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Estado de Minas

Arquidiocese cobra di�logo na pol�mica sobre troca de padres na Igreja do Carmo

Mais de 200 fi�is fazem manifesta��o pac�fica em frente � Par�quia do Carmo contra suspens�o da missa das 11h, celebrada por frei Cl�udio. Eles prometem recorrer ao papa


postado em 03/02/2014 06:00 / atualizado em 03/02/2014 07:11

(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Camisas e vestidos brancos, ora��es, c�nticos, cartazes e um grito contra o que consideram “autoritarismo e excesso de poder”. De forma pac�fica, embora com for�a nas palavras e muita emo��o, mais de 200 pessoas fizeram manifesta��o, na manh� de ontem, diante da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, pelo retorno da missa dominical das 11h, tradicionalmente celebrada nesse hor�rio pelo frei e ex-p�roco Cl�udio van Balen, de 80 anos.

O ato, sem a presen�a do frade, que estava em Sete Lagoas, na Regi�o Central, reuniu cat�licos de todas as idades e durou o tempo da missa, que terminava pouco depois do meio-dia. Inconformado com a decis�o da Arquidiocese de BH e Prov�ncia Carmelita de Santo Elias, o grupo promete ir “at� o papa Francisco” para ter de volta o culto e ver o religioso de novo no altar.

No domingo passado, a missa das 11h foi impedida de ser realizada por fi�is – o culto seria para comunicar o nome do novo p�roco do Carmo, padre Wilson da Mota Fernandes, de 31, e a elei��o de frei Evaldo Xavier para prior provincial (superior) da Ordem dos Carmelitas no Brasil para as regi�es Sul e Sudeste. No entanto, revoltados com a aus�ncia de Cl�udio, os fi�is vaiaram e protestaram em altos brados. Os superiores dos carmelitas explicaram que o frade, h� 46 anos na par�quia, n�o celebraria a missa das 11h apenas no �ltimo domingo.

Passava das 10h de ontem quando casais, fam�lias e amigos de longa data de Cl�udio come�aram a chegar. Ao ouvirem as 11 badaladas do sino da torre, todos se dirigiram para a frente da igreja, como costumavam fazer aos domingos. Desta vez, o port�o principal estava fechado com cadeado.

“Frei Cl�udio � um te�logo da inclus�o, pessoa libert�ria, pronto para servir aos irm�os. Vive o cristianismo de forma diferente, sem repress�o. Com ele, somos uma corrente. Frei Cl�udio somos n�s”, disse o psiquiatra Jonas Vilela Carvalho, que esteve presente a todo o ato, inclusive quando os manifestantes deram as m�os, num abra�o simb�lico ao templo, e percorreram o quarteir�o formado pela Avenida Nossa Senhora do Carmo, ruas Passatempo e Gr�o Mogol.

“Somos adultos conscientes. Uma comunidade n�o pode ser dispensada por uma ordem, muito menos um religioso pela sua idade, sob alega��o de que deve ser aberto espa�o para novos padres”, afirmou o engenheiro, economista e empres�rio Murilo Carneiro Pereira.

M�OS � OBRA

O advogado Andr� Luiz Martins, de 34, morador do Bairro Belvedere, na Regi�o Centro-Sul, destacou a proximidade de frei Cl�udio com todos. “Ele professa, h� muito tempo, os ensinamentos do papa Francisco. Tir�-lo da missa � o c�mulo, um absurdo. Por isso estamos aqui em solidariedade”, disse Andr�. Antes de pedir a ora��o do pai-nosso, a banc�ria aposentada Gl�ria Arreguy, que foi volunt�ria na par�quia, leu um texto: “Temos um pastor do gabarito e qualidade de frei Cl�udio. N�o podemos abrir m�o disso”, disse. Ela arrancou muitas palmas ao ressaltar que, “se n�o h� lugar para frei Cl�udio, n�o h� lugar para n�s. � hora de nos colocarmos em movimento. Somos da paz. Estamos dispostos a ir at� o papa Francisco”, disse, certa de que “ser crist�o � ser peregrino”. E concluiu com o “m�os � obra”, termo muito usado pelo carmelita nas homilias e boletins.

Carregando um cartaz com a frase “Mais respeito e menos poder e autoritarismo”, a psic�loga Raquel Nogueira Duarte, de 32, moradora do Bairro Anchieta e participante h� 10 anos da par�quia, pediu mais responsabilidade com a presta��o de servi�os. “Estou aqui como cidad�”, disse. Ao lado, portando outro cartaz, a arquiteta Maria Aparecida de Miranda lembrou que “a igreja n�o sobrevive sem os fi�is”. Em repres�lia, alguns manifestantes adiantaram que n�o v�o mais dar o d�zimo nem atuar como volunt�rios.

Enquanto isso...
...DEFINI��O
pode sair hoje
Dever� ser definida, hoje, a situa��o de frei Cl�udio van Balen na Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Depois de uma reuni�o na sexta-feira, os superiores da Ordem Carmelita fizeram uma proposta ao religioso – o teor completo n�o foi revelado – que, em resumo, conforme apurou o Estado de Minas, permitir� a perman�ncia de Van Balen na capital, embora sem exercer qualquer fun��o na igreja localizada na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte.

 
Arquidiocese cobra di�logo

A Arquidiocese de Belo Horizonte afirmou, em nota, que recomendou � Prov�ncia Carmelitana de Santo Elias, respons�vel por administrar a Par�quia Nossa Senhora do Carmo, que dialogasse com fi�is ap�s a rea��o da comunidade ao fato de frei Cl�udio n�o ter celebrado a missa das 11h no dia 26 de janeiro. “A orienta��o, e assim ficou acertado com a Prov�ncia, era a de que se dialogasse com representantes da comunidade para entender as raz�es de tal rea��o e, assim, que se estabelecesse novamente a harmonia na vida paroquial.”

A arquidiocese afirmou estranhar “que o superior da Prov�ncia Carmelitana de Santo Elias n�o tenha estabelecido esse necess�rio di�logo com os fi�is, conforme ficou acordado”. Na nota, a arquidiocese afirma que, a pedido da Prov�ncia, acatou a suspens�o da missa das 11h, mas ressalta que n�o foi um ato contr�rio a frei Cl�udio. Lembra ainda que a medida tem car�ter indeterminado. Tempo necess�rio para que os frades carmelitas encontrassem o “caminho do entendimento” com a comunidade.

A arquidiocese informou ainda que n�o foi comunicada da mudan�a do p�roco. A nota ressaltou a autonomia da prov�ncia, mas cobrou que decis�o dessa natureza tivesse sido previamente comunicada. “A arquidiocese sabe que os frades carmelitas s�o respons�veis por todas as a��es e cuidados junto a frei Cl�udio van Balen, mas considera importante o compartilhamento das informa��es.”

A nota refor�ou a necessidade de escutar os fi�is. “Desde o in�cio, a orienta��o era a de que as pessoas fossem ouvidas, justamente por entender que apenas pelo caminho do di�logo seria poss�vel alcan�ar um entendimento.”

 


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