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Estado de Minas BARRADOS NO T�XI

Taxistas recusam corridas curtas em BH

Proibida pelo regulamento do setor, recusa de corridas curtas por taxistas � comum em BH. Esta��o ferrovi�ria � um dos focos de abusos, que crescem � sombra da fiscaliza��o ineficaz


postado em 19/07/2013 06:00 / atualizado em 19/07/2013 07:05

 

O ponto do desrespeito: na baia para embarque de passageiros, um taxista fecha o acesso aos demais motoristas, enquanto outros da fila estacionam para escolher corridas mais interessantes(foto: João Miranda/EM/D.A Press)
O ponto do desrespeito: na baia para embarque de passageiros, um taxista fecha o acesso aos demais motoristas, enquanto outros da fila estacionam para escolher corridas mais interessantes (foto: Jo�o Miranda/EM/D.A Press)


Conseguir um t�xi em Belo Horizonte j� tem sido uma tarefa dif�cil e demorada, mas nem mesmo encontrar um carro livre � garantia de poder contar com o servi�o. Quem tenta o transporte para curtas dist�ncias tamb�m est� sujeito a ficar a p�, pois sofre com a recusa de taxistas aos deslocamentos para locais pr�ximos. Generalizado na cidade, o problema � constatado com maior frequ�ncia em pontos com grande movimenta��o de pessoas, como sa�das de festas, espet�culos ou terminais de passageiros. Apesar de comum, a pr�tica � proibida e pode ser punida com advert�ncia, multa e at� cassa��o da licen�a do permission�rio. Por�m, diante de uma fiscaliza��o ineficaz, as amea�as parecem insuficientes. Tanto que, at� junho, 25% do total de 708 reclama��es relativas ao setor denunciavam a negativa de corridas curtas, o que soma 177 queixas. Em todo o ano passado foram 303 registros desta natureza, ou 22% de um total de 1.380 reclama��es. As puni��es n�o ocorrem na mesma propor��o: de 2012 at� junho foram registradas 33 multas espec�ficas para esse tipo de irregularidade.


EM registrou em v�deo recusas de taxistas. Confira




No Centro da cidade, a pr�tica, antes mais frequente na rodovi�ria, ganhou novo endere�o: a esta��o do trem da Ferrovia Vit�ria a Minas. A composi��o chega diariamente a partir das 20h10, mas minutos antes v�rios t�xis formam fila sobre a cal�ada em frente ao terminal, na Rua Aar�o Reis. Distantes da fiscaliza��o e do policiamento, taxistas criam as pr�prias regras de atendimento e n�o se intimidam em dispensar quem chega e precisa de uma corrida que n�o ultrapasse em muito os R$ 4,10 da bandeirada.

O estudante Paulo César da Cunha já foi até ameaçado ao encerrar viagem na Savassi(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
O estudante Paulo C�sar da Cunha j� foi at� amea�ado ao encerrar viagem na Savassi (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
Os motoristas come�am a chegar ao local por volta das 20h. Logo formam um grupo de pelo menos 15 carros e s�o diretos ao oferecer o servi�o: “T�xi, t�xi. Corrida para longe”, gritam. Quem insiste e aborda o motorista querendo um trecho curto � rejeitado. Equipes do Estado de Minas estiveram no terminal durante dois dias e em ambos comprovaram a pr�tica abusiva. Um dos passageiros rejeitados foi o estudante de odontologia Paulo C�sar Rodrigues da Cunha, de 29 anos, que viaja de trem com frequ�ncia, de Governador Valadares, no Leste do estado, � capital. A corrida da esta��o at� a casa dele, na Savassi, n�o chega a custar R$ 10. Na noite da �ltima segunda-feira, Paulo ouviu mais um “n�o” do grupo de taxistas logo que desembarcou, por volta das 20h40. “O primeiro taxista me perguntou para onde ia e, quando dei o endere�o, ele disse que estava esperando um passageiro com quem tinha combinado uma corrida previamente.”

Logo que as primeiras pessoas deixam a esta��o, v�rios motorista oferecem o servi�o. Na segunda-feira entre eles estava um taxista que se identificou como Carlos. Ele tamb�m foi abordado pelo estudante, que simulou a inten��o de seguir para o aeroporto. Rapidamente ele veio para pegar as bagagens. Mas, quando o passageiro revelou que iria para a Savassi, o motorista mudou de atitude e disse que estava esperando por outra pessoa.

“No m�s passado, ao desembarcar, eu disse ao taxista que iria para o aeroporto, mas antes precisava passar em casa para pegar dinheiro. Quando cheguei em frente ao meu pr�dio, o tax�metro marcava R$ 8,90. Dei a ele uma nota de R$ 10, peguei minha mala, desci, o agradeci e deixei o troco para tr�s. Ele desceu do carro e me amea�ou”, contou Paulo. Segundo o estudante, j� houve situa��o em que depois de entrar num t�xi junto com a namorada, na �rea de desembarque dos trens, o casal foi obrigado a descer . “Eles fazem o que querem, pois n�o h� fiscaliza��o da BHTrans nem policiais militares para garantir a seguran�a dos passageiros que chegam de viagem.”

Fora da fila

A cena de recusa � comum e muitos usu�rios n�o questionam os taxistas, que os mandam pegar os ve�culos que passam direto pela Rua Aar�o Reis ou pela Avenida dos Andradas, fora da fila. Foi o caso de uma jovem que tamb�m na noite da segunda-feira tentou embarcar em tr�s ve�culos, sendo recusada pelos motoristas. Chegou a reclamar, mas, intimidada, saiu apressada, sem se identificar, em dire��o � Andradas.

Na ter�a-feira, a situa��o n�o foi diferente. Uma mulher com uma crian�a quase implorava para ser levada. “Pago o dobro pela corrida”, chegou a dizer. Ainda assim, s� foi atendida pelo taxista quando questionado pela equipe do EM sobre o motivo da recusa. Ao embarcar em um dos t�xis, a reportagem teve a confirma��o da pr�tica. O taxista n�o fez obje��es � corrida entre a esta��o e o cruzamento das avenidas Assis Chateaubriand e Francisco Sales, mas admitiu que recusa passageiros. “Tem gente que pede o t�xi para lugares muito perto. A� n�o d�. Falo na lata que n�o vou levar. N�o sou obrigado a levar ningu�m”, disse. O motorista assumiu tamb�m que a pr�tica � disseminada entre a categoria. “Tem colega que n�o s� recusa a corrida, mas fica bravo com o passageiro e at� xinga quem pega para ir logo ali. Isso � preju�zo para a gente”, diz. O motorista tamb�m explica por que o problema ocorre: “Raramente tem fiscaliza��o”.

Prejudicados

A pr�tica abusiva, que envolve no local um grupo de pelo menos 10 motoristas, prejudica tamb�m condutores que trabalham de forma correta. � o caso de uma taxista, que pediu para n�o ser identificada. Parada no ponto da Rua Aar�o Reis, ela e outros motoristas ficam “agarrados” na fila, enquanto os outros condutores fecham a �rea de desembarque de passageiros dos trens, muitos sobre a cal�ada, � espera de corridas lucrativas.

“Aqui � complicado. A fiscaliza��o da BHTrans vem um dia sim e outro n�o. Os colegas abusam quando n�o tem fiscais. Se saio do ponto, corro o risco de passar pela rua sem pegar passageiros. Se eles n�o ficassem escolhendo corridas, a fila iria seguir normalmente e cada um pegava seu passageiro sem problemas. As pessoas acabam saindo daqui e v�o pegar t�xi em outros lugares, pensando que todos aqui trabalham de forma errada”, reclamou.

 

 


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