
As 20 prefeituras ouvidas pelo EM consideram que o principal componente para a primeira redu��o nas tarifas foi a isen��o do pagamento das al�quotas federais sobre as contribui��es do PIS/Pasep e Cofins e a receita do transporte urbano municipal. Sem os tributos, foram poss�veis recuos de at� 15% no valor das passagens, segundo o governo federal. Mas o al�vio durou pouco, pois, j� em outubro, a Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) inaugurou a escalada dos pre�os depois que autorizou reajuste de 6,981% nas tarifas de �nibus interestaduais e internacionais, em percursos superiores a 75 quil�metros, a partir da origem. Em dezembro, as linhas de �nibus do sistema de transporte intermunicipal sob responsabilidade da Secretaria de Estado de Transportes e Obras P�blicas (Setop) tamb�m tiveram alta de 6,06%.
A manuten��o do congelamento do pre�o das passagens tamb�m tem pesado no or�amento das prefeituras. S� a isen��o de impostos que resultou na primeira redu��o de R$ 0,05 em BH, em julho, causou uma ren�ncia fiscal de R$ 12 milh�es, segundo a prefeitura. Em Betim, na Grande BH, o custo para os cofres p�blicos municipais chega a R$ 480 mil, m�dia de R$ 80 mil por m�s.
Ontem, a PBH publicou no Di�rio Oficial do Munic�pio um decreto do prefeito Marcio Lacerda que extingue a cobran�a do Custo de Gerenciamento Operacional (GCO) no sistema de transporte coletivo, a ser iniciado em at� 90 dias. O CGO cobre os custos administrativos e operacionais de fiscaliza��o e regula��o dos servi�os de transporte coletivo. Apesar de a decis�o beneficiar as empresas de �nibus, o valor das tarifas n�o ser� alterado por enquanto. Isso ainda ser� averiguado na auditoria que faz a revis�o do contrato de concess�o do sistema vi�rio. Apesar de representar perda de R$ 20 milh�es por ano, a PBH informa que ser� compensada com o aumento de receita com a eleva��o de al�quota do Imposto sobre Transfer�ncia de Bens Im�veis (ITBI), que entra em vigor em maio.
Em dezembro ainda, a Setop concedeu reajuste de 4% nas tarifas de 749 linhas de �nibus metropolitanos. O encarecimento n�o afetou os pre�os das passagens, porque o governador Antonio Anastasia determinou o subs�dio dos valores com a suspens�o da cobran�a da taxa de custo de gerenciamento operacional nos mesmos 4%. A Setop n�o informou quanto custar� essa ren�ncia fiscal.
Tend�ncia
de alta
Para o mestre em engenharia de transportes pelo Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro (IME) Paulo Rog�rio da Silva Monteiro, a tend�ncia � que as tarifas subam em todas as cidades, uma vez que os custos aumentaram e a �nica altera��o feita pelo poder p�blico foi a desonera��o do PIS/Pasep e Cofins. “N�o se alterou a estrutura de gest�o do sistema para ser mais eficiente e n�o se aprimorou a tarifa��o. O que se fez foi meramente mudar um dos custos no final da planilha, que era o imposto”, afirma. “Enquanto isso, os custos dos operadores continuaram a subir com combust�veis, sal�rios e impostos. A desonera��o sobre o combust�vel do transporte p�blico, por exemplo, deveria ser regra, j� que se trata de um servi�o essencial”, disse.
Outro problema, avalia o especialista, � que muitas prefeituras desconhecem o sistema pelo qual contratam servi�os. “O poder p�blico municipal desconhece as rela��es de custo, demanda e receita. Por isso, � incapaz de contestar os aumentos apresentados pelas empresas que operam o sistema vi�rio.”
Quem aumentou a passagem destaca que o valor ainda est� abaixo dos praticados antes das manifesta��es do ano passado. A Prefeitura de Alfenas, por exemplo, justifica o aumento alegando que a concession�ria que administra o servi�o de transportes tinha apresentado planilha com tarifa de R$ 3,03, mas o prefeito Maur�lio Peloso (PDT), sob justificativa de que a popula��o necessita de “valores mais acess�veis”, fixou o pre�o em R$ 2,20 – ainda R$ 0,05 menor do que o praticado em janeiro do ano passado. A administra��o municipal de Divin�polis informou que com o encarecimento de 14% do �leo diesel as empresas queriam que a passagem subisse de R$ 2,45 para R$ 2,77, mas o �ndice foi negociado e ficou em R$ 2,60.
TARIFAS DE �NIBUS
Situa��o nos 20 munic�pios que reduziram o valor da passagem em 2013
J� REAJUSTADA
» Alfenas
R$ 2 para R$ 2,20
» Divin�polis
R$ 2,45 para R$ 2,60
» Po�os de Caldas
R$ 2,60 para R$ 2,80
SER� REAJUSTADA
» Itajub�
R$ 2,50 Valor a ser definido
» Montes Claros
R$ 2,30 Valor a ser definido
» Uberl�ndia
R$ 2,70 Valor a ser definido
MANTIDA
» Arax�
R$ 2,55
» Belo Horizonte
R$ 2,65
» Betim
R$ 2,75
» Contagem
R$ 2,75
» Esmeraldas
R$ 2 e R$ 3
» Lavras
R$ 2,45
» Nova Lima
R$ 2,60
» Ribeir�o das Neves
R$ 2,60
» Sabar�
R$ 2,70 a R$ 3,20
» S�o Jo�o del-Rei
R$ 2,50 e R$ 4,10
» Sete Lagoas
R$ 2,50
» Uberaba
R$ 2,80
» Varginha
R$ 2,60
» Vespasiano
R$ 2,65 a R$ 4,10