
O pedido feito pela C�mara de Dirigentes Lojistas da Savassi de uma reuni�o de emerg�ncia com o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, para tratar da retirada os moradores de rua da Zona Sul repercutiu com lojistas de outras regi�es da cidade. Eles querem que provid�ncias tomadas pelo munic�pio sejam estendidas a outros bairros que tamb�m sofrem com o problema. Em centros comerciais movimentados como os do Padre Eust�quio, Cidade Nova, Floresta e Barro Preto, os comerciantes reclamam da sujeira deixada por pessoas que vivem na rua e dos transtornos causados por elas, como abordagens para pedir dinheiro e uso de drogas.
Por tr�s de toda a pol�mica est� uma liminar que impede o estado e a prefeitura de recolherem pertences pessoais de moradores de rua. O coordenador do Conselho CDL/Savassi, Alessandro Runcini, diz que pretende levar a discuss�o para toda a cidade, uma vez que o problema n�o est� concentrado na Regi�o Centro-Sul."O que queremos � encontrar uma solu��o junto com a prefeitura. N�o queremos apenas retir�-los da Savassi para que eles possam ir para outro lugar. Deve haver uma pol�tica assistencial."O coordenador avalia ainda que a liminar n�o � solu��o do problema. "� preciso apresentar propostas concretas para encaminhar moradores de rua aos abrigos da cidade", completa.
Na Feira Coberta do Padre Eust�quio (Fecope) o problema � recorrente. L� � poss�vel ver pelo menos sete moradores de rua todos os dias. O comerciante Rodrigo Santos Lopes � um dos que pedem que uma solu��o para o desafio contemple toda a capital. "Nunca tivemos problemas com roubos ou assaltos, mas a sujeira que eles deixam acaba atrapalhando o com�rcio", explica. Para o comerciante, � preciso fazer um trabalho social e acolher essas pessoas. "N�o basta tirar de um lugar, pois eles v�o aparecer em outro. Tem que haver uma medida eficaz para a cidade inteira", completa.
Na pra�a ao lado da feira, uma mulher montou uma barraca onde passa dias e noites. Pessoas da regi�o contam que ela vive de doa��es e faz uso de bebida alco�lica e drogas diariamente. Na segunda-feira, um epis�dio chocou moradores e comerciantes da regi�o, al�m de mostrar a vulnerabilidade em que vivem esses desabrigados. Um homem foi achado morto em uma barraca que ainda est� montada debaixo da marquise da Feira do Padre Eust�quio. O colch�o que ele usava est� sujo de sangue e o mau cheiro se espalha pelo local. "Parece que ele estava morto havia dias. A pol�cia retirou o corpo e a barraca continua a�, exalando mau cheiro", afirma Rodrigo Lopes.
No Bairro Cidade Nova, os comerciantes tamb�m pedem provid�ncias efetivas. No centro comercial que fica na esquina das ruas Jornalista T�lio Berti e Nelson Soares de Faria, atr�s da Feira dos Produtores, mesmo com uma cabine da Pol�cia Militar no local, os lojistas precisam pedir licen�a a desabrigados diariamente, ao abrirem as lojas. "Eles dormem na porta e nos corredores. Quando pedimos licen�a, alguns reclamam. �s vezes, deixam para tr�s cobertores, colch�es", lembra o comerciante S�rgio Almeida.
No Bairro Floresta, comerciantes alegam que, por haver um servi�o de acolhimento institucional na regi�o, muitos sem-casa, mendigos e usu�rios de droga ficam nas cal�adas, gerando um ambiente de inseguran�a.