Shirley Pacelli
A fim de prestar uma homenagem �queles que se foram, milhares de pessoas visitaram ontem, Dia de Finados, o Bonfim, cemit�rio mais antigo e tradicional de Belo Horizonte. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, ao menos 225 mil pessoas passaram pelos quatro cemit�rios municipais – Consola��o, Paz e Saudade, al�m do Bonfim. A data foi destinada a ora��es, agradecimentos e pedidos. Durante todo o dia houve celebra��es religiosas, com missas campais, a partir das 8h. At� o servi�o de medi��o de press�o arterial foi oferecido ao p�blico, que foi recepcionado com m�sica sacra. Integrantes da Associa��o dos Amigos do Memorial da Anistia Pol�tica do Brasil fizeram um ato em frente ao local em homenagem aos desaparecidos da ditadura.
Assim como Maria Cristina, Jo�o Batista de Oliveira, de 65 anos, fez quest�o de visitar o t�mulo de Irm� Benigna, al�m do mausol�u da menina Marlene. “Frequento aqui desde os anos 70, sou devoto das almas”, diz Jo�o. Muitos desses visitantes permanecem fazendo peregrina��o � sepultura sem saber que os restos mortais da irm�, em processo de beatifica��o, foram transferidos para o Noviciado Nossa Senhora da Piedade, na Pampulha, em mar�o de 2012.
Queixas
Com os olhos marejados, L�cia Natalie, de 65 anos, funcion�ria aposentada de uma empresa a�rea, fazia sua ora��o diante do t�mulo de seus familiares. Ela conta que todo Dia de Finados faz a visita ao jazigo. “Venho, fa�o minha homenagem, uma prece e participo da missa.” L�cia reclamou da situa��o com o cemit�rio, que, para ela, devia ser mais preservado devido as obras de arte que abriga. Jardineiras e at� vasos de flores j� foram furtados do t�mulo. O pai dela, j� falecido, era marmorista e foi o respons�vel por criar diversas sepulturas do local, inclusive a que hoje recebe seus restos mortais e foi primeiro destinada ao av� da aposentada. “A gente fica triste, � lastim�vel essa situa��o”, afirma.
Terezinha Tom�z, aposentada de 80 anos, tamb�m se queixou da inseguran�a do cemit�rio. Para tentar enganar os ladr�es, ela chegou a mandar pintar de preto um dos vasos de bronze do t�mulo de seu pai. “J� roubaram at� as letras dos nomes na l�pide”, contou. Alfredo Flister, diretor de Necr�poles da Funda��o de Parques Municipais, que assumiu o cargo h� poucos meses, declarou que o cemit�rio ficou abandonado por cerca de 30 anos, mas que est�o previstas outras obras de melhorias no local, al�m das interven��es urban�sticas j� realizadas, assim que forem conclu�das as reformas dos outros cemit�rios municipais.