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Estado de Minas

T�xis de BH driblam o Mineir�o cheio

Com est�dio lotado, torcedores dizem ser dif�cil conseguir carro. Na final da Libertadores, houve quem esperasse mais de tr�s horas. Alguns motoristas admitem que evitam regi�o


postado em 29/07/2013 06:00 / atualizado em 29/07/2013 07:29

Valquiria Lopes e Tiago de Holanda

(foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
(foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)

Dentro da arena, a emo��o do futebol. Fora dela, a agonia para achar um t�xi. Essa � a retrato em dias de jogos com Mineir�o lotado segundo belo-horizontinos que frequentam o est�dio desde sua reabertura, em fevereiro. Se ontem torcedores que foram ao cl�ssico entre Cruzeiro e Atl�tico encontraram t�xis na sa�da – o p�blico foi de 35 mil pessoas –, na final da Libertadores, quarta-feira, houve quem levasse mais de tr�s horas para achar um carro. A situa��o foi confirmada por taxistas. Profissionais ouvidos pelo Estado de Minas admitem evitar o Mineir�o em dia de eventos mais concorridos, inclusive em dias de show, por conta das dificuldades para chegar e sair do est�dio. Eles cobram medidas para aumentar a mobilidade.

Na quarta-feira, quando quase 60 mil pessoas foram ao Mineir�o, muitos torcedores, orientados pela BHTrans a evitar ir de carro ao est�dio, tiveram problemas para achar t�xi. Os irm�os Patr�cia Laender Freitas, de 16 anos, e Breno, de 15, e o namorado de Patr�cia, Caique Fran�a, de 18, s� conseguiram encontrar um ve�culo livre por volta das 4h, tr�s horas e meia depois do fim do jogo. “Foi desesperador”, resume a estudante. “O movimento na Avenida Ant�nio Carlos foi acabando, estava escuro e n�o havia policiamento”, completa. Segundo ela, os �nibus passavam lotados, com torcedores surfando no teto. “Os poucos t�xis que passavam estavam ocupados”, lembra.

Situa��o dif�cil foi vivida tamb�m pela professora L�via Figueiredo Am�rico, de 31, e por sua fam�lia. Eles estavam em um grupo de nove pessoas e tiveram que apelar para o motorista de uma Kombi clandestina que ofereceu transporte. "O homem perguntou se quer�amos uma viagem quando nos viu andando pela Ant�nio Carlos. J� passava das 3h30 e t�nhamos andado at� o Hospital Belo Horizonte”, conta L�via. A dist�ncia entre o est�dio e a unidade hospitalar � de aproximadamente oito quil�metros. “J� hav�amos tentado de tudo: liguei para cooperativas de t�xis e as atendentes informavam que n�o havia carros dispon�veis”, conta. “O que mais me chocou � que nem mesmo �nibus dava para pegar”, acrescenta ela, que garante: nunca mais tentar� pegar t�xi na sa�da do Mineir�o quando tiver de ir ao est�dio.

Torcedores que foram ao est�dio ontem para o cl�ssico tamb�m disseram que � comum enfrentar dificuldades . Morador do Cai�ara, o empres�rio Marcel Telles, de 32, j� planejava caminhar na sa�da do jogo e pegar t�xi no Shopping Del Rey, a tr�s quil�metros dali. “Para voltar � dif�cil achar t�xi. J� tentei pedir por telefone, mas falam que v�o mandar e nunca chega. Uma vez, fiquei mais de uma hora esperando e nada”, diz. “Tinham que melhorar o acesso ao est�dio. O tr�nsito fica ca�tico e os taxistas ficam presos em engarrafamentos”, completa.

Frota

Se todos que lotassem o Mineir�o resolvessem voltar de t�xi, n�o haveria carros para todos: apenas 10% do total de 60 mil torcedores seria atendido. A frota de t�xi da capital � de 6.517 ve�culos, incluindo as �ltimas permiss�es licitadas este ano. Mas a quantidade de carros n�o � o principal problema, na avalia��o do taxista Douglas Gon�alves, de 24 anos. “Muitos motoristas de t�xi n�o v�m � Pampulha nos dias de jogos ou shows por causa do congestionamento. Eles preferem rodar no Centro, onde h� passageiros e o tr�nsito est� livre, a vir para a Pampulha e ficar parado no engarrafamento com uma corrida”, diz ele, que costuma parar no ponto da Alameda Ip� Branco, a cerca de um quil�metro do Mineir�o. Douglas afirma que na final da Libertadores chegou a ficar preso por 40 minutos em um trecho da Avenida Ant�nio Carlos, ao tentar chegar ao est�dio. Agoniados, os passageiros desistiram e terminaram o percurso a p�. “Ficar parado em engarramento � preju�zo”, reclama.

O taxista Jos� Roberto Mascalli, de 56, tamb�m reconhece que evita circular na regi�o do est�dio depois dos jogos. “Para vir � tranquilo na maioria das vezes, mas na volta � raro que eu venha pegar passageiros. O tr�nsito � muito ruim e a gente perde muito tempo at� conseguir chegar e ir embora”, afirma. Ele diz tamb�m temer confus�o na sa�da de jogos. “Um torcedor provoca o outro. Uma vez quase atingiram meu carro com uma pedrada. �s vezes, se venho pegar algu�m, n�o tem onde parar e ainda corro o risco de ser multado”, acrescenta.

Carona

No caso do advogado Fl�vio Poli, de 32, que foi � final da Libertadores com o irm�o e a cunhada, o jeito foi apelar para carona. “Imaginei que, por ter tanta gente no jogo, os taxistas aumentariam o atendimento. Foi o contr�rio’, afirma. O grupo precisou andar do est�dio at� a altura do 3º Batalh�o do Corpo de Bombeiros, na Ant�nio Carlos, j� no Bairro S�o Francisco. Ainda assim, n�o conseguiu pegar um t�xi. “Tivemos que pedir carona para um rapaz que estava sozinho no carro. Ele ia para o Bairro Padre Eust�quio, mas para nos ajudar nos deixou pr�ximo � Avenida Paran�, no Centro. Cheguei em casa �s 4h. Foi muito desgastante”, conta. O advogado espera que autoridades tomem provid�ncias para resolver o problema.

 

Pedido por mais faixas exclusivas

 

A implanta��o de uma opera��o espec�fica de tr�nsito para dar prioridade a t�xis no entorno do Mineir�o � apontada por especialista e por alguns taxistas como uma sa�da para aumentar a oferta de transporte em dias de jogos lotados. Para o professor Nilson Tadeu Nunes, do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da UFMG, � vi�vel que uma faixa da Avenida Abrah�o Caram – que d� acesso ao Mineir�o – seja reservada para t�xis. “Dessa forma, eles conseguiriam chegar ao est�dio e n�o apenas �s vias do entorno”, considera. “A BHTrans faz opera��es de tr�nsito o tempo todo e tem condi��es de fazer essa tamb�m”, acrescenta.

O professor disse ter vivido o problema em um jogo da Copa das Confedera��es. “Vi as pessoas disputando t�xi a tapa. Entendo que na Copa � preciso manter o per�metro de seguran�a e os t�xis n�o podem chegar ao est�dio, mas em dias de jogos normais � poss�vel montar uma opera��o priorit�ria para o servi�o”, afirma Nunes. Ele considera o problema s�rio, que deve ser tratado com aten��o por autoridades.

Taxistas aprovam a ideia de criar faixas exclusivas. “� l�gico que assim os motoristas v�o querer atender o Mineir�o”, disse o condutor Douglas Gon�alves, de 24. Por sua vez, o taxista Edson Dias, de 60, cobra tamb�m pontos com espa�o para que filas de t�xi sejam formadas. “� muito dif�cil pegar passageiros na sa�da dos jogos, n�o tem nem onde parar. Se bobear a gente leva multa”, avalia. “Prefiro recusar chamados para pegar passageiros aqui depois dos jogos. O tumulto � tanto que fica dif�cil encontrar o passageiro que chamou o t�xi”, afirma Dias, que cedeu ao pedido de um casal de passageiros, de outra cidade, e combinou de peg�-lo depois do cl�ssico de ontem entre Cruzeiro e Atl�tico. “Espero que d� para esper�-los no local combinado”.

Negocia��o

A BHTrans informou, por meio de nota, que pedidos de faixa preferencial para acesso e sa�da do Mineir�o em eventos de grande porte pode ser feita pelos taxistas e pelo sindicato da categoria, desde que seja agendada uma reuni�o com a empresa para debater o assunto. Ainda segundo a nota, em dias de jogos e eventos no Mineir�o s�o realizadas reservas de �rea para que os ve�culos do servi�o de t�xi possam aguardar os passageiros ap�s o evento. No �ltimo jogo, no final da Libertadores, foram tr�s, informa a BHTrans.
A empresa que gerencia o transporte e tr�nsito na capital afirmou ainda incentivar o uso do transporte coletivo para eventos de grande porte no est�dio e que nas �ltimas ocasi�es ofereceu o servi�o de transporte com linhas executivas, com compra antecipada do cart�o de embarque. Nos dias de jogos, segundo a nota, a empresa garante aos usu�rios linhas especiais para atendimento exclusivo do torcedor, segundo a nota. Procurados, representantes do Sindicato Intermunicipal dos Condutores Aut�nomos de Ve�culos Rodovi�rios, Taxistas e Transportadores Rodovi�rios Aut�nomos de Bens de Minas Gerais, n�o retornaram as liga��es da reportagem.

 

 


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