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Estado de Minas

Desde fevereiro, grupo de moradores do Sagrada Fam�lia reza em pra�a da capital

De ter�o nas m�os, fa�a chuva ou frio, homens, mulheres e jovens se encontram


postado em 11/10/2013 06:00 / atualizado em 11/10/2013 06:41

(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

Muito antes de o papa Francisco conclamar no Brasil cat�licos de todo o mundo a levar a Igreja para a rua, eles j� estavam l�. De ter�o na m�o, unidos pelas palavras de f� e confiantes no poder da ora��o. Desde fevereiro, sempre na segunda quarta-feira do m�s, um grupo de moradores do Sagrada Fam�lia e bairros vizinhos, na Regi�o Leste de Belo Horizonte, reza na Pra�a Nilo Pe�anha, sem se incomodar com a chuva, friagem, barulho dos carros e movimento no com�rcio.

Na noite gelada de anteontem n�o foi diferente. Mais de 50 pessoas de todas as idades, de adolescentes a cabe�as bem grisalhas, se reuniram diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, que ter� seu dia comemorado amanh�. A ideia surgiu com o Ter�o dos Homens, existente h� mais de um ano na Par�quia Sagrada Fam�lia, e chegou � pra�a em iniciativa que atrai pedestres, comerciantes e at� mendigos.

Logo depois da missa das 19h, celebrada na igreja do bairro, fam�lias inteiras, amigos e integrantes do Ter�o dos Homens seguiram para a pra�a. De forma espont�nea, formaram uma roda, enquanto dois coordenadores, Arnaldo Loss e Davi Teodoro, cobriam uma pequena mesa para receber a imagem da padroeira do grupo. Poucos minutos antes de come�ar a recita��o do ter�o, o sil�ncio se tornou profundo, num momento de prepara��o para o contato com o divino. Depois cantaram e leram um trecho do evangelho. “Apoio totalmente essa ideia de rezar na rua. Contagia muita gente. � uma experi�ncia de piedade, devo��o a Nossa Senhora. O grupo de leigos atua em obras sociais ajudando os necessitados”, afirma o titular da Par�quia Sagrada Fam�lia, padre Jos� Janu�rio Moreira.


Fam�lias

“Desde o in�cio, pensamos numa forma de expandir o grupo de ora��o, que come�ou com 30 homens. Reservamos uma  quarta-feira do m�s para um encontro com as fam�lias”, explicou Davi, radialista e assessor parlamentar. A proposta se fortaleceu com o sonho de Washington Pereira Mendes, coordenador de merchandising, de levar o ter�o para as ruas, sempre das 20h �s 21h. “Mesmo sendo um dia de futebol, temos sempre participa��o masculina. Na campanha da Copa Libertadores vieram muitos atleticanos. Eles paravam, rezavam e depois seguiam para o Est�dio Independ�ncia. Se estiver chovendo, rezamos do mesmo jeito”, disse Arnaldo.

Com a camisa do grupo de ora��o, Washington, casado e pai de dois filhos, observou que rezar tamb�m � assunto de homem. “Muitos t�m vergonha de chorar, de pegar o ter�o, principalmente em p�blico. Devemos manifestar a nossa religi�o e a pra�a � um lugar bem apropriado”, afirmou. Tamb�m com a camisa do grupo, o aposentado Paulo S�rgio Cotta Barra, de 57, lembra que o momento de ora��o � muito especial, pois “estamos falando com Deus”.

Esp�rito renovado
O casal Francisco de Assis Ribeiro, de 73 anos, e Rosil�a do Nascimento Ribeiro, de 68, comemorava 50 anos de uni�o e escolheu rezar na pra�a ao lado dos amigos. “Estamos divulgando a nossa religi�o”, disse Francisco, que recebia os cumprimentos pelas bodas de ouro. Para Rosil�a, � uma satisfa��o estar na pra�a. “Daqui, podemos pedir para o mundo”, ressaltou, enquanto observava, com alegria, dois moradores de rua beijando a imagem de Nossa Senhora Aparecida. “Confio no l� de cima”, comentou o mendigo, apontando o dedo para o c�u e recolhendo seus pertences.

Marcos Vin�cius da Silva e Marilda de Freitas da Silva, pais de um filho, celebravam 15 anos de casados. “� a primeira vez que venho rezar aqui. Hoje est� muito frio, mas a emo��o � mais forte”, disse Marilda. “Viemos para Deus nos aben�oar”, ressaltou o marido, que faz parte do Ter�o dos Homens desde o in�cio da forma��o. Durante a reza, o estudante Raphael Moreira, de 16, ficou abra�ado aos pais, Marcelo Alves e Jane Alves: “Acho muito legal rezar com a fam�lia e outras pessoas aqui na Nilo Pe�anha. Parece que a gente sai renovado”, disse.

Protegida com casaco de couro e cachecol, a t�cnica em comunica��o visual Lu�sa Carvalho, de 24, v� nitidamente o sentido de evangeliza��o, tantas vezes proclamado pelo papa Francisco, durante visita ao Rio de Janeiro e a Aparecida, em julho, durante a Jornada Mundial da Juventude. Ao lado, o amigo Henrique Wagner, de 25, estudante de direito, comentava que nunca viu nada igual. “J� vi o Ter�o dos Homens, mas jamais na rua. � muito bonito”, afirmou o paraibano de Jo�o Pessoa h� um ano residindo em BH. Os mais jovens p�em f� na iniciativa. Sem ligar para a baixa temperatura, Vitor de Castro Ara�jo, de 15, resumiu a noite de quarta-feira. “A f� esquenta.”


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