Oito meses depois de matar com um tiro no pesco�o o engenheiro qu�mico Jo�o Gabriel Camargos, de 25 anos, Fernando Oliveira Miguel, de 33, foi condenado a mais de 39 anos de pris�o em regime fechado pelo crime b�rbaro, ocorrido em 9 de mar�o, na Rodovia Fern�o Dias. Jo�o seguia com a namorada em um �nibus de Po�os de Caldas, no Sul de Minas, para Belo Horizonte, quando foi surpreendido pelo assaltante pouco depois de uma parada em Perd�es (Centro-Oeste do estado). Mesmo sem reagir � abordagem do ladr�o, que roubou pertences de v�rios passageiros, o engenheiro levou um tiro e n�o resistiu aos ferimentos, morrendo no colo da namorada. A decis�o � de primeira inst�ncia e foi proferida pela Justi�a de Lavras, no Sul do estado, comarca respons�vel pelo local onde ocorreu o homic�dio.
Companheira de Fernando, Samantha Tuany Castro, de 27, tamb�m foi condenada pela Justi�a e pegou 11 anos de cadeia por dar fuga ao criminoso depois do latroc�nio. Na mesma decis�o, o juiz titular da 1ª Vara Criminal de Lavras manteve a pris�o dos acusados e n�o concedeu a eles o direito de recorrer em liberdade. Fernando foi preso em 9 de abril pela Pol�cia Militar do Paran�, depois de cometer outro assalto a coletivo no Sul do pa�s. Quando ocorreram os crimes ele j� era fugitivo de uma penitenci�ria de Sorocaba (SP), onde cumpria pena de 36 anos por homic�dio. Tamb�m tem passagens pela pol�cia em Goi�s e no Rio de Janeiro. Atualmente, est� preso na Penitenci�ria Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. A mulher est� em um pres�dio de Tr�s Cora��es, no Sul de Minas.
O crime gerou como��o e indignou amigos e parentes do engenheiro qu�mico. Jo�o Gabriel seguia com a namorada, Athena Chaves, de 24, que comemoraria seu anivers�rio na capital. Segundo as investiga��es da Pol�cia Civil e depoimento de testemunhas, em momento nenhum o casal reagiu ao assalto, mas o criminoso se irritou depois de esbarrar no p� do engenheiro e atirou � queima-roupa contra a v�tima. O assassino ainda amea�ou os passageiros e o motorista, dizendo que comparsas estariam vigiando o �nibus e que o condutor deveria seguir at� Belo Horizonte, sem fazer nenhuma parada. Ao chegar � capital, o coletivo parou na porta do Hospital Socor, no Barro Preto, Regi�o Centro-Sul, mas a v�tima j� estava sem vida.
OMISS�O Para a m�e do jovem, Luiza de Marillac Camargos, de 58, a not�cia da condena��o � um consolo para a fam�lia, apesar de n�o trazer o filho de volta. “De qualquer forma, esperava uma condena��o por mais tempo, pois uma pessoa desse tipo n�o pode ficar solta”, afirmou. Ela criticou a atua��o das autoridades, que n�o tomaram previd�ncia para implantar medidas extras de seguran�a nos �nibus de Minas e do pa�s, mesmo depois de toda a mobiliza��o de parentes e amigos do engenheiro assassinado. “Voc� entra para uma viagem de �nibus e n�o sabe se vai terminar. A gente quer evitar que outros jovens sejam v�timas da viol�ncia que ocorreu com o Jo�o. Mas, na verdade, a falta de a��o gera uma grande descren�a nas autoridades brasileiras”, disse ela.
O empres�rio Talles Amorim, de 25, amigo de Jo�o Gabriel havia mais de 10 anos, disse que o processo tramitou r�pido, mas critica as caracter�sticas dos c�digos penal e processual penal brasileiros. “Ele vai ficar preso por um tempo bem menor do que foi condenado e vai voltar �s ruas. Quando voltar, a popula��o estar� em perigo, porque � um psicopata. N�o teve nenhum remorso do que fez e ainda falou para as pessoas n�o ajudarem o Jo�o”, afirmou Talles.