Policiais civis s�o baleados por PM no Bairro Juliana

Dois policiais civis foram baleados na tarde desta quarta-feira no Bairro Juliana, na Regi�o Norte de Belo Horizonte, por um cabo da Pol�cia Militar (PM). Os policiais, da 3ª delegacia de Vespasiano, estavam na Rua Cheflera, em uma viatura descaracterizada durante uma investiga��o para procurar um suposto traficante que estaria na regi�o. Ao abordar um suspeito, que havia acabado de entrar em uma papelaria, os agentes foram surpreendidos pelo militar que os confundiu com criminosos. Ap�s o ocorrido, houve bate-boca entre as duas corpora��es.

A confus�o aconteceu durante uma dilig�ncia de dois investigadores e um escriv�o da 3ª Delegacia de Vespasiano. Os tr�s estavam em uma viatura descaracterizada que tinha apenas duas portas. Eles averiguavam informa��es de que um traficante do Morro Alto estaria rondando pelo local. Durante a a��o, se depararam com um jovem, identificado como Alex Rodrigues Goulart, de 23 anos, que estava em uma moto. O homem parou o ve�culo na Rua Cheflera e foi at� uma papelaria, que pertence a mulher do cabo Samuel Cabral de Oliveira Andrade, de 30 anos, para comprar recarga para o celular.

Os policiais estranharam a atitude do homem e foram fazer a abordagem. O primeiro a descer da viatura foi um dos investigadores que estava ao volante. Ele entrou no estabelecimento e foi fazer at� o suspeito. O escriv�o Marcelo Gon�alves Ferreira, de 32 anos, que estava no banco do passageiro, desceu do ve�culo com a arma na m�o e foi dar apoio ao colega. Quando estava atravessando a rua, foi surpreendido pelo militar que estava levando �gua para a mulher na papelaria que fica ao lado de sua casa.

Sem se identificar como militar, o cabo sacou a arma e atirou contra Marcelo, que foi atingido no ombro. Mesmo ferido, ele revidou os disparos. Samuel se escondeu atr�s do muro de sua casa e efetuou v�rios disparos contra os policiais civis que revidaram. Houve uma troca de tiros intensa na regi�o.

O investigador Marcelo Batista Bento, de 31, que estava no banco de tr�s da viatura e tentava descer , acabou levando um tiro no t�rax. Mesmo ferido, tamb�m entrou na troca de tiros. Testemunhas informaram que os policiais civis sempre se identificaram como policiais, diferente de Samuel, que apenas fez isso depois que a muni��o de sua pistola, calibre 380, acabou. Quando isso aconteceu, os policiais cessaram os disparos.

Os dois policiais feridos foram socorridos para o Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova, onde receberam atendimento. Conforme colegas de corpora��o, eles n�o correm risco de morrer.

Confus�o entre as corpora��es

Quando a troca de tiros acabou, diversas viaturas da Pol�cia Militar e da Pol�cia Civil foram para o local dar apoio aos colegas. O clima ficou tenso entre as duas corpora��es. Conforme a Pol�cia Civil, a confus�o come�ou depois que os militares queriam levar o cabo e o suspeito abordado na delegacia para fazer o boletim de ocorr�ncia no 49ª Batalh�o da PM, onde o militar � lotado.

A situa��o s� foi controlada depois que a corregedoria da Pol�cia Civil chegou no local e fez um acordo para que a ocorr�ncia fosse encerrada na 7ª Delegacia de Venda Nova. Quando as viaturas j� se dirigiram para o local, uma nova confus�o se formou ainda mais calorosa.

A viatura da PM, que seguia pela Rua Doutor �lvaro Camargos em dire��o a Rua Martinica, onde fica a delegacia, desviou na Rua Jo�o Samaha, no Bairro S�o Jo�o Batista. Os policiais civis, que pensaram que os militares iram descumprir o acordo, ficaram revoltados e fecharam o ve�culo. Neste momento, alguns agentes, tanto da Pol�cia Civil quanto da Militar, sacaram as armas e come�aram as amea�as. A situa��o novamente foi contornada e todos seguiram para a delegacia.

Devido a grande concentra��o de policiais e com o medo de acontecer alguma confus�o, os comerciantes fecharam as portas na regi�o.

Depoimento complica Militar

O jovem, Alex Goulart, que foi abordado na papelaria disse que a abordagem aconteceu normalmente pelos policiais civis. E que o miliar, achando que se tratavam de bandidos, come�ou a atirar.

O militar segue na delegacia onde presta depoimento. A pistola 380 usada por ele foi apreendida. De acordo com a PM, o cabo est� h� 10 anos na corpora��o e est� afastado devido a um problema no tornozelo. Ele se contundiu durante uma opera��o.  A comandante do policiamento da capital, coronel Cl�udia Romualdo, acompanha os trabalhados na delegacia.

Alex, que j� tem passagens pela pol�cia por tr�fico de drogas, foi detido por dirigir a moto sem Carteira Nacional de Habilita��o (CNH) e Certificado de Registro e Licenciamento de Ve�culo (CRLV). A motocicleta tamb�m foi apreendida.