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Estado de Minas

J�ri condena fazendeiro e inocenta filho por morte de bailarino em Montes Claros

Pai foi sentenciado a 14 anos de pris�o, mas poder� recorrer em liberdade. Promotoria havia pedido a absolvi��o do filho por falta de provas concretas da participa��o dele no crime


postado em 27/08/2013 20:29 / atualizado em 27/08/2013 22:08

Zootecnista (dir) foi condenado por homicídio duplamente qualificado(foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Zootecnista (dir) foi condenado por homic�dio duplamente qualificado (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)


O zootecnista Ricardo Athayde Vasconcellos foi condenado a 14 anos de pris�o pela morte do bailarino Igor Leonardo Xavier, em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. O filho dele, Diego Rodrigues Athayde, que tamb�m era julgado pelo crime, foi absolvido pelo j�ri. O julgamento, considerado hist�rico por ser um dos primeiros de um caso com motiva��o homof�bica, aconteceu onze anos ap�s o crime. A senten�a foi anunciada por volta das 20h15 pelo juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes.

Ricardo Athayde foi condenado a 15 anos de pris�o. Por�m, ganhou a atenuante por ser r�u confesso do crime. Por ter ficado o processo todo em liberdade, a Justi�a garantiu o direito do zootecnista responder a senten�a fora da cadeia.

O advogado Maur�cio Campos J�nior, ex-secret�rio da Secretaria de Defesa Social, que defende os acusados, j� adiantou que vai recorrer da decis�o por achar que a pena foi alta. J� o advogado Ernesto Queiroz de Freitas, assistente de acusa��o, diz que vai estudar a possibilidade de recurso.

O promotor Gustavo Fantini, respons�vel pela acusa��o de pai e filho, pediu aos jurados para absolverem Diego. O representante do Minist�rio P�blico alegou que n�o havia no processo provas concretas da participa��o do rapaz no assassinato do bailarino. No entanto, chegou a afirmar que Diego e Igor mantinham um relacionamento amoroso, o que provocou protesto por parte da defesa.

Ao depor, Ricardo admitiu que os tiros que mataram o bailarino foram disparados por ele. Por�m, disse que os primeiros disparos foram acidentais. Ele revelou que flagrou Igor assediando o filho, que na �poca tinha 18 anos, se armou com rev�lver e trope�ou no tapete, atirando acidentalmente. Igor n�o foi atingido, segundo ele, mas teve in�cio uma luta corporal durante a qual ele foi baleado.

Pela manh�, no come�o do j�ri, todas as testemunhas foram dispensadas e o interrogat�rio de pai e filho come�ou imediatamente. Diego manteve a vers�o apresentada pelo pai e se recusou a responder as perguntas do assistente de acusa��o. Respondeu, com frases curtas e objetivas, os questionamentos feitos pelo juiz, promotor e jurados.

Acusa��o x defesa

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
O debate entre o promotor e o advogado Maur�cio Campos, que defende os acusados, teve in�cio no come�o da tarde. Gustavo Fantini foi categ�rico ao afirmar que, conforme depoimentos de testemunhas, Igor e Diego j� se conheciam e mantiveram um relacionamento amoroso. Na vers�o dos acusados, v�tima e r�us se conheceram horas antes do crime em um bar de Montes Claros.

A defesa, por sua vez, disse que o promotor tentou desmoralizar o acusado. Ele afirmou que Igor foi morto porque assediou Diego e enfatizou que isso n�o pode ser considerado um motivo f�til para o assassinato, uma vez a atitude de Ricardo ao ver o filho ser molestado reflete o valor moral de toda a sociedade.

O crime na vers�o dos r�us

Ricardo contou que em 28 de fevereiro de 2002, dia do crime, sentou com dois conhecidos em um bar de Montes Claros. Al�m deles, outras pessoas se revezavam � mesas em um clima descontra�do entre 21h e 0h. Nesse per�odo, a discuss�o principal entre todos era sobre filosofia e em determinado momento, Igor pediu permiss�o para sentar com o grupo e participar da conversa. Ricardo afirma que n�o conhecia Igor e nunca o tinha visto.

Segundo Ricardo, Igor pediu livros de filosofia emprestados. Ele foi levado, ent�o, para a casa da fam�lia para pegar os livros. O acusado disse que chamou o filho para fazer companhia ao bailarino na sala do im�vel enquanto ele foi ao banheiro e � cozinha. Ao retornar ao c�modo, flagrou o dan�arino assediando Diego. Foi neste momento em que ele pegou duas armas que guardava no arm�rio e foi em dire��o ao artista na sala.

O acusado contou que trope�ou, momento em que ocorreu o primeiro disparo. Igor avan�ou sobre ele e os dois se atracaram brigando, foi quando Ricardo disparou mais uma vez, matando o bailarino. Desesperados, pai e filho foram at� a casa de parentes e um irm�o do zootecnista o orientou a seguir para Belo Horizonte e emprestou uma caminhonete para a viagem.

Os r�us voltaram para a casa, pegaram o corpo de Igor para ocultar o cad�ver. Ricardo arrastou o corpo at� a carroceria da caminhonete, enquanto Diego limpava os rastros de sangue deixados no ch�o. O corpo do artista foi abandonado durante a viagem � capital em uma estrada vicinal, �s margens da BR-365, mesmo local onde foram deixadas as duas armas.

No caminho, o ve�culo apresentou problemas e Ricardo resolveu voltar a Montes Claros, onde se encontrou novamente com o irm�o. Como o zootecnista estava muito atormentado, o irm�o assumiu a dire��o da caminhonete e transportou os dois acusados para BH.

Diego relatou exatamente a mesma vers�o do pai, durante o depoimento no j�ri. Ele disse que ao “fazer sala” para Igor foi atacado pelo bailarino. Segundo ele, Igor sentou no sof� e come�ou a pegar em seu pesco�o, mas Diego teria se desvencilhado educadamente at� o pai perceber a situa��o e o caso terminar em trag�dia.

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


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