
A preocupa��o de Edson � um exemplo da situa��o prec�ria da Pol�cia Rodovi�ria Federal. Por falta de estrutura e pessoal, o �rg�o que deveria garantir a fiscaliza��o e a seguran�a nas estradas deixa o caminho livre para o medo e a imprud�ncia, sem coibir problemas como abuso de motoristas e ataque de ladr�es. Minas tem a maior malha rodovi�ria do pa�s, com 5.795 quil�metros, mas apenas 908 policiais, menos que o Paran�, segundo estado com mais estradas (4.040 quil�metros e 916 policiais). Os dois estados t�m 41 postos de fiscaliza��o nas rodovias, cada um, mas, enquanto no Paran� todos funcionam, em Minas oito est�o abandonados por falta de efetivo.
No km 156 da BR-365, em Pirapora (Norte), o posto foi depredado e virou ponto de andarilhos. H� postos sem policiais na BR-040, em Jo�o Pinheiro (Noroeste); dois na BR-381, em Jaguara�u (Vale do A�o); na BR-262, em Oliveira (Centro-Oeste); na BR-153, em Campos Altos (Alto Parana�ba); na BR-153, em Prata; e na BR-050, em Uberaba, ambas no Tri�ngulo Mineiro. O posto da BR-050, em Araguari (Tri�ngulo Mineiro), foi inaugurado recentemente e tem computadores, mas faltam policiais e m�veis. A assessoria de imprensa da PRF nega que os postos estejam abandonados e alega que eles servem de apoio para policiais para rondas.
�s 13h30 de ontem, a reportagem do Estado de Minas n�o encontrou policial no posto da BR-262, em Bom Despacho (Centro-Oeste). “� mais f�cil achar uma agulha no palheiro do que um policial nos postos da PRF. Certa vez, meu caminh�o quebrou numa serra em Luz, telefonei para a corpora��o pedindo ajuda para sinalizar e evitar acidente no local. O policial que atendeu a liga��o disse que n�o tinha viatura dispon�vel”, reclamou o caminhoneiro Juraci Ribeiro, de 50, que procurou ajuda ontem no posto de Bom Despacho e encontrou portas e janelas fechadas.
Medo

O caminhoneiro Alexandre Aparecido de S�, de 33, viajou por 255 quil�metros ontem e diz que viu policiais apenas nos postos da PRF de Juiz de Fora (Zona da Mata), Congonhas (Regi�o Central), e Nova Lima. “Nas estradas, n�o encontrei nenhum policial”, disse Alexandre, que se sente inseguro. “Se eu for assaltado, at� o policial sair de Congonhas para me atender o ladr�o vai estar longe”, comentou.
A falta de policiais tamb�m preocupa o funcion�rio p�blico Eduardo Castro, de 47. “Se eu precisar de um policial, n�o tenho a quem recorrer. A estrada est� livre para contrabando, para as carretas com excesso de peso e para infra��es de tr�nsito. S�o muitos caminh�es em alta velocidade em pistas simples e n�o respeitam ningu�m”, reclama Eduardo.
O balconista Jadson Pereira Silva, de 21, trabalha num restaurante no km 555 da BR-040, em Nova Lima, que est� fechando as portas uma hora mais cedo por causa dos assaltos: “Fomos roubados duas vezes. Agora, fechamos �s 21h30”.