Entre coibir mais rapidamente a depreda��o do patrim�nio na Avenida Ant�nio Carlos e preservar a integridade dos manifestantes que retornavam ao Centro, a Pol�cia Militar decidiu pela segunda op��o. Segundo a pol�cia, uma a��o mais contundente no trecho dos bancos e das concession�rias de ve�culos exigiria grande efetivo e muita muni��o de borracha, o que poderia provocar p�nico e correria entre os manifestantes pac�ficos que estavam na regi�o.
Mais de 50 policiais do servi�o reservado estavam misturados � multid�o, filmando a a��o de cerca de 500 pessoas que cometiam atos de vandalismo. Foram eles que deram o sinal positivo para a pol�cia come�ar a reagir, aproximadamente duas horas depois de come�ar o quebra-quebra. De acordo com o comandante-geral da PM, coronel M�rcio Sant’Ana, interceder naquele momento seria traum�tico. “Se f�ssemos escutar os �nimos dos policiais, ter�amos entrado naquele momento. Era muito insulto, muita pedra, pau e coquetel molotov. Mas obedecemos � disciplina t�tica at� que mudou a caracter�stica do vandalismo, que deixou de ser est�tico”, afirmou. “N�o havia mais manifesta��o, era o retorno de uma multid�o ensandecida que foge ao controle, numa quebradeira de passagem. Foi quando iniciamos uma a��o rigorosa. Antes disso, havia muita gente parada na rua, observando”, acrescentou o comandante.
Por sua vez, o coronel Ant�nio Carvalho, comandante do Policiamento Especializado, contou que a estrat�gia inicial era obedecer o afastamento, como havia sido acordado entre o governo do estado e representantes dos manifestantes. Na opini�o dele, como n�o houve rea��o da pol�cia �s primeiras agress�es, um grupo de manifestantes decidiu voltar at� o Centro quebrando tudo o que pudesse. O coronel diz que, se ultrapassassem as barreiras de grade, essas pessoas seriam presas. No entanto, sustenta Carvalho, os baderneiros usaram manifestantes pac�ficos como “escudo” no caminho de volta, impedindo uma atua��o mais dura da pol�cia.
Tr�s perguntas para...
Coronel M�rcio Sant’Ana
Comandante-geral da PM
Houve demora na a��o policial na Ant�nio Carlos?
N�o. Ficaria dif�cil penetrar ali sem ser traum�tico. Era uma escolha de Sofia, entre duas perdas. Aquelas pessoas n�o se intimidavam e n�s ter�amos que usar um aparato maior, com bombas de efeito moral e balas de borracha. N�s tem�amos eclodir uma onda de p�nico, que provocaria um preju�zo maior. Est�vamos ao redor do est�dio como havia sido combinado. Protegemos o evento, mas tamb�m havia um compromisso com as pessoas, inclusive os torcedores que ali estavam. Adotamos uma atitude respons�vel e consciente.
Foram 109 pris�es, mas a PM estima que havia 500 pessoas cometendo atos de vandalismo. Era poss�vel prender mais gente?
Nesse tipo de opera��o, �s vezes � mais importante dispersar a multid�o do que prender, porque voc� mobiliza o efetivo e perde a capacidade de resposta. J� t�nhamos as imagens que poderiam ajudar a Pol�cia Civil a identificar essas pessoas. E quando os manifestantes se afastaram, tivemos o cuidado t�cnico de n�o encurralar os v�ndalos, mas evitamos danos �s lojas mais para baixo.
Qual ser� a estrat�gia em caso de novo protesto na regi�o?
Numa pr�xima manifesta��o a din�mica ser� diferente porque o confronto foi estabelecido nos pontos de bloqueio. Se n�o houver necessidade de estabelecer limites, podemos acompanh�-los no corpo da manifesta��o, dando menos oportunidade aos v�ndalos.