
Na tarde de ontem, garis da prefeitura recolheram um caminh�o de lixo na pra�a. A maior reclama��o � com o barulho e a sujeira. “Todos os dias tive que lavar a cal�ada da minha casa por causa do cheiro forte de urina. Ningu�m aguenta”, reclama a aposentada Marfisa Souza, de 74 anos. Outras festas programadas pela internet preocupam os moradores. Na tarde de ontem, mais de 16,3 mil pessoas j� haviam sido convidadas para um pr�-carnaval no mesmo local, �s 20h de quinta-feira, e 759 j� tinham confirmado presen�a.
Na quarta, a Associa��o dos Moradores do Santa Tereza se re�ne com a Belotur para discutir o que o presidente Ibiraci do Carmo chama de “invas�o desordenada e sem limites no Baixo Santa Tereza”. “Fazem uma convoca��o pela rede social, o pessoal chega e logo lota. Nenhum morador do bairro est� satisfeito”, reclama. O Movimento Salve Santa Tereza tamb�m marcou reuni�o para sexta-feira, em frente ao Mercado Distrital do bairro, para discutir o mesmo assunto e os preparativos para o carnaval. Tamb�m encaminhou pedido � BHTrans para limitar a entrada de ve�culos de fora no bairro durante o carnaval, como � feito em dias de jogos na Arena Independ�ncia, no Horto. Moradores e comerciantes seriam credenciados e receberiam adesivos para seus carros.
O dono do Bar do Orlando decidiu fechar as suas portas no carnaval se a bagun�a continuar. “Estamos perdendo clientes incomodados”, disse Orlando Silva Siqueira, de 59. A mesma decis�o foi tomada pelos donos da Pizzaria do Cardoso. A dentista Clara M�rcia de Oliveira, de 41, conta que voltava da academia �s 22h quando se deparou com homens urinando na rua. “Havia muito menor alcoolizado”, observou. “Quebraram minha �rvore, fizeram sexo expl�cito na rua, todo mundo alcoolizado”, disse a dona de casa Efig�nia Martins, de 70. Segundo ela, a pra�a comporta no m�ximo 500 pessoas, mas chegou a ter 6 mil em algumas madrugadas. “Nada � programado. N�o tem estrutura para receber essa quantidade de pessoas, sequer um banheiro qu�mico”, reclama.
A madrugada mais barulhenta foi de sexta-feira para s�bado e n�o havia policiamento, segundo os moradores. “S�bado para domingo n�o suportei tanto barulho e fui dormir na casa do meu namorado no Bairro Santa L�cia. Telefonei para minha filha �s 2h30 e ela estava acordada. Parecia que o barulho estava dentro do quarto dela. Tanto � que eu briguei com ela achando que estava na rua”, disse a empres�ria Fabiana Sofia Carvalho, de 36, que mora na esquina da Alvin�polis com Dores de Indai�.
O barulho do fim de semana foi t�o alto que pacientes com c�ncer da Casa de Apoio Beatriz Ferraz, distante um quarteir�o da pra�a, n�o conseguiram dormir. “Falta respeito com os doentes. S�o crian�as e idosos debilitados com a radioterapia e a quimioterapia. Eles precisam de descanso”, lamenta a irm� de caridade Helo�sa Nunes, de 47. “Vai chegando o carnaval e j� � uma preocupa��o para n�s. O barulho � muito estridente”, disse a religiosa.
POLICIAMENTO O chefe de comunica��o social do 16º Batalh�o da PM, tenente Francisco Barreto Neto, garantiu que a PM marcou presen�a e que n�o pode impedir o direito de ir e vir das pessoas. “Estamos cientes do problema e a gente pode combat�-lo de imediato impedindo o som alto, o com�rcio ambulante, prendendo quem est� com drogas, mas n�o podemos cercear o direito da pessoa de estar na rua”, informou o tenente. Para o carnaval, o tenente disse que vai remanejar policiais de outras �reas.