
Uma das primeiras igrejas de Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas, o Santu�rio de Nossa Senhora da Concei��o est� com a estrutura comprometida. A comunidade cat�lica teme que chuvas afetem a constru��o do s�culo 18, com a destrui��o da cobertura e amea�a ao acervo art�stico que tem pe�as de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730–1814) e abriga os t�mulos dele e do seu pai, o portugu�s Manuel Francisco Lisboa.
Nesta semana, que d� in�cio � programa��o do bicenten�rio da morte de Aleijadinho, a par�quia chama a aten��o para a situa��o da matriz, interditada desde fevereiro. Inclu�do na lista dos bens contemplados pelo Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) das Cidades Hist�ricas, do governo federal, o monumento ainda n�o viu a cor do dinheiro e representa uma chaga no patrim�nio erguido pelo mestre do barroco.
Uma das tristezas dos moradores � que neste ano a festa da Nossa Senhora da Concei��o, tradi��o em 8 de dezembro, n�o poder� ser realizada, por falta de seguran�a, na matriz dedicada a ela, informa a historiadora Sidn�a Santos, coordenadora do Museu Aleijadinho, integrado pelo santu�rio e igrejas S�o Francisco de Assis da Penit�ncia e Nossa Senhora das Merc�s e Perd�es. “O sal�o paroquial, desde a interdi��o do templo pelo c�nego Luiz Carlos C�sar Ferreira Carneiro, com base num laudo de engenharia, se tornou espa�o para as celebra��es religiosas”, conta a historiadora, destacando que as festividades do dia 8 ser�o na Igreja de Nossa Senhora das Merc�s e Perd�es, a ser reaberta dia 28, depois de obras de restauro.
ATRASO A coordenadora do Museu Aleijadinho conta que em abril houve a promessa de escoramento da matriz pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) – que elaborou um laudo para o fechamento e � respons�vel pelo tombamento desde 1939 –, governo de Minas e prefeitura. Segundo Sidn�a, o prazo dado foi de 30 dias, mas at� hoje nada foi feito. “Cada vez que chove, ficamos com mais medo, pois h� risco iminente de o telhado desabar. A igreja n�o est� abandonada, pois o monitoramento � constante, mas ningu�m pode entrar l�”, afirmou.
O PAC das Cidades Hist�ricas foi anunciado em 2009, na Pra�a Tiradentes, pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, e ganhou nova divulga��o, em agosto, pela presidente Dilma Rousseff, dessa vez em S�o Jo�o del-Rei. Segundo a Secretaria de Estado da Cultura, o templo s� pode receber interven��o do Iphan, por ter tombamento federal. O secret�rio de Cultura e Patrim�nio de Ouro Preto, Jos� Alberto Pinheiro, garante que desta vez todas os projetos de restauro sair�o do papel. “A obra da matriz ser� licitada”, disse o secret�rio.
Nova promessa para janeiro
O arquiteto Jo�o Carlos Cruz de Oliveira, chefe do Iphan em Ouro Preto, tranquiliza a comunidade, esclarecendo que o projeto de restauro ser� feito para in�cio das interven��es em janeiro. “Os recursos de R$ 6,5 milh�es s�o do PAC, mas toda a obra ser� administrada pelo Iphan”, explicou. O servi�o dever� durar dois anos e os problemas mais graves est�o no telhado da nave e no forro da capela-mor. Ouro Preto � uma das oito cidades mineiras que v�o receber recursos do PAC das Cidades Hist�ricas, estando reservados, para antiga Vila Rica, R$ 37 milh�es, que v�o contemplar 55 bens culturais.
Em fevereiro, o Estado de Minas mostrou a situa��o prec�ria da matriz. O fechamento foi determinado pelo c�nego Luiz Carlos depois de a vistoria contratada pela par�quia e feita em 30 de janeiro apontar risco de desabamento de toda a estrutura do forro e do telhado. Na �poca, a decis�o foi tomada � revelia do Iphan e foi motivada tamb�m pela demora em iniciar o restauro. Entre os principais problemas da igreja, datada de 1727, est� o comprometimento da estabilidade do telhado devido � perda de encaixes da estrutura e deteriora��o de pe�as de madeira causada por fungos e cupins.
A matriz recebeu t�tulo de santu�rio em 2005 por determina��o do papa Bento XVI. O templo tem origem em 1699, pelas m�os do bandeirante Ant�nio Dias, que decidiu construir uma capela. O crescimento da popula��o do primitivo arraial de Ant�nio Dias, que em 1711 passou a fazer parte da rec�m-criada Vila Rica, exigiu a constru��o de um novo templo, e assim, em 1727, foi iniciada a edifica��o da atual matriz de Ant�nio Dias, cujo projeto � atribu�do a Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho. Para especialistas, n�o � poss�vel fazer uma cronologia do templo devido � perda de documentos.
Enquanto isso...
… A ARTE DE ALEIJADINHO
Antecipando-se � abertura da programa��o do bicenten�rio da morte de Antonio Francisco Lisboa, que ser� na segunda-feira, Ouro Preto realiza 36ª Semana do Aleijadinho, com debates, palestras, exposi��es, apresenta��o de v�deos e oficinas. A promo��o � do Museu Aleijadinho, em parceria com institui��es p�blicas e privadas. Hoje, �s 14h, haver� a oficina Saberes e fazeres – A arte colonial da Igreja de S�o Francisco de Assis. Amanh�, �s 9h30, no espa�o da Fiemg, na Pra�a Tiradentes, haver� mesa-redonda com as professoras Adalgisa Arantes Campos, da UFMG, Selma Melo Miranda (PUC Minas) e o restaurador Ant�nio Fernando Batista dos Santos, do Centro de Conserva��o e Restaura��o (Cecor/UFMG). �s 15h, ser� a vez da confer�ncia “O Aleijadinho e o santu�rio de Congonhas”, pela professora Myriam Andrade Ribeiro Oliveira.
… A ARTE DE ALEIJADINHO
Antecipando-se � abertura da programa��o do bicenten�rio da morte de Antonio Francisco Lisboa, que ser� na segunda-feira, Ouro Preto realiza 36ª Semana do Aleijadinho, com debates, palestras, exposi��es, apresenta��o de v�deos e oficinas. A promo��o � do Museu Aleijadinho, em parceria com institui��es p�blicas e privadas. Hoje, �s 14h, haver� a oficina Saberes e fazeres – A arte colonial da Igreja de S�o Francisco de Assis. Amanh�, �s 9h30, no espa�o da Fiemg, na Pra�a Tiradentes, haver� mesa-redonda com as professoras Adalgisa Arantes Campos, da UFMG, Selma Melo Miranda (PUC Minas) e o restaurador Ant�nio Fernando Batista dos Santos, do Centro de Conserva��o e Restaura��o (Cecor/UFMG). �s 15h, ser� a vez da confer�ncia “O Aleijadinho e o santu�rio de Congonhas”, pela professora Myriam Andrade Ribeiro Oliveira.