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Estado de Minas

Roubo e extors�o mediante sequestro foram os crimes que mais cresceram em MG em 2013

Ataques a pedestres com celular e objetos de valor contribuem para aumento de crimes violentos contra o patrim�nio no Estado


08/02/2014 06:00 - atualizado 08/02/2014 00:26

Lucrécia Tavares, de 47 anos, foi roubada com violência na Savassi
Lucr�cia Tavares, de 47 anos, foi roubada com viol�ncia na Savassi (foto: FOTOS: BETO MAGALH�ES/EM/D.A PRESS)
A supervisora de pesquisa Lucr�cia Tavares, de 47 anos, n�o se esquece do dia em que passava em frente ao Col�gio Municipal Marconi, no Bairro Santo Agostinho, e foi abordada por tr�s rapazes. Levava na m�o um smartphone que acabara de ganhar. “Acho que eles viram, chamou a aten��o”, lembra. “Me seguraram, eu dei chutes, mas n�o teve jeito. Levaram meu aparelho”, conta. Lucr�cia faz parte de grupo cada vez maior de mineiros que entram na mira de bandidos dispostos a tomar com viol�ncia qualquer coisa de valor nas ruas. Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) mostram que os crimes violentos contra o patrim�nio – roubos e extors�o mediante sequestro – foram os que mais cresceram no ano passado em Minas, na compara��o com 2012.

O n�mero de delitos do tipo chegou a 75,7 mil em todo o estado em 2013, 26,7% a mais que as 59,7 mil ocorr�ncias registradas h� dois anos. Dados do Informativo dos �ndices de Criminalidade Violenta em Minas Gerais, divulgados ontem, indicam que os crimes contra o patrim�nio cresceram 24,3% em Belo Horizonte e 24,8% na regi�o metropolitana. Segundo o comandante-geral da Pol�cia Militar em Minas, coronel M�rcio Martins Sant’Ana, os roubos a pedestres que portam objetos de valor contribu�ram para o aumento das estat�sticas, que incluem ataques a casas e ao com�rcio, entre outros. “O cidad�o que tem um iPad ou um smartphone � vitima em potencial de uma a��o de um criminoso, j� que esses s�o aparelhos de grande liquidez. Os ladr�es podem vender isso r�pido para consumo de drogas, para consumo de outros bens que eles queiram”, disse.

Segundo o comandante, muitos dos casos est�o relacionados ao tr�fico e consumo de drogas. “O drogado vai sempre buscar alternativas que propiciem recursos para ele comprar entorpecentes e uma das alternativas tem sido, infelizmente, a a��o violenta sobre a popula��o”, reconhece. O estudante Lucas Bersan, de 22, foi uma das v�timas. Ele foi abordado e amea�ado por um rapaz no ponto de �nibus da Avenida Crist�v�o Colombo, quando voltava da balada. No assalto, perdeu carteira e celular. “Ainda consegui que ele me deixasse o chip, mas � perigoso”, diz. Agora, ele fica mais atento quando vai usar o aparelho na rua.

O balan�o divulgado ontem apontou aumento na estat�stica geral de crimes violentos e no n�mero de homic�dios. Em Minas, os sete tipos de delitos que integram a lista de crimes violentos – homic�dio consumado, homic�dio tentado, sequestro e c�rcere privado, roubo consumado, extors�o mediante sequestro, estupro consumado e estupro tentado – tiveram alta de 22,6%. Eles passaram de 71,7 mil, em 2012, para 87,9 mil crimes em 2013. Na capital e na Grande BH, os �ndices de aumento foram de 21,8% e 21,1%, respectivamente.

RAZ�ES Autoridades de seguran�a p�blica do estado apontaram tr�s raz�es principais para o avan�o dos crimes violentos, com destaque para os cometidos contra o patrim�nio. Para o secret�rio de Estado de Defesa Social, R�mulo Ferraz, uma delas � a puni��o branda para bandidos que cometem crimes com pena igual ou inferior a quatro anos. “Eles acabam ficando livres da pris�o e reincidem no crime por serem beneficiados pela Lei 12.403, publicada em 2011, que dificultou a pris�o desses indiv�duos que praticam reteiradas vezes crimes, especialmente roubos”, afirmou. Pela lei, tais modalidades criminosas s�opass�veis de fian�a. Segundo ele, h� casos em que alguns bandidos chegam a ser detidos 10, 15 vezes e voltam a ser soltos porque a legisla��o permite que seja concedida a liberdade provis�ria.

Outras raz�es apontadas est�o dois problemas de ordem social: a crescente participa��o de menores em crimes e a dissemina��o do tr�fico e do uso de drogas, especialmente o crack. Sobre este �ltimo, o secret�rio afirma que o entorpecente provocou, inclusive, uma banaliza��o de modalidades criminosas. “Infelizmente, estamos tendo uma participa��o muito aguda dos menores nos crimes violentos contra o patrim�nio e, por vezes, em homic�dios”, diz. Para o secret�rio, o crescimento dos crimes violentos � preocupa��o n�o apenas em Minas. “Este momento assusta de forma geral em todo o pa�s”.

Lucas Bersan, de 22 anos, teve o celular roubado: 'Ainda consegui que (o bandido) me deixasse o chip', diz
Lucas Bersan, de 22 anos, teve o celular roubado: "Ainda consegui que (o bandido) me deixasse o chip", diz (foto: FOTOS: BETO MAGALH�ES/EM/D.A PRESS)



Previs�o de R$ 600 mi em investimentos

Autoridades de Minas Gerais prometem esfor�os para ampliar a seguran�a no estado. Com investimentos de R$ 600 milh�es previstos para 2014, o governo informou que ampliar� o efetivo das pol�cias, com a contrata��o de 6 mil policiais militares, civis e bombeiros, al�m de capacitar profissionais em atua��o. H� ainda previs�o para entrega de novas viaturas e equipamentos, como c�meras de monitoramento Olho Vivo e bloqueadores celulares, e amplia��o das opera��es Impacto e Divisas Seguras, j� realizadas em 2013. As abordagens resultaram na pris�o de mais de 900 pessoas somente no passado.

De acordo com o secret�rio de Estado de Defesa Social, R�mulo Ferraz, algumas a��es que ainda n�o atingiram o resultado esperado tamb�m passar�o por mudan�as estrat�gicas e todo o empenho ser� feito para diminuir as estat�sticas. “Com os investimentos que est�o chegando e redefinindo algumas estrat�gias vamos trabalhar com foco na conten��o do homic�dio e, sobretudo, na conten��o dos crimes violentos contra o patrim�nio, que afetam muito o cidad�o, gerando uma sensa��o de inseguran�a”, disse o secret�rio.

De acordo com o chefe da Pol�cia Civil de Minas, Cylton Brand�o, a institui��o vai intensificar o trabalho de repress�o para desarticular quadrilhas. “O trabalho ser� otimizado com a implanta��o do projeto Investiga��o Modelo, pioneiro no pa�s e previsto para ser implantado at� os pr�ximos quatro meses”, diz o delegado. Dados de 2013 mostram que 81.337 pessoas foram presas, contra 69.932 em 2012. O aumento de 16% representou 11.405 entradas a mais nos pres�dios e penitenci�rias de Minas. (VL)

FIQUE ATENTO

Dicas para reduzir chances de ser v�tima de roubo

» Nas casas, aumente a visibilidade. Se quiser colocar muro, coloque um port�o com grade ou de vidro. � importante que os vizinhos passem ou a pol�cia chegue e veja o que est� acontecendo. Tamb�m diminui a possibilidade de o bandido se esconder

» Ande com o celular no bolso da frente, dentro da cal�a ou em local que dificulte a a��o, nunca no bolso de tr�s

» No ve�culo, evite estacionar o carro em local de baixa visibilidade

» Se viajar, n�o deixe os jardins malcuidados, jornais acumulando e jamais uma luz acesa (quem quer assaltar acompanha se aquela luz vai se apagar ou vai ficar sempre ligada). Pe�a algu�m de confian�a para ir � sua casa quando estiver fora

» Uma boa dica � tirar o fio interno do interfone quando se ausentar. Se o bandido tocar de manh�, � tarde e � noite, vai ter certeza de que n�o tem ningu�m em casa

» Fa�a parte da rede de vizinhos protegidos, participe das reuni�es e tenha sempre o contato direto do policial respons�vel pelo seu bairro. Quando viajar, deixe seu telefone com o policial

Fonte: Pol�cia Militar

Homic�dios crescem
9,6% na Grande BH

Os dados da viol�ncia em Minas mostram que a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte se destaca em rela��o ao interior nos registros de homic�dios. Os assassinatos registrados nas 34 cidades vizinhas a BH, incluindo a capital, tiveram alta de 9,6% no ano passado em rela��o a 2012. Os n�meros saltaram de 1.825 para 2.001 mortes no per�odo. Isoladamente, Belo Horizonte teve crescimento de 7,3%, com 844 homic�dios em 2013, enquanto o estado registrou 6% de aumento.
Ribeir�o das Neves registrou aumento de 37,3% nos homic�dios. Em Contagem e Betim, o aumento foi 13,4% e 4,9%, respectivamente. (VL)


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