
As camadas de poeira laranja que se acumulam com a passagem de ve�culos pesados, vindos dos acessos do canteiro de obras do Programa de Urbaniza��o e de Reassentamentos Sociais Vila Viva, da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), deixam imundas as ruas Levy Pereira Coelho, Emilio Pereira de Barros, Cr�cis, Pl�iades e o Hospital S�o Francisco, no Bairro Santa L�cia, Regi�o Centro-Sul da capital. Como resultado da passagem de carros e do vento, o p� invade casas e atormenta a vida da vizinhan�a, que reclama que nenhuma medida paliativa tem sido tomada, como a lavagem das vias, uma praxe adotada nesse tipo de situa��o.
Esse � tido por moradores como um dos mais graves impactos das interven��es no bairro e que deixou “em p� de guerra” quem vive na regi�o e os respons�veis pela constru��o. Os vizinhos reclamam ainda que as obras come�am de madrugada e s� terminam altas horas da noite, infernizando todos com o ru�do do maquin�rio e os berros dos oper�rios. O tr�fego de caminh�es e m�quinas pesadas por vias pequenas, onde a circula��o n�o deveria ocorrer, segundo acordo com a Companhia Urbanizadora e de Habita��o de Belo Horizonte (Urbel), n�o estaria sendo cumprido, o que impede acessos a garagens e estacionamento de moradores.
No local, a reportagem do Estado de Minas constatou ontem que os mais graves impactos recaem sobre a Rua Levy Pereira Coelho. A via estava completamente coberta de poeira. Tr�s bocas de lobo que recebem �gua das chuvas estavam repletas de terra, entulho, pedras, tocos de madeira e torr�es de solo que escorreram do canteiro de obras ou ca�ram dos caminh�es.
A grelha de um desses dutos de drenagem estava deslocada, segundo moradores pelo tr�fego intenso de ve�culos de carga, o que permitia que mais detritos entrassem diretamente no mecanismo. Risco de entupimento e de trasbordamento em caso de chuvas neste ou em outro ponto onde o material carreado pode se acumular. Um bueiro de acesso a uma galeria subterr�nea que passa pela rua tamb�m recebe diariamente a terra e as pedras que caem dos caminh�es.
No Hospital S�o Francisco, acompanhantes de pacientes reclamavam da poeira que entra, vinda do movimento intenso, como o registrado na Rua Cr�cis ontem.

Segundo ela, os oper�rios n�o usam �gua para limpar a rua e a poeira invade as casas, cobre m�veis, paredes e ve�culos. “Voc� acaba de limpar uma mesa daquele p� laranja e da� a pouco j� d� para escrever seu nome com a ponta dos dedos”, afirma a empres�ria. Ela conta que muitos vizinhos n�o conseguem retirar os carros das garagens dependendo do n�mero de caminh�es que ocupam a �rea.
O que mais atormenta a comerciante Izabella Muzzy, de 31 anos, � o fato de as m�quinas come�arem a trabalhar de madrugada. “A gente acorda e n�o consegue dormir. Ficam as m�quinas fazendo barulho sem parar,al�m da gritaria. Como o terreno est� vazio, vemos gente � noite roubando material de constru��o e isso trouxe inseguran�a para n�s”, disse Muzzy.
Urbel explica os impactos
A Urbel informa que as obras de urbaniza��o Vila Viva do Aglomerado Santa L�cia s�o para melhorar as condi��es de vida da popula��o de baixa renda, com impactos positivos nos bairros do entorno. “No momento, est� sendo realizada a terraplenagem do terreno e o in�cio das funda��es para a edifica��o de 488 apartamentos destinados a fam�lias que ser�o removidas de �reas de risco de deslizamento, de acidentes el�tricos ou de trechos contemplados com obras”, informa em nota.
A Urbel admite ter recebido “algumas reclama��es individuais de moradores da Rua Levi Pereira Coelho sobre o tr�fego de caminh�es” e que desde a segunda-feira boa parte dos ve�culos foi desviada para a Rua Guilherme Manoel Roscoe, que d� acesso � Rua Pl�iades. A Urbel acrescenta que j� solicitou � empreiteira respons�vel a melhoria da sinaliza��o da via, durante o tr�fego de caminh�es e est� tomando provid�ncias para minimizar, ao m�ximo, transtornos que obras deste porte causam.