M�e criou e-mail falso para se livrar de rec�m-nascido e simulou rapto

Rapto inventado pela m�e, doa��o de um beb� via internet e al�vio para o pai. A pol�cia localizou, ontem, numa casa em Vila Valqueire, entre os bairros de Jacarepagu� e Bangu, no Rio de Janeiro, o menino Arthur Pietro, de 2 meses, filho do casal Johney Lima Santos Nulhia, de 24 anos, vigilante, e de Renata Soares, de 19, gerente de uma loja de fast-food, que mora em Contagem, na Grande BH. A crian�a estava desaparecida desde o in�cio da tarde de s�bado, quando teria sido arrancada dos bra�os da m�e por um casal de chineses e um homem negro armado, conforme Renata declarou � pol�cia no dia. Ele est� presa e responder� por tr�s crimes.

Arthur desembarcou no in�cio da madrugada de hoje no aeroporto da Pampulha nos bra�os do pai, que foi ao Rio de Janeiro na companhia da Pol�cia Civil para buscar o filho. Muito emocionado, Johney disse que durante o voo deu a primeira mamadeira ao beb� e que o menino sorriu ao v�-lo. “Gra�as a Deus meu filho est� comigo. Agora, eu cuido.” Ele disse que em nenhum momento desconfiou que a mulher teria armado isso e que a descoberta “foi uma situa��o de choque.”

Segundo o delegado-chefe da Divis�o Especializada em Opera��es Especiais (Deoesp), Wanderson Gomes da Silva, Renata confessou ontem que entregou espontaneamente o rec�m-nascido nas imedia��es da rodovi�ria, no Centro de BH, a um casal de adolescentes, de 17, da capital fluminense. A m�e da garota � dona de creche na cidade.

A informa��o sobre o paradeiro do menino chegou na manh� de ontem ao Deoesp, na Gameleira, na Oeste de BH, por meio de den�ncia an�nima – a pol�cia suspeita que a comunica��o tenha sido feita por parentes de Renata. �s 17h10 de ontem, Johney apareceu numa janela do Deoesp e fez sinal de positivo para a imprensa para revelar que o beb� havia sido encontrado no Rio.

Wanderson Silva explicou que o Deoesp assumiu o caso do desaparecimento ontem, sob investiga��o do delegado Bruno Wink. Ao receber a den�ncia, o policial estava ouvindo o casal, que compareceu � delegacia para ser falar sobre o rapto. Em seguida, a pol�cia mineira acionou a do Rio. “O inqu�rito foi instaurado hoje (ontem) e ainda n�o sabemos o que levou Renata a entregar a crian�a. Por enquanto, n�o sabemos se a negocia��o envolveu dinheiro. Mas ela demonstrou estar arrependida”, disse.

Segundo Bruno Wink, Renata localizou o casal interessado por meio da internet e fez contatos por rede social e e-mail e depois entregou a crian�a. J� a pol�cia do Rio de Janeiro informou que a mulher que recebeu a crian�a mora em Vila Valqueire e confirmou a vers�o de que a entrega seria espont�nea, sem pagamento.

Renata prestou depoimento ontem � noite. Se for considerada culpada, ela responder� por subtra��o de menor (pena de dois anos) e ainda ser� enquadrada no artigo 138 do Estatuto da Crian�a e do Adolescente (ECA), por negociar menor e tentar obter recompensa, e no artigo 237. J� a adolescente do Rio de Janeiro, que teria perdido recentemente um beb�, responder� por substitui��o de lar.

INVEN��O De acordo com a pol�cia carioca, Renata teria mandado mensagem para a adolescente dizendo que deveria tomar cuidado, pois o pai da crian�a estava transtornado com o desaparecimento da filha. Segundo Wanderson, a hist�ria de que o casal de chineses teria levado a crian�a foi inven��o de Renata. Para aumentar o suspense, vizinhos do casal chegaram a relatar que viram um ve�culo Palio preto rondando a porta da casa do casal no Bairro Icaivera, em Contagem.

DEPOIMENTO DE CINCO HORAS

Johney e Renata foram ouvidos no Deoesp por mais de cinco horas. No in�cio da tarde, o concunhado da jovem m�e, o motorista Adriano Rodrigues dos Santos, de 46, morador de Betim, na Grande BH, chegou ao local e disse que os dois come�aram a namorar aos 15 anos e que est�o casados h� tr�s anos. “Eles s�o muito tranquilos. O nascimento do beb� foi planejado. Estavam at� pensando em ter mais um filho. Arthur Pietro � o xod� da fam�lia”, afirmou Adriano. “Todos est�o muito abalados, alguns vivendo sob poder de calmantes”, completou.

Ao saber da localiza��o do beb�, Adriano disse: “Gra�as a Deus”. Mas ficou decepcionado com o comportamento de Renata, que no domingo se mostrou indignada com o interrogat�rio na pol�cia. Conforme publicou o EM ontem, ela disse: “Perguntaram v�rias vezes se a gente vendeu nosso filho. Disseram que a gente estava tranquilo demais e que eu deveria estar desesperada. N�o respeitaram a nossa dor. A gente n�o seria capaz de fazer uma loucura dessas. Sou louca por aquele menino. Ele � a minha vida.”