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Estado de Minas

Falta de recursos atrasa n�mero de fertiliza��es in vitro

M�dico explica que filas enfrentadas no setor p�blico pelos casais que querem engravidar se devem � falta de remunera��o pelo SUS para procedimentos de reprodu��o assistidas


postado em 06/10/2013 06:00 / atualizado em 06/10/2013 07:15

Reserva de recursos garante o trabalho da equipe do Laboratório do Hospital das Clínicas, mas escassez limita o atendimento(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Reserva de recursos garante o trabalho da equipe do Laborat�rio do Hospital das Cl�nicas, mas escassez limita o atendimento (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
� grande o abismo que separa o n�mero de atendimentos de reprodu��o assistida nas redes p�blica e particular. Mesmo com cobran�a de valores elevados, as cerca de 3 mil fertiliza��es in vitro pagas anualmente nas cl�nicas privadas superam em at� 1.400% os 200 procedimentos feitos em m�dia no servi�o p�blico a cada ano. A dificuldade de ampliar o atendimento gratuito ou de oferecer a medica��o �s pacientes vem da falta de recursos espec�ficos para o programa, como explica o subcoordenador do Laborat�rio de Reprodu��o Humana do Hospital das Cl�nicas, Francisco de Assis. Segundo ele, o Sistema �nico de Sa�de (SUS) n�o tem em sua tabela a previs�o de verbas para reprodu��o assistida. Todos o trabalho feito em nove hospitais universit�rios e maternidades no Brasil � custeado por uma reserva de recursos globais que s�o destinados �s unidades pelo Minist�rio da Sa�de.


“Se houvesse um c�digo de pagamento para reprodu��o humana, assim como h� para cirurgias, consultas e outros procedimentos, seria poss�vel ampliar a oferta. Como o SUS n�o tem essa destina��o espec�fica, o servi�o fica limitado”, explica o subcoordenador. Em 2011, a dire��o do HC encaminhou um projeto ao Minist�rio da Sa�de pedindo a inclus�o do tratamento na remunera��o do setor p�bico, mas ainda aguarda atendimento.

INVESTIMENTO Mesmo com a oferta do procedimento no servi�o p�blico, quem se submete ao per�odo de dois a tr�s anos de espera no HC precisa ter dinheiro em caixa. Para custear as inje��es de horm�nios que estimulam a ovula��o e outros medicamentos, os casais precisam reservar entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. “O valor � alto e afasta do tratamento quem n�o tem esse recurso”, diz a analista de recursos humanos Poliana Nara Moreira Castro, de 33 anos, que deixou a rede particular para tentar engravidar com o tratamento na rede p�blica.

O procedimento ainda mais caro no setor privado tamb�m afastou a assistente administrativa Fernanda Lemos das unidades particulares. Ela e o marido aguardaram por dois anos na fila do HC e hoje se preparam para receber o fruto da espera e do esfor�o. “Foram seis meses de tratamento e gra�as a Deus conseguimos na primeira tentativa”, diz o marido de Fernanda, Cl�udio Lemos, de 48. Ela celebra a gravidez e diz que a filha � um presente muito esperado. Sobre a fertiliza��o no HC, o casal s� tem elogios. “Fomos muito bem tratados e toda a equipe � muito profissional”, atestam.

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CUSTOS
Apesar de serem considerados caros pela popula��o, os pre�os da reprodu��o assistida na rede particular n�o s�o abusivos, de acordo com o m�dico Francisco de Assis, do HC. Ele explica que a rede p�blica � uma sa�da para quem n�o tem condi��es para arcar com todo o tratamento, mas que os valores nas cl�nicas privadas s�o justos.

A ginecologista �rica Becker, da cl�nica Pr�-Criar Medicina Reprodutiva, explica as raz�es do custo elevado. “A reprodu��o assistida requer tecnologia de ponta, insumos e materiais caros e quase sempre importados, al�m de m�o de obra especializada”, diz. Segundo ela, embora a forma��o de profissionais em reprodu��o humana esteja crescendo, a oferta de funcion�rios, incluindo m�dicos, bi�logos e enfermeiros, entre outros, ainda � pequena.

Da experi�ncia do dia a dia, a m�dica diz observar dois fluxos no atendimento. Um deles � o de casais que se cansam de esperar na fila do servi�o p�blico e, pela ansiedade em engravidar, pagam pelo tratamento particular. “Mas h� tamb�m quem esgota as fontes de recurso e parte para o tratamento no servi�o p�blico.”

Uma alternativa encontrada pela cl�nica para ampliar o acesso ao tratamento foi a cria��o de um programa de descontos que leva em considera��o a renda do casal. De acordo com o rendimento, eles podem ter at� 50% de desconto no servi�o de fertiliza��o in vitro, que chega a custar R$ 15 mil. “O casal passa por uma avalia��o socioecon�mica detalhada e pode fazer o tratamento em at� tr�s meses”, afirma a m�dica. Atualmente, cerca de 13% dos atendimentos realizados pela cl�nica s�o feitos pelo programa, que teve in�cio em 2007. Segundo ela, as taxas de sucesso de gravidez nos procedimentos chegam a 60% na faixa et�ria em torno dos 35 anos.

SEM PREVIS�O O Minist�rio da Sa�de informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que em alguns servi�os da Pol�tica Nacional de Aten��o Integral em Reprodu��o Humana Assistida, o tratamento � totalmente oferecido pelo SUS, via financiamento das secretarias estaduais e municipais de Sa�de, recursos de pesquisas e emendas parlamentares. O financiamento tamb�m pode vir do pr�prio recurso repassado aos hospitais.

Em outros servi�os, somente parte do tratamento � oferecido pelo SUS. O minist�rio informou tamb�m que tem feito estudos sobre t�cnicas, insumos e medicamentos que devem ser incorporados ao sistema p�blico, a fim de atender casos de infertilidade ou de doen�as infectocontagiosas e gen�ticas. Mas ainda n�o h� previs�o de implanta��o.

 

HIST�RIA DA REPRODU��O ASSISTIDA


25 de Julho – 1978 - Nasce em Manchester, na Inglaterra, Louise Brown, o primeiro beb� de proveta do mundo
1983 - Nasce o primeiro beb� de proveta no Brasil. Foi o primeiro nascimento usando �vulos doados
1984 - Nasce, na Austr�lia, o primeiro beb� ap�s descongelamento de embri�o
1987- Primeiro nascimento ap�s o uso de �vulo congelado
1989 - Nasce o primeiro beb� de proveta de Minas Gerais
1993 - Primeira fertiliza��o pela t�cnica de  inje��o intracitoplasm�tica de espermatoz�ides
2003 - Nasce o primeiro beb� pela t�cnica de �tero de substitui��o (popularmente conhecida como barriga de aluguel) em Minas Gerais
2004/Maio - Av� d� � luz pela t�cnica de �tero de substitui��o em Minas Gerais
2008/Maio - Primeiro nascimento (g�meos) com �vulos congelados em Minas Gerais
Fonte: Cl�nica Pr�-Criare Reprodu��o Assistida

TIRA-D�VIDAS

O que � infertilidade?
>> Incapacidade de engravidar ap�s pelo menos um ano de tentativas, sem o uso de m�todos contraceptivos e com atividade sexual regular (pelo menos duas rela��es sexuais por semana com intervalo de 2 a 3 dias). H� casais que n�o t�m dificuldades em engravidar, mas apresentam perdas recorrentes do beb�.

Qual � a taxa de infertilidade entre a popula��o brasileira?
>> Normalmente, 85% dos casais alcan�am uma gravidez ap�s um ano e meio de tentativa (12 a 18 meses) sem uso de m�todos contraceptivos. Ap�s esse per�odo, 15% dos casais precisam de assist�ncia m�dica especializada.

Qual � a parcela dos fatores masculino e feminino para infertilidade?
>> A mulher contribui com 40% das causas e o homem � respons�vel por outros 40%. Os 20% restantes t�m origens mistas.


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