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Estado de Minas

Estado prev� nova epidemia da dengue durante o mundial de 2014

Maior epidemia de dengue da hist�ria de minas e temor de um quadro pior em plena Copa do Mundo levam governo a tra�ar plano emergencial para evitar neglig�ncia e inefic�cia no combate ao aedes aegypti


postado em 21/08/2013 06:00 / atualizado em 21/08/2013 06:42

Minas enfrenta este ano a maior epidemia de dengue de sua hist�ria e pode viver um quadro pior ainda em 2014, em plena Copa do Mundo, que ter� seis jogos em Belo Horizonte. De janeiro a ontem, foram 255.272 casos confirmados, 30% acima dos registrados em 2010 inteiro, at� ent�o o pior ano. O n�mero de mortes tamb�m impressiona. Em 2010 foram 106 (m�dia de uma a cada 3,4 dias). Este ano j� foram 102 (m�dia de uma a cada 2,2 dias). Diante do quadro preocupante, principalmente devido � inefic�cia e � neglig�ncia do poder p�blico e da popula��o nas a��es contra o Aedes aegypti, o governo do estado anunciou um plano emergencial para enfrentar nova epidemia no ano que vem. Convocou secret�rios de Sa�de dos 50 munic�pios mineiros mais afetados pela dengue (75% dos casos e 70% das mortes). Foram anunciadas tamb�m as propostas de cria��o de um fundo de R$ 103 milh�es para preven��o e combate e de distribui��o de larvicida � popula��o, j� que 80% dos focos est�o dentro das casas. E um hospital de campanha ser� adquirido para o pr�ximo ano.


“Temos uma evolu��o de quase 20 anos da dengue no Brasil. A despeito de todas as nossas a��es deste ano, estamos com muita anteced�ncia nos articulando para 2014. N�o tenho d�vida de que teremos casos de dengue mais uma vez e fatores relevantes e importantes para manuten��o da epidemia”, afirmou o secret�rio de Estado de Sa�de, Ant�nio Jorge Souza Marques.

Segundo ele, este ano houve uma circula��o intensa do sorotipo 4 da dengue, que h� mais de 30 anos n�o era registrada e pegou a popula��o sem nenhuma mem�ria imunol�gica, suscept�vel � doen�a. Isso explica em parte a agressividade e a velocidade da cadeia de transmiss�o sem precedentes no estado. “Essa situa��o se manter� para o pr�ximo ano. O v�rus que seguramente estar� hegem�nico � o sorotipo 4”, afirmou.

Os 255.272 casos confirmados este ano foram registrados em 796 dos 853 munic�pios. Ant�nio Jorge se reuniu ontem com 50 secret�rios municipais. O encontro foi uma esp�cie de pux�o de orelha em quem que n�o cumpriu o plano de conting�ncia para conter a dengue. “Foi uma conversa muito franca. Assumimos com muita humildade que a despeito dos esfor�os precisamos fazer mais. Ent�o, � uma cobran�a civilizada, mas uma cobran�a fora do governo do estado em rela��o � manuten��o das equipes de agentes de endemia”, disse Ant�nio Jorge, que acredita que somente uma vacina poder� resolver o problema. A Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) autorizou esta semana um estudo para a vacina, que deve demorar at� 10 anos para ficar pronta. Enquanto isso, restam apenas dois caminhos, segundo o secret�rio: intensificar as a��es de combate ao vetor e melhorar a assist�ncia e incorporar regras ou engenharia de financiamento das a��es que possam favorecer o aspecto gerencial.

Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, � a cidade campe� em casos de dengue este ano, com 20 mortos. O secret�rio de Sa�de do munic�pio, Fahin Sawan, alega que houve neglig�ncia da administra��o passada. “N�o fizeram preven��o. Encontramos um agente para cada 1,3 mil domic�lios, quando deveriam ser um para 800 fam�lias, conforme o termo de ajustamento de conduta de 2006”, disse.

Descaso com preven��o

 Segundo o secret�rio Ant�nio Jorge, este ano 83% das gest�es n�o foram renovadas em Minas, uma trag�dia na continua��o dos trabalhos, com desmonte de equipes de agentes de endemia e da sa�de da fam�lia. “Houve quebra de contratos de presta��o de servi�os em alguns munic�pios, como coleta de lixo org�nico. Muito lixo nas ruas, tempo quente, mosquito solto, assim n�o tem jeito. Dos 50 munic�pios mais afetados, 86% n�o cumpriram o �ltimo ciclo de combate � dengue. Alguns n�o cumpriram nada”, disse. Ver�o mais quente e a antecipa��o das chuvas tamb�m contribu�ram para a prolifera��o do mosquito. Durante a reuni�o, foi proposta a cria��o de um fundo de R$ 103 milh�es, com recursos municipais, estadual e federal, para financiar os agentes de endemia e reestabelecer carreiras e treinamentos.

“Os munic�pios est�o trabalhando com a metade do ideal de n�mero de agentes no combate ao vetor. Desde a desarticula��o da Funasa, os agentes perderam muito em qualidade. H� algumas d�cadas, era  pessoal de carreira, com comprometimento ideol�gico e com a sa�de p�blica. Hoje os v�nculos s�o prec�rios e eles s�o mal remunerados”, disse. Em fun��o do aumento de casos da dengue e das mortes, Ant�nio Jorge conta que foram gastos R$ 60 milh�es este ano com cria��o de unidades de hidrata��o e contrata��o de mais 2 mil agentes.


Distribui��o de larvicida

Outra medida em estudo pelo governo estadual � a instrumentaliza��o da comunidade no combate � dengue, segundo o secret�rio Ant�nio Jorge. Especialistas em meio ambiente e nas �reas qu�mica e industrial ser�o convidados para discutir a possibilidade de o larvicida, que � usado pelos agentes, ser utilizado pelas pr�prias fam�lias. Ser�o avaliados impactos ambientais, poss�veis riscos e uso inadequado do material. A comiss�o ter� at� dezembro para uma resposta.

Ant�nio Jorge conta que este ano o estado distribuiu 1,5 milh�o de litros de �gua sanit�ria como larvicida, mas o produto tem uma a��o limitada e o efeito residual � menor. “Muitas fam�lias acabaram utilizando a �gua sanit�ria que distribu�mos para outros fins, como lavar o quintal”, disse o secret�rio.

Segundo ele, os agentes t�m que voltar a cada domic�lio a cada seis meses, o que � trabalhoso. “Muitas vezes, o esquema de preven��o se fragiliza por impossibilidade f�sica. Por que n�o contar com a pr�pria sociedade?”, questiona. Este ano, segundo ele, o n�mero de caminhonetes para o fumac� aumentou de 60 para 122, e o de bombas costais de 500 para mais de mil.


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