Donos do Bol�o querem negociar compra do im�vel com herdeiros

O comerciante S�lvio Eust�quio Rocha, um dos donos do Bar do Bol�o, no Bairro Santa Tereza, Leste de Belo Horizonte, afirmou ontem que pedir� uma reuni�o com os 15 herdeiros do im�vel em que funciona o estabelecimento para tentar compr�-lo. Um dia depois que o Estado de Minas revelou detalhes da disputa pela compra do casar�o, Rocha disse que recebeu v�rias manifesta��es de apoio e at� mesmo de amigos dispostos a ajud�-lo financeiramente. O comerciante explicou que j� apresentou proposta ao administrador dos herdeiros de permuta de im�vel de sua fam�lia, avaliado em R$ 1,4 milh�o, como entrada, mas n�o teve resposta positiva.

Mas a perman�ncia do bar no atual endere�o, na Pra�a Duque de Caxias, n�o estaria nos planos dos propriet�rios do im�vel. O empres�rio Fl�vio Freitas, que tem falado pelos herdeiros, disse ontem que n�o considera a possibilidade de um acordo de venda que favore�a os inquilinos, que est�o no pr�dio h� 44 anos. Ele afirmou ainda que tem boa rela��o com os irm�os Rocha, donos do bar, mas um acerto dependeria do aval de todos os 15 herdeiros. Freitas reafirmou que o im�vel est� � venda, mas negou que haja transa��o caminhando para um desfecho. “Sou um dos propriet�rios e digo que n�o h� contrato firmado.”

O produtor cultural e ator Mauro Maya e o empres�rio da noite Alexandre Pampolini s�o apontados como os dois pretensos compradores que disputam o im�vel por R$ 2,5 milh�es. Outros dois herdeiros do casar�o confirmaram ao EM a negocia��o. Maya afirma ter investido R$ 250 mil num projeto arquitet�nico para cria��o de um casar�o cultural no local, atendendo a lei de preserva��o do patrim�nio cultural e hist�rico. Ele espera fechar o neg�cio com seus parceiros em menos de um m�s.

Preocupados com a informa��o de que o bar pode mudar de endere�o, ontem v�rios clientes foram ao Bol�o e o assunto era o mais comentado nas mesas. “Ent�o � verdade essa negocia��o?” perguntou a corretora de seguros Vanessa do Nascimento, de 32 anos. Sua colega, a promotora de eventos Fabiana Cristina, de 32, lamentou. “Se mudar de endere�o n�o � a mesma coisa. Aqui � o ponto de encontro de quem vem da balada e dos casamentos sem festa”, brincou.

 

Desapropria��o

O Bar do Orlando, tamb�m no Santa Tereza, tamb�m vive o drama de mudar de endere�o depois de 33 anos. O motivo � a poss�vel desapropria��o para alargamento da Rua Conselheiro Rocha. Ontem, um grupo de turism�logos e produtores culturais se reuniram no bar em apoio ao propriet�rio Orlando Silva, de 59, que j� fala em at� deixar a atividade.  A turismol�ga Cristiane Vieira, de 31, destaca a import�ncia das propostas de mobilidade para o turismo, mas lembra que o setor n�o sobrevive sem hist�ria. Para a servidora p�blica L�via Pacheco, de 26, a desapropria��o p�e em risco um processo de identidade cultural e hist�rica, um pre�o alto a ser pago pela mobilidade urbana.

Para o presidente da Associa��o Comunit�ria do Santa Tereza, Ibiraci do Carmo, o Bira, a venda do im�vel do Bol�o e a desapropria��o do Bar do Orlando s�o o come�o do fim da hist�ria e tradi��o do bairro. “Est�o detonando o bairro e poucos moradores de fato se preocupam com isso.”