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Estado de Minas

Mineiros no exterior: m�e de Jean Charles n�o perdoa policiais


postado em 23/09/2013 06:00 / atualizado em 23/09/2013 07:26

Maria Otone, mãe de Jean Charles:
Maria Otone, m�e de Jean Charles: "N�o � certo tirar a vida dos outros" (foto: Jackson Romanelli/EM DA Press)
Oito anos j� se passaram do crime internacional de maior repercuss�o envolvendo um mineiro morto no exterior, que gerou filme, livro e um memorial espont�neo, com fotos, flores e velas no local do crime, ocorrido em 22 de julho de 2005, exatas duas semanas depois da s�rie de atentados terroristas ao sistema p�blico de transporte de Londres (Inglaterra). De fam�lia simples, natural da zona rural de Gonzaga, cidade de menos de cinco mil habitantes no Vale do Rio Doce, o eletricista Jean Charles de Menezes, ent�o com 27 anos, foi confundido com um terrorista e assassinado pelas costas com oito tiros (sete na cabe�a), dentro do metr� londrino.

A morte de Jean Charles levou 30 horas para ser oficialmente comunicada pela divis�o de intelig�ncia da pol�cia londrina, a famosa Scotland Yard. Para a dona de casa Maria Otone de Menezes, 67 anos, m�e de Jean Charles, predestinada ao batizar o filho com nome estrangeiro copiado de uma revista nacional, “policiais de Primeiro Mundo”, segundo ela descreve, erraram feio. “Para mim, eles foram uns incompetentes ao tirar a vida do meu filho sem nem perguntar antes quem ele era”, resume a mulher com palavras simples, mas certeiras. Quem ele era, Maria? “Jean Charles era estudioso e trabalhador. Naquele dia, estava indo para o trabalho”, conta ela, lembrando que, se estivesse vivo, o filho estaria hoje com 35 anos.

Apesar da pouca condi��o financeira dos pais e da barreira do idioma estrangeiro, os tr�mites burocr�ticos se desenrolaram com certa rapidez, sob a media��o direta do governo brasileiro. Em 2005, a fam�lia de Jean Charles foi indenizada pela Scotland Yard com 100 mil libras esterlinas, equivalentes a cerca de R$ 300 mil em valores da �poca. Apesar da como��o internacional desencadeada pelo caso, nenhum dos tr�s agentes da pol�cia londrina que vigiavam Jean Charles foi punido e nem mesmo revelada a identidade do atirador.

Entrevista

‘N�o poderiam ter matado’

Moradora da zona rural de Gonzaga, cidade com menos de 5 mil habitantes no Vale do Rio Doce, a dona de casa Maria Otone de Menezes, de 67 anos, sabe pouco sobre a Scotland Yard. Com palavras simples, ela diz muito, por�m, sobre a dor de perder o filho Jean Charles, morto aos 27 anos com oito tiros dentro do metr� de Londres, confundido com um terrorista. Em entrevista ao EM, ela diz que conseguiu perdoar os atiradores. “� dif�cil perdoar quem tirou a vida do seu filho”, diz.

Por que a senhora acha que Jean Charles n�o est� mais aqui?
Era o plano de Deus, n�o �? Tiraram a vida dele. N�o � certo tirar a vida dos outros. O que fizeram com meu filho foi uma barbaridade. N�o tem perd�o.
Oito anos depois do crime, parece que a senhora ainda n�o conseguiu perdoar os atiradores.
Olha, n�o sei se voc� tem ou n�o tem filhos, mas � dif�cil perdoar uma pessoa que tirou a vida do seu filho. Naquele dia, ele estava indo trabalhar. Mesmo que estivesse fazendo coisa errada, poderiam ter prendido, mas n�o poderiam ter matado.
Quem era seu filho, Maria?
Quem ele era? Jean Charles era trabalhador e inteligente. Gostava muito de estudar. Era sorridente e nunca me deu um problema na vida.





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