Delegado afirma que execu��es de rep�rter e fot�grafo no Vale do A�o est�o esclarecidas

A for�a-tarefa que investiga pelo menos 18 assassinatos em Ipatinga e cidades vizinhas no Vale do A�o, entre 2007 e 2013, concluiu 11 inqu�ritos e indiciou 16 pessoas. Alessandro Neves Augusto, o Pitote, de 31 anos, acusado de executar a tiros o rep�rter Rodrigo Neto Faria, de 38, em mar�o, e o fot�grafo Walgney de Assis Carvalho, de 43, em abril, est� na lista, que tem ainda seis policiais civis e tr�s militares. O policial civil L�cio L�rio Leal, de 22, foi indiciado tamb�m pela morte de Rodrigo. A Justi�a decidir� se Pitote e L�cio ter�o pris�o tempor�ria transformada em preventiva.

O rep�rter, que trabalhava com Walgney, denunciou o envolvimento de policiais na s�rie de assassinatos, com caracter�sticas de grupo de exterm�nio. Desde que come�ou a sequ�ncia de execu��es com ind�cios de participa��o policial, passaram-se seis anos de den�ncias, sem investiga��es concretas. Em 19 de abril, depois de trocas na c�pula da Pol�cia Civil em Ipatinga e regi�o, come�ou o trabalho da for�a-tarefa do Departamento de Investiga��es de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DIHPP). As apura��es do grupo j� esclareceram 12 dos homic�dios, incluindo a execu��o dos dois jornalistas.

Rodrigo, que trabalhava numa r�dio em Ipatinga, preparava uma s�rie de reportagens para marcar seu retorno a um jornal da cidade, em que apresentava novas evid�ncias de envolvimento de policiais em assassinatos. Na madrugada de 8 de mar�o, entretanto, ele foi executado com tr�s tiros no Bairro Cana�, em Ipatinga. Pouco mais de um m�s, em 14 de abril, Walgney foi morto a tiros, em um pesque e pague em Coronel Fabriciano. Ele havia revelado que conhecia detalhes sobre a morte do colega.

Mais seis homic�dios

O delegado Wagner Pinto, chefe do DIHPP, informou ontem que os trabalhos da for�a-tarefa n�o terminaram com o esclarecimento das execu��es dos jornalistas. “H� ainda mais quatro casos em que seis pessoas foram assassinadas na regi�o”, explicou. O delegado considerou produtiva a atua��o de sua equipe. “Em quase quatro meses de trabalho, conseguimos esclarecer ocorr�ncias complexas, algumas com mais de cinco anos”. A for�a-tarefa � formada por quatro delegados, tr�s escriv�es e 12 investigadores.

Os inqu�ritos sobre os assassinatos de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho foram conclu�dos na ter�a-feira e entregues � Justi�a, com o indiciamento de Pitote. No assassinato de Rodrigo, as apura��es apontaram que ele agiu com a ajuda do policial L�cio L�rio Leal, tamb�m indiciado. O Minist�rio P�blico vai analisar os inqu�ritos e, nos pr�ximos dias, deve apresentar den�ncias contra os acusados. Al�m de Alessandro e L�cio, h� mais 14 pessoas indiciadas pelos outros homic�dios, e tr�s que foram presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.

As execu��es de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho causaram repercuss�o internacional. A Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) cobrou solu��o dos crimes e demonstrou preocupa��o com a inseguran�a de dos jornalistas do Vale do A�o. Muitos pediram demiss�o, alegando falta de seguran�a, e testemunhas tiveram que deixar a regi�o. O governador Antonio Anastasia determinou “apura��o rigorosa” dos assassinatos. Um comit�, incluindo profissionais da imprensa de Ipatinga, foi criado para acompanhar as investiga��es.