As primeiras quest�es que tomaram a aten��o no j�ri do l�der do Bando da Degola, Frederico Flores, est�o voltadas para a semi-imputabilidade do r�u, apontada por laudo pericial de sanidade mental. O m�dico psiquiatra Paulo Roberto, primeira testemunha a ser ouvida no F�rum Lafayette, nunca havia prestado depoimento no processo. Ele deu apoio t�cnico na elabora��o do laudo de Frederico Flores, sendo indicado pela fam�lia do r�u. O m�dico disse ao juiz que n�o conhecia o acusado, nem havia tratado dele antes dos crimes serem revelados.
O magistrado pediu que o m�dico resumisse seu parecer no laudo dentro do sal�o do j�ri. Paulo Roberto disse que o r�u ao longo da inf�ncia e adolesc�ncia demonstrou dist�rbio ou deforma��o de personalidade que foi agravada pelo uso de drogas. Isso o transformou numa personalidade perturbada com v�rios sintomas. Esse tipo de transtorno global de personalidade, levou Flores a ser uma pessoa de conduta impulsiva e agressiva. O m�dico informou ainda que o r�u tem um coeficiente de intelig�ncia muito alto, caracter�stica que juntada ao dist�rbio mental permite dom�nio de atividades perigosas e d� a Flores facilidade de manipula��o. De acordo com o m�dico, o laudo do IML foi muito bem elaborado e comprova essa personalidade do r�u."Ele n�o tem incapacidade de se determinar, mas a tem reduzida. Ele sabe tudo que � certo e errado, mas tem dificuldade em se controlar no seu comportamento criminoso, uma redu��o de sua auto-determina��o", falou o psiquiatra no plen�rio. Em resposta � perguntas da defesa, o m�dico disse que Flores � especial porque re�ne cerca de quatro transtornos de personalidade - anti-social, paran�ide, impulsivo/explosivo e narcisismo. De acordo com Paulo Roberto, a personalidade, o hist�rico de viol�ncia e a conduta social de Frederico � �poca dos crimes s�o resultado do adoecimento ps�quico dele - agravado pelo uso de drogas (�lcool e coca�na) e pela depress�o. Flores est� no banco dos r�us sob acusa��o de homic�dio qualificado, sequestro e c�rcere privado, extors�o, oculta��o de cad�ver e forma��o de quadrilha. Ele � apontado como comandante da quadrilha que matou os empres�rios Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39, crime ocorrido em 2010.