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Estado de Minas

A copa acabou. � hora de manter manifesta��es?

Quem participou dos protestos acredita que � hora de manter mobiliza��o e retomar movimento se cobran�as ca�rem no vazio


postado em 01/07/2013 06:00 / atualizado em 01/07/2013 07:10

Luciane Evans

 
� com certeza de mudan�a que muitos belo-horizontinos n�o querem abrir m�o dos protestos – como o que tomou as depend�ncias da C�mara Municipal desde s�bado –, e dizem que das ruas n�o pretendem sair. Mesmo condenando as a��es violentas, a morte de um jovem de 21 anos e as pessoas feridas nos �ltimos manifestos na cidade, quem participou dos atos apoia o movimento e avalia que n�o � hora de parar. E esse apelo n�o vem de uma �nica gera��o: s�o crian�as, adultos, jovens e idosos que fazem coro para que o pa�s n�o se acomode. A partir de agora, com o fim da Copa das Confedera��es, muitos querem manter a mobiliza��o, porque acreditam que, se o brasileiro parar, a luta ter� sido em v�o.

Mesmo presenciando e condenando atos de viol�ncia e vandalismo, quem protesta acredita que a causa � bem maior e que as respostas que vir�o ser�o importantes para todos. A empres�ria Eleusa Silva, de 47 anos, por exemplo, foi aos dois �ltimos manifestos em Belo Horizonte, acompanhada de 50 vizinhos do pr�dio onde mora, no Bairro de Lourdes. “Fomos todos unidos e caminhamos at� o Mineir�o. Nesses dois dias, vi que 99% dos que est�o nas ruas s�o pessoas reivindicando seus direitos. S�o cobran�as justas, como mais sa�de e educa��o para a popula��o”, conta. Ela avalia que, por enquanto, as respostas que o movimento tem conseguido s�o apenas palavras. “E palavras n�o compram rem�dios, nem educadores. Precisamos da a��o nas ruas para cobrar algo concreto”, defende.

 ï¿½ o que pensa tamb�m o consultor de tecnologia da informa��o Cristiano Pereira, de 45. Ao lado da filha, Maria Vit�ria, de 10, ele ensina a ela que protestos pac�ficos valem a pena. Durante todos os atos a que foi em BH, acredita ter visto uma cidade acordar. “Temos que continuar. N�o podemos cair na l�bia dos governantes. Os pol�ticos, enfim, descobriram que o povo brasileiro existe e n�o est� de brincadeira”, afirma. Cristiano acrescenta que pretende ir com a filha a outros atos. “� do futuro deles que estamos cuidando. Se houver algum manifesto na cidade na pr�xima semana, estaremos l�.” Maria Vit�ria se empolga, mas pondera: “Quebrar as coisas � feio. Temos que protestar sem estragar”, ensina.

 Na vis�o do historiador Matheus Machado, de 27, que participou de cinco protestos em BH, inclusive o da quarta-feira, quando cerca de 50 mil foram �s ruas, a quest�o � tamb�m social. Matheus quis ver de perto aqueles que estavam mais revoltados e enfrentavam a pol�cia, na Regi�o da Pampulha. “� um grupo pequeno. Vi muito �dio. Conversei com eles e havia muitas pessoas de baixa renda que estavam com raiva, principalmente, por n�o conseguirem ir ao campo ver o jogo de futebol, devido ao alto pre�o dos ingressos.” Ele diz que o povo quer mudan�as e que a determina��o de ir �s ruas em atos como o de quarta-feira comprova isso.

Quem j� participou de outros manifestos hist�ricos para o pa�s diz estar feliz com o que tem visto nas ruas. “H� muito esper�vamos por isso. � o grito do povo”, comemora Jairo Hudson, de 64. Ele e o amigo Em�lio Mila, de 74, participaram dos atos pela cidade, caminharam da Pra�a Sete at� a Pampulha, e at� foram �s assembleias embaixo do viaduto de Santa Tereza, no Centro de BH. “Participei ativamente na ren�ncia de J�nio Quadros, em 1961. Hoje, os jovens est�o mais bem informados e sabem o que querem. N�o � hora de parar. Talvez, seja o momento de esperar pelas a��es dos governos, mas sem se acomodar. O pre�os das passagens baixou, a PEC 37 caiu e haver� uma reforma pol�tica”, enumera Em�lio.

Jairo concorda e diz ter encontrado nos manifestos pessoas que foram torturadas na �poca da ditadura. “Pensei que jamais elas teriam coragem de voltar �s ruas, mas voltaram. N�o podemos deixar isso para depois, porque ainda h� muito o que conquistar.” � a mesma sensa��o encontrada em representantes de gera��es mais jovens. Os namorados Breno Pimenta, de 16, e Jade Trapp, de 15, participaram dos protestos da cidade e dizem ter escutado o Hino Nacional em coro, visto muitos jovens pelas ruas e muita gente reivindicando um Brasil melhor. Para Jade, se as pessoas se acomodarem, “nada disso ter� valido a pena”.


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