A duas semanas do Natal, volunt�rio tem apenas 500 presentes para distribuir a crian�as

Os tempos est�o dif�ceis para o bom velhinho. A duas semanas do Natal, a ang�stia toma conta do Papai Noel ao ver vazio o c�modo reservado para guardar os presentes que ser�o doados no dia 25. H� 18 anos, o presidente da Federa��o das Associa��es de Pais e Alunos das Escolas P�blicas de Minas Gerais (Fapaemg), M�rio de Assis, cumpre o ritual sagrado de distribuir cerca de 7 mil brinquedos, guloseimas, material escolar e de higiene pessoal arrecadados a crian�as e adultos no almo�o natalino do Restaurante Popular, na Unidade I, no Barro Preto, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Este ano, ele estar� l�, mas ainda n�o sabe em quais circunst�ncias. At� agora, as doa��es n�o passaram de 500 itens e resta ao Papai Noel fazer o apelo: “As pessoas carentes esperam. Doem presentes e ganhem luz e vida para o ano inteiro”.

Em outros tempos, a uma hora dessas, a turma da Fapaemg j� teria recebido quase 4 mil artigos e estaria a todo o vapor, embrulhando presentes e preparando a entrega durante a festa Natal sem Fome, Natal da Alegria, promovida pela Prefeitura de Belo Horizonte no Restaurante Popular. Este ano, o almo�o chega � 20ª edi��o, com a meta de servir 5 mil refei��es gratuitas. Mas nem todo mundo vai ao evento somente pela ceia, mas � espera do agrado que n�o chegou em casa, o que deixa M�rio ansioso diante da falta de doa��es.

A maior parte dos presentes, explica o Papai Noel, vem da boa vontade de pessoas comuns. “Sei que h� uma crise econ�mica forte no pa�s. Eu mesmo tive que demitir tr�s funcion�rios e estou trabalhando sozinho”, conta M�rio, que � dono de uma distribuidora e mercearia em Sabar�, na regi�o metropolitana. Al�m do momento econ�mico, ele acredita que o contexto pol�tico e social no pa�s este ano, com as manifesta��es de junho e julho, influenciou na disposi��o em ajudar. “Estamos vivendo um momento de descren�a e des�nimo e o envolvimento com o esp�rito do Natal est� escondido. Pe�o que as pessoas n�o deixem essa sensa��o ruim tomar conta do cora��o”, afirma M�rio.

Interessado nos brinquedos recebidos pelo bom velhinho do Restaurante Popular, o pequeno Gabriel Oliveira, de 10 anos, n�o gostaria de estar na pele das crian�as que podem ficar sem presente. “Ia ficar triste. Natal � felicidade e presente”, define o garoto. Apesar da corrida contra o tempo, M�rio mant�m a esperan�a. “Tenho certeza que meu barco n�o vai afundar, ou melhor, meu tren� n�o vai cair”, diz. Essa for�a vem das lembran�as dos 18 anos distribuindo presentes. “J� vi menino que escondeu tropeiro no bolso para levar para casa. S�o crian�as de at� 100 anos que, de repente, recebem um afago”, conta.

Meta

O Papai Noel continua firme com a meta de arrecadar 7 mil artigos at� dia 20. Os volunt�rios podem doar desde brinquedos novos ou usados em bom estado de conserva��o, doces, biscoito, al�m de material escolar e de higiene pessoal. Roupas ser�o encaminhadas para a Cruz Vermelha. “Quem for doar s� precisa lembrar que � para seu irm�o mais necessitado”, diz. E, para incentivar os volunt�rios, M�rio repete as palavras da profecia popular: “Ningu�m � t�o pobre que n�o possa doar nem t�o rico que n�o precise receber”.

Locais de entrega

- Restaurante Popular (Unidade I) - Avenida do Contorno, 11.484, Barro Preto, das 6h30 �s 8h, das 10h30 �s 14h e das 17h �s 20h.
- Rua Goitacazes, 43 (esquina com Rua da Bahia), Centro, das 8h �s 18h
- Rua Panam�, 127, Bairro Na��es Unidas, em Sabar�, 8h �s 18h