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Estado de Minas CONGONHAS

Obras de autoria de Aleijadinho est�o ilhadas em meio a ocupa��o desordenada em Congonhas

O crescimento desordenada ao redor do conjunto hist�rico, que foi declarado Patrim�nio da Humanidade pela Unesco, decepciona quem visita a Congonhas. Loteamentos s�o a nova amea�a


postado em 21/07/2013 06:00 / atualizado em 21/07/2013 07:20

O casal Ana Paula e Fábio Argolo, diante das obras do mestre do barroco: decepção com a falta de preservação do conjunto urbano de uma das mais importantes cidades históricas de Minas(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
O casal Ana Paula e F�bio Argolo, diante das obras do mestre do barroco: decep��o com a falta de preserva��o do conjunto urbano de uma das mais importantes cidades hist�ricas de Minas (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Foram mais de 500 quil�metros percorridos de S�o Paulo at� a cidade dos profetas esculpidos pelo mestre Aleijadinho. Mas a expectativa da chegada a Congonhas, na Regi�o Central de Minas, onde fica o santu�rio barroco de Bom Jesus de Matosinhos, declarado Patrim�nio da Humanidade pela Unesco, foi frustada pela constata��o da realidade. “Voc� chega pensando em encontrar um Centro Hist�rico preservado e, na verdade, entra em um sub�rbio”, comenta a psic�loga Ana Paula Argolo, de 33 anos, acompanhada do marido, o professor de hist�ria F�bio Argolo, de 38. A impress�o dos turistas � o retrato de um munic�pio que teve seu patrim�nio cultural atropelado pelo crescimento desordenado e a minera��o.

Do alto do morro, perto dos profetas, quem aprecia a vista enxerga um casario descaracterizado e pressionando monumentos que resistiram ao tempo, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Concei��o. Nas ruas, placas, lojas, carros e poeira de min�rio deixam a hist�ria como mera coadjuvante. “Congonhas foi tombada na mesma �poca em que Ouro Preto e � a prova de que o tombamento por si s� n�o garantee a preserva��o. O n�cleo hist�rico acabou e a revers�o desse processo � imposs�vel”, afirma o coordenador das promotorias de Justi�a de Defesa do Patrim�nio Cultural e Tur�stico (CPPC), promotor Marcos Paulo de Souza Miranda.

A depreda��o do patrim�nio da cidade ganhou for�a a partir da d�cada de 1970, com o aumento da atividade miner�ria, de acordo com o promotor de Justi�a de Congonhas Vin�cius Alc�ntara Galv�o. O tempo passou, mas as amea�as persistem. Agora, o Minist�rio P�blico estadual volta sua aten��o para loteamentos lan�ados recentemente e situados em �reas de s�tios arqueol�gicos. “Estamos fazendo per�cias em todos os loteamentos. Estamos trabalhando para regularizar essa situa��o do parcelamento do solo em Congonhas”, ressalta Galv�o.

Desde 2011 a Prefeitura de Congonhas tenta diminuir o problema da sujeira, com a fiscaliza��o de ve�culos na cidade. Para tentar desafogar o tr�nsito, a administra��o municipal tamb�m promete a constru��o de dois corredores que ligar�o a Regi�o Central � Norte, al�m da Avenida do Contorno. Segundo o Executivo, um conv�nio foi firmado com a Caixa Econ�mica Federal para financiar propriet�rios que queiram recuperar im�veis em �reas reconhecidas pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) como s�tios hist�ricos. Iniciada na Pra�a JK, a reforma de passeios e a troca do asfalto por piso intertravado em todo o Centro, Pra�a da Matriz e Igreja do Ros�rio dependem ainda da libera��o dos recursos do Programa de Acelera��o do Crescimento das Cidades Hist�ricas (PAC Cidades Hist�ricas).

Patrim�nio se apaga em Caet�
Dinheiro � um dos desafios para munic�pios menores darem um salto para reencontrar o passado, na avalia��o da secret�ria de Cultura de Caet�, C�ssia Paes. “Para conseguir qualquer verba, voc� precisa de um projeto, mas, para elaborar projetos, precisa de recursos, muitas vezes vultosos. Historicamente, a parcela maior vai para cidades mais reconhecidas, como Ouro Preto ou Tiradentes”, afirma. Enquanto isso, a antiga Vila Nova da Rainha, uma das primeiras vilas do ouro e palco da Guerra dos Emboabas (1707-1709), v� sua hist�ria se apagando.

Na Pra�a Jo�o Pinheiro, endere�o da Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, de 1757, tombada pelo Iphan, postes, fios e transformadores roubam a cena. Um ponto de �nibus com ares modernos ofusca a vista do casario antigo onde funcionou o servi�o militar, no Centro da cidade, onde a hist�ria j� n�o � mais reconhecida nem pelos pr�prios moradores. “Caet� n�o � um centro hist�rico. As casas n�o foram tombadas e acabaram substitu�das por constru��es novas. � uma cidade que n�o soube valorizar seu potencial”, afirma a estudante de direito Ariely Milian Silva, de 26 anos, que nasceu e cresceu no munic�pio.


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