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Estado de Minas

Acidente no Anel exp�e falta de coordena��o entre respons�veis por liberar as pistas

BHTrans diz que s� colabora, PM reclama dos bombeiros e eles se defendem, enquanto motoristas enfrentam mais de oito horas de congestionamento


postado em 19/09/2013 06:00 / atualizado em 19/09/2013 08:07

Com pistas fechadas, motoristas tiveram que suportar via marginal parada(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Com pistas fechadas, motoristas tiveram que suportar via marginal parada (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Passado mais de um ano que uma sucess�o de acidentes no Anel Rodovi�rio de Belo Horizonte espalhou o caos pela cidade e evidenciou a falta de um plano de conting�ncia para a libera��o r�pida de vias – e um dia depois de um caminh�o tombado fechar o tr�fego por oito horas na Pampulha –, a falta de estrutura e de planejamento causou mais transtornos para usu�rios da rodovia que corta a capital, com reflexos em outras �reas. A origem do caos, desta vez, foi um acidente no km 16 do Anel, no Bairro Cai�ara, Regi�o Noroeste, onde uma carreta com produtos farmac�uticos tombou �s 2h, no sentido Rio de Janeiro, destruindo 10 metros da mureta, arrancando um poste e derramando 300 litros de diesel na pista. Foi o suficiente para que a interdi��o durasse nada menos do que oito horas, at� as 10h45. O caos se repetiu e muita gente a caminho do trabalho precisou passar pela pista marginal da rodovia, que registrou engarrafamento de seis quil�metros.

O desastre e o transtorno mais uma vez expuseram a falta de coordena��o entre os encarregados de disciplinar o tr�nsito em Belo Horizonte e prestar atendimento em caso de desastres. A Pol�cia Militar Rodovi�ria (PMRv) alega ter v�rias dificuldades para libera��o do Anel Rodovi�rio em caso de acidentes como o de ontem, j� que n�o tem reboques e depende da boa vontade da BHTrans. J� a empresa municipal informa que a via � de jurisdi��o da PM e que apenas “colabora”, emprestando caminh�es-guincho e munks, pois o que ocorre no Anel se reflete no tr�nsito da capital.

O comandante da PMRv no Anel, tenente Geraldo Donizete, afirma que muitas vezes tamb�m � preciso esperar o Corpo de Bombeiros lavar o �leo na pista para evitar mais acidentes. “N�o temos alternativas para desviar o tr�nsito, temos dificuldade de chegar ao local com o reboque por causa dos engarrafamentos e h� necessidade de equipes especializadas da Associa��o Brasileira de Produtos Qu�micos, dos bombeiros e de t�cnicos do meio ambiente quando o ve�culo acidentado transporta produtos qu�micos”, alegou.

Se as dificuldades e o desencontro entre os �rg�os oficiais j� s�o grandes durante o dia, quando o acidente acontece de madrugada, como foi o caso de ontem, a situa��o piora. O tenente Geraldo Donizete disse que a PMRv precisou de um caminh�o munck da BHTrans para retirar blocos de concreto, um poste e a carreta da pista. Pela manh�, os PMs dependeram de bombeiros para limpar o trecho. �s 8h15, os militares jogaram no asfalto �gua e p� de serragem. O trabalho precisava ser feito duas vezes, mas a �gua do caminh�o-tanque acabou. “Eles foram buscar mais �gua e sumiram”, reclamou o tenente Donizete. �s 9h15, o pr�prio tenente e outro policial rodovi�rio espalhavam serragem na pista, usando p�s, na tentativa de apressar a libera��o da via.

O Corpo de Bombeiros informou que, na ocorr�ncia de ontem, os militares da corpora��o trabalharam at� as 3h da madrugada, com aplica��o de 15 sacos de serragem, para evitar derrapagens. �s 6h30 as equipes aplicaram mais serragem e fizeram a lavagem da pista, com 5 mil litros de �gua. Bombeiros permaneceram no local at� cerca das 8h, quando retornaram � sede do 3º Batalh�o para reabastecer, buscar mais serragem e trocar a equipe que estava no plant�o. Nova equipe assumiu a ocorr�ncia e retornou ao Anel em cerca de 35 minutos, encerrando os trabalhos por volta das 12h.

Para o comandante da PMRv, o que causa mais transtorno em caso de acidentes na rodovia que corta a capital � a falta de alternativas para desviar o tr�nsito. “A gente recebe apoio da BHTrans para controlar os ve�culos, mas n�o tem jeito quando tudo fica congestionado. Conseguimos outros caminhos com a viatura, mas com o deslocamento do guincho � dif�cil”, disse.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)
Outro problema, afirmou, � que o caminh�o tombado somente pode ser desvirado quando toda a carga � retirada. Se o material transportado s�o produtos qu�micos, como �cido sulf�rico, a situa��o piora. “De acordo com as regulamenta��es da ONU, esses ve�culos somente podem ser movimentados com a presen�a de equipes especializadas. Dependendo de como tratar a carga, ela pode causar um dano muito maior. A gente precisa dos bombeiros, de t�cnicos do meio ambiente e de equipes da Associa��o Brasileira de Produto Qu�micos”, afirmou.

Novela que se repete

Os testes de paci�ncia para motoristas em virtude de acidentes no Anel Rodovi�rio s�o frequentes e vieram em sequ�ncia no ano passado. Apenas em maio foram dois acidentes com consequ�ncias desastrosas para o tr�fego em toda a capital. No dia 8 daquele m�s, um caminh�o-ba� ficou atravessado sobre a mureta de prote��o na altura do Bairro Buritis, Regi�o Oeste, fechando duas pistas. Foi o suficiente para que o caos se instalasse nas ruas e avenidas e cruzasse a cidade. Quase sete horas depois, passando das 22h, alguns pontos ainda apresentavam reten��o. Para chegar em casa, houve quem gastasse at� quatro horas. Quinze dias depois, um ve�culo de carga com 274 toneladas, que ocupava as tr�s faixas e carregava uma pe�a de 160 toneladas, engui�ou, tamb�m na altura do Buritis. Foram mais de tr�s horas de fechamento de pistas e um congestionamento de 10 quil�metros.

Em julho de 2012, outro acidente no Bairro Bet�nia fechou o tr�nsito por seis horas. Uma carreta desgovernada bateu em oito ve�culos, matando uma pessoa e ferindo sete. Segundo a PMRv, a demora para a libera��o da pista se deu por causa da limpeza da via. Em 25 de outubro, o tombamento de uma carreta carregada de g�s de cozinha provocou 13 horas de transtorno n�o apenas na via, mas em quase toda a cidade. O tumulto come�ou ainda na noite anterior, por volta das 21h, quando o ve�culo se acidentou no km 3, entre os bairros Buritis e Bet�nia, no sentido Vit�ria, e s� terminou ap�s as 10h da manh� seguinte, quando o tr�fego finalmente voltou ao normal. A pista permaneceu fechada durante toda a noite, e o congestionamento chegou a oito quil�metros nos dois sentidos da rodovia.


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