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Estado de Minas LIBERDADE, SIM. MAS COM RESPONSABILIDADE

Representantes de museus querem garantia de preserva��o da Pra�a da Liberdade

Realiza��o de eventos sem crit�rios na pra�a que se transformou em circuito cultural leva representantes de museus a pedir interven��o para proteger institui��es e bens tombados


postado em 02/08/2013 06:00 / atualizado em 02/08/2013 06:42

Cercado de referências culturais, espaço que é um dos cartões-postais de Belo Horizonte exige regras especiais de utilização, para evitar danos ao patrimônio e transtornos a atrações do entorno, dizem vizinhos(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press %u2013 26/2/13)
Cercado de refer�ncias culturais, espa�o que � um dos cart�es-postais de Belo Horizonte exige regras especiais de utiliza��o, para evitar danos ao patrim�nio e transtornos a atra��es do entorno, dizem vizinhos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press %u2013 26/2/13)


Representantes de museus do Circuito Cultural Pra�a da Liberdade cobram da Prefeitura de Belo Horizonte regras para eventos no cart�o-postal da capital, nos moldes do que ocorreu na Pra�a da Esta��o h� cerca de tr�s anos. A gota d’�gua para a rea��o foi um festival de jazz no �ltimo domingo, na pra�a e na Alameda da Educa��o. A estrutura dos palcos e a m�sica alta comprometeram o funcionamento dos espa�os vizinhos, al�m de representar risco aos pr�dios tombados pelo Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha). A discuss�o sobre o uso da pra�a ganha corpo na semana de lan�amento de mais uma atra��o no circuito, com a abertura da exposi��o permanente do Pal�cio da Liberdade, no domingo.

Gestores da institui��o mais prejudicada, o Museu das Minas e do Metal (MMM), no antigo pr�dio da Secretaria de Estado de Educa��o, elaboraram relat�rio com fotos dos problemas que enfrentaram e encaminharam ao Circuito Cultural Pra�a da Liberdade. A diretora do MMM, Helena Mour�o, conta que a vibra��o das caixas de som fez os vidros e equipamentos do museu trepidarem, incluindo as janelas do sal�o nobre, originais do s�culo 19. “O som era absurdamente alto e o palco estava montado muito perto do museu. O acervo de mineralogia � muito sens�vel e as amostras se deslocam, assim como os projetores. Com isso, tivemos que manter fechadas seis atra��es”, conta.

Com estrutura de dois palcos, al�m de tendas e barracas de alimenta��o, o BH Jazz Live, que tinha autoriza��o da prefeitura e do Iepha, reuniu ao longo de todo o dia cerca de 5 mil pessoas. “� inconveniente a prefeitura autorizar um evento sem levar em considera��o o funcionamento dos museus. Para montar um palco, a equipe podou um ip� sem o menor crit�rio”, afirma Helena. “Daqui para frente, se voltarem a acontecer eventos dessa forma, o museu fecha as portas. Estamos com a responsabilidade de cuidar deste patrim�nio estadual”, completa, sem esquecer de fevereiro do ano passado, quando mais de 10 mil pessoas foram � pra�a para um show do grupo Mobobloco.

Adequa��o

Responsáveis por espaços culturais se queixam de que no último show houve abuso no volume do som e que palco foi montado muito próximo a prédios históricos(foto: Sergio Amzalak/Esp. EM/D.A Press)
Respons�veis por espa�os culturais se queixam de que no �ltimo show houve abuso no volume do som e que palco foi montado muito pr�ximo a pr�dios hist�ricos (foto: Sergio Amzalak/Esp. EM/D.A Press)
Na ter�a-feira, o assunto foi tratado por gestores do MMM, Memorial Minas Gerais Vale, Espa�o Tim UFMG do Conhecimento e Circuito Cultural. A gerente-executiva do projeto Circuito Cultural Pra�a da Liberdade, Cristiana Kumaira, ressalta que a inten��o n�o � censurar eventos na pra�a, mas adequ�-los � realidade de um espa�o rodeado por museus. “O circuito cultural � a favor de eventos; um festival de jazz, inclusive, � superlegal, mas a quest�o � o dimensionamento, ainda mais com a proximidade de pr�dios tombados. Precisamos pensar em como ocupar a pra�a e ao mesmo tempo preservar. Temos que repensar o espa�o para conviver com a realidade no entorno e vice-versa”, afirma Cristiana.

Em nota, a Vale, respons�vel pela manuten��o da pra�a e gestora do Memorial Minas Gerais, informou estar em di�logo com a Prefeitura de Belo Horizonte para contribuir com a defini��o de regras espec�ficas para eventos. “Tal defini��o visa a estimular o uso e apropria��o do espa�o pela comunidade, com eventos adequados ao perfil do espa�o, mas de forma a minimizar eventuais impactos �s �reas verdes, ao patrim�nio p�blico e aos bens tombados instalados na pra�a e em seu entorno”.

 

 

Espera por regras passa de um ano

Em fevereiro do ano passado, um show com a banda carioca Monobloco reuniu mais de 10 mil pessoas na Pra�a da Liberdade, causando estragos aos jardins e ao patrim�nio do cart�o-postal. Na ocasi�o, a Prefeitura de Belo Horizonte havia prometido a defini��o de regras para uso do local, compat�veis com sua preserva��o. Na semana passada, mais problemas voltaram a ocorrer, mas nem assim h� previs�o para uma regulamenta��o de eventos no espa�o, que recebeu 146 festas desde o in�cio do ano passado.

Apesar da tentativa de di�logo de integrantes do Circuito Cultural Pra�a da Liberdade, que re�ne museus e centros culturais no entorno da pra�a, em nota, a Regional Centro-Sul � clara: “N�o temos previs�o sobre esse assunto”. Atualmente, os eventos no local seguem a mesma orienta��o do restante da cidade, com a ressalva da necessidade de aprova��o do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha).

Em sua terceira edi��o, sempre na Pra�a da Liberdade, o BH Jazz Live reuniu no domingo atra��es do estilo musical das 11h30 �s 22h. Apesar das queixas, a prefeitura n�o identificou problemas. “No caso desse evento em espec�fico todas as normas foram cumpridas e n�o houve nada que inviabilizasse seu acontecimento”, informou nota da Regional Centro-Sul.

A licen�a foi concedida para um p�blico com dimens�o de 2,5 mil pessoas. Apesar do saldo de 5 mil participantes, a organiza��o garantiu que houve rotatividade dos frequentadores ao longo do dia. O Iepha tamb�m deu aval para o evento. Na avalia��o do �rg�o de prote��o ao patrim�nio, n�o havia nenhum impedimento. “At� o momento o Iepha n�o recebeu nenhuma notifica��o de dano � Pra�a da Liberdade nem reclama��es formais de nenhuma natureza”, informou o �rg�o.

A produtora da Art BHZ, organizadora do evento, Ana Maria Lima Santos, ressalta que o BH Jazz Live contou com todo licenciamento. “Tudo foi montado seguindo a orienta��o dos zeladores da pra�a. N�o recebemos diretamente nenhuma reclama��o da vizinhan�a. No dia seguinte, entregamos a pra�a 100%, sem qualquer dano”, afirma. Sobre a poda indevida de um ip�, ela reconhece o equ�voco. “Isso foi feito pela empresa que montou o palco, sem a nossa autoriza��o”, ressalta.


MEM�RIA: Crit�rios em uma outra praia
Em maio de 2010, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, publicou portaria regulamentando eventos na Pra�a da Esta��o. O p�blico ficou limitado a 15 mil pessoas. Al�m disso, organizadores t�m que cumprir regras como a obrigatoriedade de instala��o de um banheiro qu�mico para cada 100 pessoas, o cercamento de monumentos e jardins, entre outras normas. Antes do decreto, entretanto, o prefeito proibiu a realiza��o de eventos no local, o que causou rea��o imediata da popula��o. O movimento Praia da Esta��o foi organizado em oposi��o � proibi��o, levando centenas de jovens em roupas de banho � pra�a.


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