Rodovias em situa��o prec�ria est�o no caminho dos destinos mais procurados pelos mineiros, especialmente de quem parte de Belo Horizonte. De acordo com o monitoramento das condi��es das rodovias feito pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), condutores que pretendem chegar ao litoral do Rio de Janeiro pela BR-040 ou a cidades da Zona da Mata mineira, como Juiz de Fora, ser�o obrigados a enfrentar pelo menos 99,8 quil�metros de asfalto com crateras, trincas, estreitamentos de pistas sobre pontes e opera��es tapa-buraco em andamento durante o per�odo. A extens�o corresponde a 34% dos 295,8 quil�metros sob jurisdi��o do departamento. Os demais 150 quil�metros at� a capital fluminense s�o privatizados, com cobran�a de ped�gio, por isso est�o em condi��es melhores e com pistas duplicadas, com acostamentos e separa��o entre os sentidos de dire��o.
O Dnit recomenda aten��o especialmente no trecho que compreende o acesso � cidade de Ouro Branco, entre os munic�pios de Congonhas e Ouro Preto, na Regi�o Central do estado, no segmento de Conselheiro Lafaiete, e entre as cidades de Barbacena, Oliveira Fortes e Santos Dumont. Nesses locais, os alertas s�o para buracos e estreitamentos de pista. “O trecho se encontra em obras de revitaliza��o. Sinaliza��o vertical (placas) em bom estado e a horizontal (pinturas e faixas) em estado regular. Durante per�odo chuvoso podem surgir buracos. Opera��o tapa-buracos em andamento”, informa o departamento respons�vel pela qualidade das rodovias.
O circuito das cidades hist�ricas passa justamente pela rodovia BR-040. Com o agravante de que a estrada que se conecta a ela e leva a Ouro Preto e Mariana, a BR-356, se encontra em mau estado em todos os 90 quil�metros do trecho. O Dnit emite alertas de “aten��o” e “cuidado” na estrada devido a buracos, trincas e trechos em obras em Nova Lima, Itabirito e Ouro Preto.
Uma aventura umo ao litoral
Quem segue para o Vale do A�o, pela BR-381 ou continua depois rumo � Bahia, pela BR-116, ou Esp�rito Santo, via BR-262, enfrenta 58 quil�metros de estrada em situa��o cr�tica, onde o Dnit recomenda ao usu�rio “cuidado”. O trecho se localiza entre Coronel Fabriciano e os acessos a Jaguara�u e Santa Maria de Itabira, na regi�o do Rio Doce. O Dnit informa que h� buracos nesse segmento, uma grande depress�o no km 277,4 e eros�o no acostamento do km 284,9. Rejeitada nos leil�es de privatiza��o, a BR-262, de Jo�o Monlevade � divisa com o Esp�rito Santo, se encontra em situa��o p�ssima, de acordo com o monitoramento do departamento. S�o 196 quil�metros de muitos buracos, pavimento irregular e eros�es que provocam estreitamentos de pista em Martins Soares, Reduto, Manhua�u, Matip�, Abre Campo, Santo Ant�nio do Grama, Rio Casca, S�o Domingos do Prata e Bela Vista de Minas.
A Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) prev� uma sa�da intensa de ve�culos de grandes cidades, como Belo Horizonte, mas menos concentrada devido �s principais datas, 25 de dezembro (Natal), e 1º de janeiro (r�veillon), ca�rem no meio de semana, em quartas-feiras. “Prevemos uma dispers�o mais pulverizada, mas vamos ampliar a fiscaliza��o, porque ocorrer� um incremento importante de tr�fego e as chuvas aumentam os perigos para os motoristas”, disse o porta-voz da corpora��o, inspetor Aristides Amaral J�nior. “O fato de as datas n�o serem feriados prolongados pode aumentar as viagens com destino a cidades do interior de Minas Gerais”, disse.
Minist�rio emite alerta para chuva
A chegada da esta��o chuvosa fez o Dnit emitir sobreaviso a todas as unidades regionais. De acordo com o Minist�rio dos Transportes, equipes devem estar preparadas para casos de interrup��o de tr�fego, como a que fechou a BR-381 no km 286, altura de Tim�teo, devido � queda de uma barreira, na noite de sexta-feira. Na manh� de ontem, o tr�nsito flu�a em apenas uma faixa e funcion�rios contratados pelo Dnit trabalhavam para limpar a rodovia, que foi liberada no fim da tarde.
J� na BR-259, em Itapina, no Esp�rito Santo, a queda de um barranco deixou a pista completamente interditada e sem previs�o de libera��o, na altura do km 79. O trecho fica a 26 quil�metros da divisa do estado com Minas Gerais.
Por problemas desse tipo, o esfor�o do Dnit se concentra em Minas, Esp�rito Santo, Rio de Janeiro, S�o Paulo, Goi�s e Santa Catarina. Estados que historicamente s�o mais afetados no per�odo chuvoso.
Ainda segundo o minist�rio, o objetivo � que as obras de emerg�ncia sejam executadas no menor tempo poss�vel. “Praticamente toda a malha rodovi�ria sob responsabilidade do Dnit conta com contratos de manuten��o e recupera��o. Isso quer dizer que, em caso de danos � rodovias causados por chuvas, a construtora contratada para o trecho ir� mobilizar equipes com agilidade para liberar o tr�fego rapidamente”, acrescentou a pasta dos Transportes.
Mas a pol�tica de manuten��o das estradas no pa�s, considerada meramente reparadora, gera cr�ticas entre estudiosos do setor. Para o especialista em transporte e tr�nsito Silvestre de Andrade Puty Filho, agora n�o h� mais tempo de reparar as estradas para esta temporada. Resta apenas melhorar a fiscaliza��o para evitar acidentes provocados por alta velocidade e manobras imprudentes. “N�o d� mais tempo de fazer obras. O que deveria ter sido feito j� foi ou n�o ser� mais feito. Ao contr�rio do que vemos nas rodovias concedidas � iniciativa privada, as BRs sob jurisdi��o do Dnit praticamente s� recebem remendos quando j� est�o ruins. N�o h� obras preventivas, que evitem o desgaste”, avalia.
A chegada das chuvas � um agravante nessas circunst�ncias. As tempestades desta �poca agravam as condi��es das rodovias, al�m de prejudicar a visibilidade e a trafegabilidade. “Se j� h� buracos no asfalto, as chuvas, o tr�fego e principalmente os caminh�es que andam com excesso de peso agravam ainda mais esses abatimentos. Onde o pavimento apresenta trincas, a infiltra��o age diretamente sobre a base de sustenta��o da rodovia e abre novos buracos”, explica Puty Filho.