��o comprou o ingresso para ir ao jogo com o marido e diz estar com receio de ir ao est�dio. “N�o cheguei a pensar em desistir, mas tenho medo da falta de seguran�a depois dos atos de vandalismo”, diz. Favor�vel �s manifesta��es, ela defende o direito de quem decidiu ir �s ruas, mas ficou desmotivada a engrossar o grupo que protesta depois que baderneiros come�aram a aproveitar o movimento para depredar e provocar conflitos. “Queria ir e levar minha filha. Tamb�m sou contra a falta de transpar�ncia nos gastos para a Copa, mas n�o tenho coragem de ir para a rua com esses atos de viol�ncia”, reclama.
Confronto preocupa
A possibilidade de que se repitam as cenas registradas no s�bado durante o confronto entre a PM e manifestantes que queriam chegar ao Mineir�o, onde era disputado o jogo entre Jap�o e M�xico, tamb�m preocupa a dona de casa Daniele Cardoso Mar�olla, de 41. “N�o fui para as ruas em nenhum dos dias e n�o sei como est� sendo. Mas, pelas imagens que vi na televis�o, d� medo principalmente da atua��o da pol�cia”, diz. Mesmo apreensiva, ela decidiu comparecer ao jogo ao lado de amigas e da tia Dulce Helena Cardoso, de 53. “Eu estava na manifesta��o de s�bado e posso dizer que � um movimento pac�fico. O vandalismo � praticado por uma minoria e a PM est� atacando todo mundo. Queremos a presen�a dos militares, mas s� para garantir a seguran�a e o direito de as pessoas se expressarem, e n�o para agir de forma truculenta”, cobra Dulce.
O empres�rio Wallison Duarte, de 25, tamb�m j� est� com o ingresso nas m�os e n�o se preocupa em levar o irm�o Gabriel Duarte, de 13, ao est�dio. “Fui ao jogo no s�bado e n�o tive problemas. Meu pai s� pediu que evit�ssemos tumulto”, conta. O vendedor Andr� Luiz dos Santos, de 32, tamb�m est� tranquilo. “Vou sair mais cedo, de t�xi, para chegar sem problemas. Mas tenho certeza de que o protesto n�o vai atrapalhar. A pol�cia s� tem de estar l� para conter os �nimos de quem vai para praticar vandalismo”, acredita.